domingo, 24 de agosto de 2014

Empreza Brasileira de Omnibus - E .B. O.

Ficha de alumínio da E. B. O.

Temos informações que a empresa começou suas atividades em 1931, operando a linha Praça Mauá x Igrejinha, e que seu proprietário chamava-se Mário Paranhos. Não temos como comprovar por meio de Termo de Obrigação nem por qualquer outro documento (referências: site MILBUS e pesquisador Antônio Sérgio).

Em 23 de fevereiro de 1932, o Sr. Octavio O. Coimbra assinava, junto ao Inspetor de Concessões da Prefeitura do então Distrito Federal, um termo de obrigação, comprometendo-se a implantar duas linhas de transporte de passageiros por meio de auto-ônibus: Muda da Tijuca x Leblon e Vila Isabel x Municipal. A linha Muda x Leblon recebeu o número 22 em 1934.

Itinerário da linha Muda da Tijuca x Leblon: Rua Conde de Bonfim (Muda), Rua Haddock Lobo, Rua Machado Coelho, Rua Visconde de Itaúna, Praça da República, Rua Marechal Floriano, Av. Rio Branco, Av. Beira-Mar, Praia de Botafogo, Pavilhão Mourisco, Avenida Pasteur, Túnel Novo, Rua Salvador Corrêa, Av. Atlântica, Av. Rainha Elizabeth, Rua Teixeira de Mello, Rua Prudente de Moraes e Leblon. A volta era realizada pela Rua Senador Eusébio, em vez de Visconde de Itaúna.

Eram essas as suas seções: Muda da Tijuca à Praça Saenz Peña, $200 (duzentos réis); Praça Saenz Peña à Rua Afonso Pena, $200 (duzentos réis); Rua Afonso Pena ao Monroe, $600 (seiscentos réis); Rua Camerino ao Pavilhão Mourisco, $600 (seiscentos réis); Pavilhão Mourisco à Rua Barroso, $400 (quatrocentos réis); Rua Barroso à Av. Rainha Elizabeth, esquina de Lafayette, $200 (duzentos réis); da esquina de Lafayette ao Leblon, $200 (duzentos réis) e vice-versa. Outras tarifas: da Muda da Tijuca ao Monroe, 1$000 (hum mil réis); da Praça Saenz Peña ao Monroe, $800 (oitocentos réis); da Rua Camerino à Av. Rainha Elizabeth, esquina de Barcellos, 1$200 (hum mil e duzentos réis) e do ponto inicial ao ponto terminal, 2$200 (dois mil e duzentos réis).

Itinerário da linha Vila Isabel x Municipal: Praça Barão de Drummond, esquina de Rua Barão de São Francisco Filho com Rua Visconde de Santa Isabel, Av. 28 de Setembro, Rua São Francisco Xavier, Rua Mariz e Barros, Praça da Bandeira, Rua Visconde de Itaúna, Praça da República, Rua Marechal Floriano e Av. Rio Branco, em frente ao Conselho Municipal. Igualmente a volta era realizada pela Rua Senador Eusébio, em vez de Visconde de Itaúna.

Eram essas as seções dessa linha: Praça Barão de Drummond à Rua Afonso Pena, $400 (quatrocentos réis); Rua Afonso Pena ao Conselho Municipal, $600 (seiscentos réis) e diretas, $800 (oitocentos réis). Nas viagens de ida, pelo percurso da Rua Camerino ao Conselho Municipal, $200 (duzentos réis).

(Jornal do Brasil, 02/03/1932)

Aparentemente a empresa, em 1934, só operava a linha 22  Muda x Leblon, e a linha de Vila Isabel provavelmente transformou-se na linha 9  Conselho Naval x Barão de Drummond, da Viação Excelsior (referência: pesquisador Antônio Sérgio).

O endereço da empresa, pelo menos entre agosto/1932 e julho/1935, era Rua Bambina, nº 36 – Botafogo (referências: várias edições do Jornal do Brasil).

No entanto, em setembro/1937, já se encontrava na Rua São Francisco Xavier, nº 469 (referência: Jornal do Brasil, 24/09/1937).

Através a notícia a seguir, do periódico ‘A Noite’, verificamos que em outubro de 1937 a E.B.O. encontrava-se operando a linha 111  Ipanema x Tijuca, em conjunto com a Viação Carioca.

(A Noite, 04/10/1937)

