domingo, 27 de julho de 2014

Empreza Recreio dos Bandeirantes

Localizamos um material muito escasso a respeito desta empresa de J. W. Finch, mas o suficiente para verificarmos que a mesma obteve a concessão para a exploração de uma linha bastante longa, dentro da cidade do Rio de Janeiro, levando-se em consideração a época em que foi implantada.

Em 6 de dezembro de 1929, o Sr. J. W. Finch assinou um termo de obrigação junto à Inspetoria de Concessões da Prefeitura do então Distrito Federal, para estabelecer a linha – vejam só! – Palácio Monroe x Recreio dos Bandeirantes.

Era este o itinerário: Palácio Monroe, Rua Evaristo da Veiga, Rua do Riachuelo, Rua Sant’Anna, Rua Senador Eusébio, Rua Mariz e Barros, Rua São Francisco Xavier, Rua 24 de Maio, passando em Engenho Novo, Engenho de Dentro, Cascadura, Campinho, Taquara, Vargem Grande e Pontal de Sernambetiba (Recreio dos Bandeirantes).

E suas tarifas: diretas – ida ou volta, 6$000 (seis mil réis); ida e volta, 10$000 (dez mil réis). Havia duas seções especiais: de Cascadura a Vargem Grande, 4$000 (quatro mil réis) e de Vargem Grande ao Recreio dos Bandeirantes, 2$000 (dois mil réis) (1).

Posteriormente a empresa de ônibus passou a ser propriedade de Antônio Carvalho Simões, havendo mudança na denominação da mesma para Auto Viação Vargem Grande.

E, a título de curiosidade, informamos que J. W. Finch era o proprietário da empresa de terrenos do Recreio dos Bandeirantes (certamente o motivo para ter pleiteado a concessão de sua linha de ônibus), com escritório no Edifício Odeon, 3º andar – centro da cidade (2). O mesmo faleceu a 14 de dezembro de 1934 (3). E seu nome completo era Joseph Wesley Finch (4).

Referências:

(1) – Jornal do Brasil, 08/12/1929.
(2) – Jornal do Brasil, 01/03/1931.
(3) – Jornal do Brasil, 15/12/1934.
(4) – Jornal do Brasil, 26/04/1935.

[Pesquisa de Claudio Falcão e Eduardo Cunha] 

domingo, 20 de julho de 2014

Rio Auto Viação

Encontramos uma primeira referência à Rio Auto Viação através de um despacho administrativo publicado na edição do ‘Jornal do Brasil’ de 14 de outubro de 1926.

Já em 11 de maio de 1927, o mesmo periódico divulgava um novo despacho, desta vez do Prefeito do então Distrito Federal, autorizando o tráfego de dois veículos da empresa, já inspecionados, “devendo os restantes obedecerem ao exigido pela inspectoria”.

Porém somente a 26 de maio de 1927, o Sr. Raul Pestana de Aguiar, representante da Rio Auto Viação, firmava um termo de obrigação junto à Inspetoria de Contratos e Concessões da Prefeitura do Distrito Federal, comprometendo-se a estabelecer um serviço regular de transporte de passageiros por meio de “omnibus-automóveis”, entre o Palácio Monroe e a Estação Barão de Mauá (referência: Jornal do Brasil, 05/06/1927).

Era este o itinerário da linha: Palácio Monroe, Av. Rio Branco, Rua Marechal Floriano, Rua Senador Eusébio e Estação Barão de Mauá. A volta se fazia pela Rua Visconde de Itaúna em vez de Senador Eusébio.

Tinha duas seções: 1ª – Monroe à Rua Camerino, $200 (duzentos réis) e 2ª – Rua Camerino à Estação Barão de Mauá, $200 (duzentos réis).

Na mesma edição do JB, também era publicado o termo de cessão e transferência, datado de 2 de junho de 1927, em que era cedida pelo Dr. Raul Pestana de Aguiar à firma Araújo & Aguiar, com escritório à Rua Visconde de Itaúna, nº 405, a concessão que possuía.

