domingo, 3 de agosto de 2014

Renascença Auto Omnibus

A empresa começou a operar em 1931 e a divulgação da sua primeira linha foi feita a partir de um conclama em jornal, que infelizmente não conseguimos identificar qual periódico, mas podemos ler perfeitamente seu conteúdo: Monroe x Méier e suas respectivas seções.

(Ilustração gentilmente cedida por Marcelo Prazs e
Edegar Rios Lopes)

Ficha de alumínio da Renascença Auto Omnibus

O Termo de Obrigação, de 27 de outubro de 1931, assinado por Olga Viggiani, proprietária da empresa, se obriga a estabelecer a linha Méier x Monroe, sob o nome fantasia de Renascença Auto Omnibus.

Esta linha obedecia ao seguinte itinerário: Méier, Rua Arquias Cordeiro, canto da Carolina Méier, Praça do Engenho Novo, ruas Souza Barros, 24 de Maio, São Francisco Xavier, General Canabarro, Ibituruna, Mariz e Barros, Praça da Bandeira, Av. Lauro Müller, Av. do Mangue, Praça 11 de Junho, Rua Visconde de Itaúna, Praça da República, ruas Marechal Floriano Peixoto e Visconde de Inhaúma, Av. Rio Branco até o Monroe. O itinerário da volta era o mesmo, passando, no entanto, pela Rua Senador Eusébio, em vez de Visconde de Itaúna.

Era dividida nas seguintes seções: Méier a São Francisco Xavier, $400 (quatrocentos réis), de São Francisco Xavier à Rua Ibituruna, esquina de Mariz e Barros, $400 (quatrocentos réis), dali à Rua Camerino, $400 (quatrocentos réis) e da Rua Camerino ao Monroe, $200 (duzentos réis). Passagem direta: 1$200 (hum mil e duzentos réis) (referência: Jornal do Brasil, 31/10/1931).

Suas garagens eram na Rua Frederico Méier, nº 19, tel.: 29-6731, no Méier e Rua Barão de Mesquita, nº 153, na Tijuca.

Conforme despacho de 16 de fevereiro de 1937, é apresentada a nova razão social da empresa, Renascença Auto Omnibus Ltda., com propriedade de Olga Viggiani e Achilles Junqueira.

(Correio da Manhã, 26/02/1937)

O Termo de Prorrogação e de Transferência de Autorização corrobora duas afirmativas anteriores, a da primeira autorização para estabelecimento da linha em 1931 e a troca de razão social e sócios proprietários.

Confirma também a nova localização da sua garagem, agora na Rua Barão de Mesquita, nº 339, na Tijuca.

(Jornal do Brasil, 07/04/1937)

A notícia a seguir afirma a existência da linha Méier x Monroe e da empresa, apesar do nome citado equivocadamente como “Renascença Auto-União”.

(Diário da Noite, 28/10/1938)

Em 1944, a empresa injeta verba na aquisição de quatro novos ônibus a óleo diesel, para aumentar e melhorar a frota para atendimento dos seus adeptos passageiros.

(Correio da Manhã, 16/07/1944)

A seguir documentos, na ordem, da solicitação da impetração da concordata, do deferimento do pedido da concordata e da nomeação de um comissário para a concordata, a firma Manuel de Carvalho & Cia.

Nesses documentos podemos observar que a empresa agora tinha sua sede na Rua Frederico Meyer, nº 19, no Méier, e devido à nova ortografia da língua portuguesa, chamava-se Renascença Auto Ônibus Ltda.

(Correio da Manhã, 12/04/1947)

(Correio da Manhã, 17/04/1947)

(Correio da Manhã, 24/05/1947)

Em 1934 e 1935, a linha Méier x Monroe, recebeu o número 17, posteriormente alterada para 32, operada até 1946. Nesse período todo, a linha foi dividida com a Viação Excelsior.

Conforme edital 21, da Diretoria de Utilidades dos Serviços Públicos, DOU/DF de 22/01/1938, foi criada a linha 86, Largo de Santa Rita x Méier, como auxiliar da linha 32, operada por ambas as empresas citadas acima (informação cedida pelo pesquisador Antônio Sérgio).

A partir de 1946 até 1947, ela operou a linha S-1, Méier x Marechal Hermes, em conjunto com a Viação Suburbana (referência: site MILBUS), conforme imagem de um dos seus veículos, a seguir. Posteriormente não obtivemos mais nenhuma informação da empresa.

Linha S-1 - Méier x Marechal Hermes (Renascença Auto Ônibus)

[Pesquisa de Eduardo Cunha e Claudio Falcão

2 comentários:

  1. Prezado Eduardo, a Renascença teve sua falência decretada em 1947. Segundo o Diário Oficial, a empresa operava, em conjunto com a Viação Excelsior, a linha 86 - Largo de Santa Rita x Méier, ao invés da linha 32. Sua garagem nesta época ficava na rua Frederico Méier, 19. Com o fim da Excélsior logo a seguir, ninguém assumiu a linha 86. Sds, Antonio Sérgio.

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    1. Antonio Sérgio, prazer em receber seus comentários, novamente. Sobre a falência dela ter sido decretada em 47, eu desconhecia. Achava ter sido adquirida pela Excélsior mas não comentei na matéria, pela incerteza. Vou alterar afirmando sua informação, grato. Vou refazer a matéria, também citando a divisão da linha com a Excelsior, mas em momento algum tenho a linha 86 sendo citada e sim as linhas 17 e 32, o que só alterarei mediante um documento oficial. Se você tiver um e quiser permitir o nosso uso, favor enviar pelo meu email. A linha 86, que você citou tenho como sendo usada pela Independência, como Eng. Novo x Lapa em 46 e depois em 47/48, bem como também em 47, Eng Novo x Urca, pela ETAL. Abraços.

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