Adiante o leitor poderá verificar, por um documento publicado na edição do DODF de 19 de março de 1938, que o conceituado industrial Mário Bianchi (Bianchi & Cia.) assumia a propriedade da Empresa Brasileira de Ônibus (já na grafia atual), com a linha 11 – Muda da Tijuca x Ipanema, do antigo proprietário/razão social Octavio O. Coimbra.
TERMO DE TRANFERÊNCIA DE AUTORIZAÇÃO
“Pelo qual a Prefeitura do Distrito Federal concede a prorrogação e transferência da licença da Empresa Brasileira de Ônibus, do Sr. Mário Bianchi, aos dezoito de março de mil novecentos e trinta e oito, organizada para exploração da indústria de transporte coletivo em auto-ônibus com sede, garagem e oficinas à rua Leite de Abreu n. 16, com frente para a rua Conde do Bonfim n. 821, tem por fim especial prorrogar e transferir, sob as condições estabelecidas, a licença concedida à citada empresa, que terminou em 23 de fevereiro de 1936.
- Fica prorrogada a licença concedida à Empresa Brasileira de Ônibus, para exploração da linha de auto-ônibus Muda da Tijuca-Ipanema, por mais um período de quatro (4) anos, a contar de 23 de fevereiro de 1936, data em que terminou a licença anterior.
- Fica, também, por este termo transferida a licença da Empresa Brasileira de Ônibus, para o Sr. Mário Bianchi, que assume inteira responsabilidade pelo ativo e passivo da citada Empresa.
- A linha acima mencionada obedecerá ao seguinte itinerário: Muda da Tijuca, rua Conde de Bonfim, rua Haddock Lobo, rua Machado Coelho, Avenida do Mangue, rua Visconde de Itaúna  (ida), Senador Euzébio (volta), Praça da Republica, Avenida Marechal Floriano Peixoto, rua Visconde de Inhaúma, Avenida Rio Branco, Praça Paris, Avenida Beira Mar, Avenida Osvaldo Cruz, Praia de Botafogo, rua da Passagem; Túnel Novo, rua Salvador Correia, Avenida Atlântica, rua Barcelos, rua Visconde de Pirajá, rua Farme de Amoedo, rua Nascimento Silva até a Avenida Henrique Dumont (Ipanema).
- A referida linha será dividida em seções:
Muda da Tijuca-Praça Saenz Peña, $200 (duzentos réis);
Praça Saenz Peña-Afonso Pena, $200 (duzentos réis);
Afonso Pena-Pavilhão Mourisco, $600 (seiscentos réis);
Camerino-Monroe, $600 (seiscentos réis);
Pavilhão Mourisco-rua Constante Ramos, $400 (quatrocentos réis);
Constante Ramos-Praça General Osório, $200 (duzentos réis);
General- Osório-Ipanema, $200 (duzentos réis);
Passagens diretas: Muda da Tijuca-Mourisco, 1$400 (mil e quatrocentos réis);
Praça Saenz Peña-Mourisco, 1$200 (mil e duzentos réis);
Afonso Pena-Mourisco; 1$000 (mil réis)”.

Já na véspera do Natal de 1940, o Departamento de Concessões da Prefeitura publicava intimações para que algumas empresas de ônibus, entre elas a E.B.O., providenciassem a regulagem dos motores de seus veículos, “a fim de corrigir o excesso de fumaça”, já evidenciando uma preocupação com o meio ambiente, tão alardeada nos dias de hoje.

(Correio da Manhã, 24/12/1940)

Segue um anúncio conjunto da Viação Carioca e da E.B.O., tratando de venda de passes com abatimento, publicado pouco tempo depois do falecimento do Sr. Mário Bianchi, ocorrido a 30 de dezembro de 1940.

(A Noite, 19/02/1941)

A partir de 1941 a empresa, durante o inventário, foi administrada e teve sua razão social alterada para Prazeres Bianchi (Prazeres Garcia Bianchi, viúva de Mário).

Já em maio/1942, foi publicada uma comunicação do Departamento de Concessões da Prefeitura, a respeito de um pool de empresas que ficaria responsável pela ‘linha de ligação’ Mauá x Monroe, com o seguinte teor: LINHA DE LIGAÇÃO MAUÁ-MONROE – “A linha ‘Mauá-Monroe’ passará a ser constituída de 1(um) ônibus de cada uma dessas empresas: Viação Brasil, Empresa Brasileira de Ônibus, Viação Carioca, Viação Continental, Viação Cruz de Malta, Viação Cruzeiro do Sul, Viação Elite, Viação Estrela do Norte, Viação Excelsior, Viação Glória, Independência Auto Ônibus, Limousine Federal, Empresa de Ônibus de Luxo, Viação Popular, Viação São Jorge, Viação Vitória” – Departamento de Concessões, 09/05/1942 (referências: Jornal do Brasil, 10/05 e 12/05/1942).

A última notícia que encontramos a respeito da E.B.O. dizia respeito a um incêndio ocorrido em um ônibus da empresa, em junho/1945.

(Gazeta de Notícias, 20/06/1945)

[Pesquisa de Claudio Falcão e Eduardo Cunha]

2 comentários:

  1. Prezado Eduardo, tenho nas minhas anotações que a empresa começou operando em 1931 a linha Praça Mauá x Igrejinha (?). Em 1934 acredito que só operava a 22 - Muda x Leblon, e a linha para Vila Isabel deve ter se transformado na linha 9 - Conselho Naval x Barão Drumond, da Viação Excelsior. Quanto ao seu fim, deve ter sido por aí mesmo, em meados da década de 40. Sds, Antonio Sérgio.

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    1. Antonio Sérgio, prazer em te "ler". Igrejinha era uma pequena igreja localizada ao lado do Forte de Copacabana. Tenho uma referência, sem confirmação da existência da empresa desde 1931, mas como era muito insípida, não citei na matéria. Sim a outra linha, foi muito efêmera - não recebeu nem numeração - e ficou somente a 22, mas não sabia que tinha se transformado na linha 9. Quando terminou, seus carros foram para a Carioca que era do grupo. Vou fazer as modificações, publicarei e avisarei. Se tiver alguma comprovação dessa linha de 1931, pode me enviar por email? Grato e um abraço.

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