Como curiosidade, podemos informar que o Dr. Raul Pestana de Aguiar era delegado de polícia (referências: Jornal do Brasil, 06 e 07/12/1927).

Nas edições do mesmo periódico, datadas de 14 de dezembro de 1928, 4 de janeiro de 1929 e 18 de janeiro de 1929, eram noticiadas infrações atribuídas à S.A. Rio Auto Viação, estabelecida com garagem e oficina à Av. Suburbana, nº 737.

E de acordo com os livros ‘Guerra de Posições na Metrópole’ e Noronha Santos – Prefeitura do Distrito Federal, a empresa Rio Auto Viação operou até 1931.

[Pesquisa de Claudio Falcão e Eduardo Cunha]

Nysio Brum

Em nossa pesquisa, muito pouco material conseguimos reunir a respeito da empresa do Sr. Nysio Brum.

Em edições do ‘Jornal do Brasil’, em abril de 1924, informava-se que o mencionado Nysio Brum deveria aguardar despacho do Prefeito do então Distrito Federal, com relação à licença para o tráfego dos auto-ônibus de sua empresa.

(Jornal do Brasil, 10/04/1924)

(Jornal do Brasil, 11/04/1924)

Poucos dias depois, a 14 de abril de 1924, o termo de concessão foi assinado, conforme informação do livro de Noronha Santos – Prefeitura do Distrito Federal.

Ainda em 1924, divulgava-se que o endereço da firma era Av. Rio Branco, nº 9 – sala 125, e que a mesma havia recebido duas multas, ambas pela cobrança de tarifa de $600 (seiscentos réis) de passagem, por pessoa, no trajeto Praça Mauá x Palácio Monroe, o que pode se supor ter sido a linha explorada.

(Jornal do Brasil, 23/08/1924)

E, a título de curiosidade, podemos informar que o Sr. Nysio Brum era despachante da alfândega, no Rio de Janeiro, que residia à Rua Almirante Cochrane – Tijuca (referência: Jornal do Brasil, 13/04/1926) e que faleceu em maio de 1930 (referências: Jornal do Brasil, 03, 04 e 05/06/1930).

A mencionada empresa teria funcionado até 1931, de acordo com a já citada obra de Noronha Santos – Prefeitura do Distrito Federal.

[Pesquisa de Claudio Falcão e Eduardo Cunha]

Francisco Vilmar

Imigrante alemão, nascido em Hamburgo, Francisco Vilmar fixou-se no Rio de Janeiro, e aqui tornou-se um empresário, em vários negócios.

Seu mais importante artigo foi a parte mecânica, onde montou uma empresa na Rua dos Beneditinos, nº 1, no Centro, com a revenda de automóveis da marca Phaenomobil, conforme comprovam os próximos recortes.

(Revista 'Careta', 15/02/1913)

(Revista 'Careta', 15/03/1913)

Posteriormente, expandiu seu negócio comercial, envolvendo caminhões e auto-ônibus Ehrhardt, o que futuramente iria lhe facilitar a concessão para exploração de uma linha urbana.

(Revista 'Careta', 19/04/1913)

Conforme vantagens concedidas pelo decreto 627, lavrou-se na Diretoria Geral de Obras e Viação da Prefeitura do Distrito Federal, a 26 de junho de 1913, o termo de contrato com Francisco Vilmar, para o transporte de passageiros por meio de auto-ônibus.

A primeira linha inaugurada foi Avenida x Praça Tiradentes. O ponto inicial ficava na Avenida esquina com Rua dos Beneditinos.

O itinerário era Avenida até a Rua Santo Antonio, desta à Rua 13 de Maio, largo e rua da Carioca até a Praça Tiradentes, do lado do Teatro São Pedro, fazendo ponto final em frente ao antigo prédio do Ministério do Interior. Retornavam pelo outro lado da Praça Tiradentes, Rua da Carioca, Largo da Carioca, Rua 13 de Maio, Rua Santo Antonio, percorrendo a Avenida e a Rua Municipal, até a Rua Beneditinos.

(Fonte: Livro da Prefeitura do Distrito Federal, de 1934)

(Livro '100 Anos dos Transportes no Rio de Janeiro')

Temos conhecimento que a empresa circulou até 1915 e depois nada mais sabemos sobre a mesma, devido ao falecimento do seu proprietário.

(Fonte: Site MILBUS)

[Pesquisa de Eduardo Cunha e Claudio Falcão] 

domingo, 13 de julho de 2014

Viação Esperança

Na presença do Inspetor de Concessões da Prefeitura do Distrito Federal, os Srs. Arnaldo Meirelles e José Augusto Macedo, proprietários da firma “Meirelles & Macedo” assinaram o Termo de Obrigação em 18 de abril de 1931, para exploração da linha de auto-lotações, entre Realengo x Largo do Mendanha, com o nome fantasia Viação Esperança.

Esta linha obedecia ao seguinte itinerário: Estação de Realengo, Estrada Rio-São Paulo, Estrada Real de Santa Cruz, Rua Coronel Tamarindo, Estrada do Engenho, Estrada do Retiro até o Largo do Mendanha, obedecendo na volta os mesmos logradouros.

Era dividida nas seguintes seções: de Realengo a Bangu, R$ 400 (quatrocentos réis); de Bangu ao Largo do Pivu, R$ 200 (duzentos réis) e do Largo do Pivu ao Largo do Mendanha, R$ 200 (duzentos réis).

(Jornal do Brasil, 22/08/1931)

Conforme negociação iniciada em 1934 foi concretizada a transferência da empresa para Oscar Dias em 1935.

(Jornal do Brasil, 14/11/1934)

(Jornal do Brasil, 29/09/1935)

Na matéria a seguir, comprovamos a operação da empresa, ainda com o mesmo proprietário.  

(Jornal do Brasil, 14/10/1937)

Através de multa aplicada, comprovamos a existência da empresa em 1940.

(Correio da Manhã, 13/10/1940)

Até 1942, temos certeza das linhas S-42 Bangu x Largo do Mendanha, que se transformou em Bangu x Guandu, em operação em 1943, pela Esperança.

Daí em diante não conseguimos mais detalhes sobre ela, mas a linha acima citada foi operada pela Viação Mendanha até ser extinta em 1951.


[Informações adicionais: DOUs DF.]

[Pesquisa de Eduardo Cunha e Claudio Falcão]

domingo, 6 de julho de 2014

Empreza E. L. Freitas

Emygdio Luiz de Freitas era o nome da firma que detinha a concessão das linhas operadas pela Empreza E. L. Freitas. Sua empresa fazia somente a conexão com os transportes das barcas e lanchas, tentando sincronizar seus horários. Os transportes marítimos eram feitos pela Cia. Cantareira e depois também pela Frota Carioca S/A.

A concessão foi obtida a 18 de agosto de 1931, quando foi aprovado o termo de obrigação, junto à Diretoria Geral de Obras e Viação da Prefeitura do então Distrito Federal.

Referia-se à exploração da linha Ponta da Ribeira x Freguesia. O itinerário da linha era Ponte das Barcas, Rua Maldonado, Praia do Jequiá, Estrada do Cemitério, Rua Um do Jardim Carioca, Cocotá, Estrada de Paranapuan, Rua Pio Dutra, Estrada das Pedrinhas e Rua Comendador Bastos, tanto na ida quanto na volta.

A mesma era dividida em duas seções: da Ponte das Barcas a Cocotá, $300 (trezentos réis) e deste ponto ao fim da Rua Comendador Bastos, $300 (trezentos réis) (referência: Jornal do Brasil, 20/08/1931 e informações do historiador Jaime Moraes).

Ainda em 1931 a empresa criou outra linha, Ribeira x Galeão, passando pela Praia da Bica e Santa Cruz, conforme comprova o recorte a seguir.

(Diário da Noite, 24/06/1931)


Já na foto a seguir, temos a imagem de um pequeno ônibus parado no ponto final da Ribeira – vejam o tamanho da fila!!! –, na ponte de atracação da Ribeira, em 1934.

Ônibus da E. L. Freitas - 1934
(imagem do fotoblog 'Ilha do Governador')

Conforme informações do fotoblog ‘Ilha do Governador’, “existiam apenas duas linhas”, Ribeira x Pedra dos Amores e Ribeira x Jardim Guanabara, e essas linhas estavam ‘ancoradas’ no termo aditivo de obrigação de 12 de abril de 1934.

A linha Ponte das Barcas (Ribeira) x Pedra dos Amores, teve o seguinte itinerário: Ponte das Barcas, Rua Maldonado, Praia e Estrada do Jequiá, estradas do Tenaro e do Cacuia, Rua Tenente Cleto Campello, praias de Olaria, Cocotá e do Barão, ruas Bujuru, Guricema, Jussiape e Pio Dutra, Estrada das Pedrinhas e Rua Comendador Bastos, chegando até a Pedra dos Amores.

Havia também uma variante, Ponte das Barcas, atravessando a ponte da Nova Estrada Radiotelegráfica até o entroncamento desta com a Estrada da Bica, Estrada do Galeão, Estrada do Cacuia, Rua Tenente Cleto Campello, praias de Olaria, Cocotá e Barão, até a esquina da Rua Bujuru, Praia da Guanabara, até a Pedra dos Amores e vice-versa.

Suas seções eram: Ribeira até o começo da Estrada do Tenaro, $200 (duzentos réis); daí até o fim da Praia de Cocotá, $200 (duzentos réis); deste ponto até a Pedra dos Amores, $200 (duzentos réis) e vice-versa. A variante: Ribeira até o entroncamento da Nova Estrada Radiotelegráfica com a da Bica, $200 (duzentos réis); daí até o fim da Praia de Cocotá, $200 (duzentos réis); deste ponto até a Pedra dos Amores, $200 (duzentos réis) e vice-versa.

Na linha Ponte das Barcas x Jardim Guanabara, seu itinerário foi: Ponte da Ribeira, Rua Maldonado, Praia do Jequiá, ponte da Estrada da Radiotelegrafia da Marinha, Estrada da Radiotelegrafia, Praia da Bica e Jardim Guanabara.

E as seções eram: da Ponte da Ribeira ao entroncamento da Nova Estrada Radiotelegráfica com a da Bica, $200 (duzentos réis); deste ponto ao Jardim Guanabara, $200 (duzentos réis) e vice-versa (referência: Jornal do Brasil, 13/04/1934).

A linha Ribeira x Jardim Guanabara passou para a Companhia Santa Cruz S.A. em 28 de maio de 1936, mantendo seu itinerário e preços de passagens (referências: Jornal do Brasil, 31/05/1936, 03/06/1936 e 04/06/1936).

Em 1937 é confirmado um Termo de Prorrogação de Autorização, para a empresa continuar explorando por mais quatro anos as linhas Ribeira x Fleixeiras e Ribeira x Freguesia, com sede, garagem e oficinas à Praia de Olaria, nº 83, Ilha do Governador, tendo o termo sido assinado em 18 de agosto de 1935.

Essas linhas tinham os seguintes itinerários e seções:

- linha Ribeira x Fleixeiras: Ponte da Ribeira, Rua Maldonado, Praia do Jequiá, Estrada do Jequiá, Estrada da Bica, Cabeceira do Jequiá, Estrada do Tenaro, Estrada do Cacuia, Estrada do Galeão, Estrada do Maracajá, Estrada do Morro Inglês, Estrada do Itacolomi até Fleixeiras. Era composta das seções: Ponte da Ribeira à Estação do Rádio, $200 (duzentos réis); Estação do Rádio à Estrada do Galeão, km 4, $200 (duzentos réis); Estrada do Galeão, km 4 ao km 7, $300 (trezentos réis); Estrada do Galeão, km 7 à Ponte das Barcas do Galeão, $300 (trezentos réis); Ponte das Barcas do Galeão até o fim da Estrada do Inglês, $300 (trezentos réis); e da Estrada do Itacolomi a Fleixeiras, $200 (duzentos réis) e vice-versa. Para efeito de informação, Fleixeiras é onde ficam atualmente as recepções do Aeroporto Internacional do Galeão, ou seja, a linha fazia um percurso de ponta a ponta, em toda extensão da Ilha do Governador.

- linha Ribeira x Freguesia: Ponte da Ribeira, Rua Maldonado, Praia do Jequiá, Estrada do Jequiá, Estrada do Tenaro, Estrada do Cacuia, Rua Tenete Cleto Campello, Praia de Olaria, Cocotá, Rua Barão, Praia Guanabara, Pedra dos Amores até Freguesia. Era composta das seções: Ponte da Ribeira à Estrada do Jequiá, $200 (duzentos réis); Estrada do Jequiá à Praia do Barão, $200 (duzentos réis); e da Estrada do Cocotá à Pedra dos Amores, $200 (duzentos réis).

DODF, 16 de fevereiro de 1938 (respeitando-se a grafia da época):

Termos de Contrato
Secretaria Geral de Viação, Trabalho e Obras
Públicas
DIRETORIA DOS SERVIÇOS DE UTILIDADE PÚBLICA
TERMO DE PRORROGAÇÃO DE AUTORIZAÇÃO
Pelo qual é prorrogada por mais período de quatro (4)
anos, a licença concedida à Emprêsa "E. L. Freitas".
“Aos quinze dias do mês de fevereiro do ano de mil novecentos e
trinta e sete, na Diretoria dos Serviços de Utilidade Pública, da Secretaria
Geral de Viação, Trabalho e Obras Públicas, da Prefeitura
do Distrito Federal, estando presentes o respectivo diretor, engenheiro
civil Mário S. Pereira, e as testemunhas infra-assinadas, compareceu
a firma individual Emídio Luiz de Freitas, proprietária da
empresa "E. L. Freitas", que explora a indústria de transporte coletivo
em auto-onibus, com sede, garage e oficinas à praia de Olaria
n. 83 (Ilha do Governador), para firmar o presente termo que, de
acordo com os despachos do Sr. diretor, de 8 de outubro e 20 de novembro
de 1937, exarados no processo n. 2.975/36, que se acha anexo
ao de n. 587, de 1936, tem par finalidade especial prorrogar, sob as
condições abaixo estabelecidas, a licença concedida à citada emprêsa
que terminou em 18 de agôsto de 1935;
Primeira - Fica prorrogada a licença concedida à Emprêsa "E.
L. Freitas", para exploração das linhas "Ribeira-Fleixeiras" e "Ribeira-
Freguezia", por mais um período de quatro (4) anos, a contar
de 18 de agôsto de 1935, data em que terminou a licença anterior.
Segunda - A firma individual Emídio Luiz de Freitas se compromete,
sob pena de nulidade da licença a que se refere êste termo,
a continuar a dar cumprimento integral ao Regulamento baixado com
o decreto n. 3.926, de 23 de junho de 1932, e a todas as leis, decretos,
regulamentos, portarias, ordens e avisos emanados da autoridade municipal
competente, quer os já em vigôr, quer os que venham a ser
baixados na vigência do presente termo, e a não causar nenhum embaraço
à execução do decreto n. 4.804, de 13 de junho de 1934, que
determina a divisão da cidade em zonas, para efeito da organização
do serviço de onibus, submetendo-se a tudo que nesse sentido fôr determinado
pela Prefeitura, bem como a fazer, desde que a mesma
Prefeitura julgue necessário, para conveniência pública ou para o
tráfego em geral, qualquer alteração nos itinerários, pontos de estacionamento,
secções e preços de passagens das suas linhas, respeitado
em tudo, entretanto, o disposto no art. 7° do citado decreto número
4.864.
Terceira - As linhas acima mencionadas obedecerão aos seguintes
itinerários, seccionamento e preços de passagens: Linha "Ribeira-
Fleixeiras" - Itinerário: - Ponte da Ribeira, rua Maldonado, praia
do Jequiá, estrada do Jequiá, estrada da Bica, Cabeceira do Jequiá,
estrada do Tenaro, estrada do Cacuia, estrada do Galeão, estrada do
Maracajá, estrada do Môrro Inglês, estrada do Itacolomi até Fleixeiras.
Seccionamento: - Ponte da Ribeira-Estação do Rádio, $200 (duzentos
réis); Estação do Rádio-estrada do Galeão (klm. 4), $200 (duzentos
réis); estrada do Galeão (klm. 4)-quilômetro 7, $300 (trezentos
réis); estrada do Galeão (klm. 7)-ponte das barcas do Galeão,
$300 (trezentos réis); ponte das barcas do Galeão-fim da estrada do
Inglês, $300 (trezentos réis); estrada do Itacolomi-Fleixeiras, $200
(duzentos réis). Linha "Ribeira-Freguezia" - Itinerário: - Ponte
da Ribeira, rua Maldonado, praia do Jequiá, estrada do Jequiá, estrada
do Tenaro, estrada do Cacuia, rua Tenente Cleto Campêlo, praia
de Olaria, Cocotá, rua Barão, praia Guanabara, pedra dos Amores até
Freguezia. Seccionamento: - Praia da Ribeira-estrada do Jequiá,
$200 (duzentos réis); estrada do Jequiá-praia do Barão, $200 (duzentos
réis); estrada de Cocotá-pedra dos Amores, $200 (duzentos reis).
Quarta - De acôrdo com o que estabelece o artigo 10 do Regulamento
baixado com o decreto n. 3.926, de 23 de junho de 1932, garantirá
o presente termo a caução de 3:000$ (três contos de réis), depositada
nos cofres municipais nas datas indicadas e do modo seguinte:
1:000$ (um conto de réis), em moeda corrente pela guia número
1.353, desta Diretoria, em 18 de agôsto de 1931; 1:000$ (um
conto de réis), em moeda corrente, pela guia n. 2.655, desta Diretoria,
em 12 de abril de 1934; 1:000$ (um conto de réis), em moeda
corrente, pela guia n. 3.616, desta Diretoria, em 28 de julho de 1937.
Quinta - Fica entendido que a Prefeitura se reserva o direito
de estabelecer serviço de onibus, em qualquer itinerário, em combinação
com os bondes, desde que julgue conveniente ao interesse público.
E, para firmeza do que acima ficou estabelecido, lavrou-se o
presente termo que, depois e lido e achado conforme pelas partes interessadas,
é por elas assinado, pelas testemunhas, e por mim, Edgar
Barbosa, funcionário que o escrevi e subscrevo. Pela guia n. 3.615,
desta Diretoria, foi pago o impôsto de expediente correspondente ao
presente termo. Sobre cinco (5) sêlos municipais, na importância
total de 9$200 (nove mil e duzentos réis): - Octavio V. Coimbra, diretor.
- Emygdio Luiz de Freitas. - Joaquim Augusto Bastos -
Victor Hugo de França Filho, testemunhas.-Edgard Barbosa, 3º oficial.
Visto. - João Baptista Godinho Drumond, 1º oficial respondendo
pelo expediente da 2ª Secção”.

Soubemos que o Sr. Emygdio recebeu oferta da Prefeitura para explorar a linha Ilha x Cidade, porém como não teve capital suficiente para ‘encarar a empreitada’, ficou com uma linha entre Bonsucesso x Freguesia, gerenciada pelo “João Banana”, que arrendou os ônibus já caindo aos pedaços (referência: Jornal do Brasil, 20/08/1931 e informações do historiador Jaime Moraes).

Há referências que a empresa operou até 1952, fazendo as linhas S-82 – Ponte da Ribeira x Freguesia e S-83 – Ponte da Ribeira x Flexeiras. Seu proprietário tornou-se posteriormente o proprietário da Viação Jardim Guanabara (informações: site MILBUS e livro ‘Guerra de Posições na Metrópole’).

Como curiosidade, em 2008 um dos ônibus da Empreza E. L. Freitas encontrava-se jogado há anos em um terreno no Galeão, sendo posteriormente sucateado (referência: informações do historiador Jaime Moraes).

[Pesquisa de Eduardo Cunha e Claudio Falcão]