domingo, 26 de abril de 2015

Viação Republicana

A primeira ‘notícia’ que tivemos sobre a Viação Republicana, veio através de um incidente ocorrido com um dos seus veículos da linha Arsenal de Marinha x Bispo, em abril de 1934, conforme reportado pelo periódico ‘A Noite’.

(A Noite, 16/04/1934)

Já em maio de 1935, o mesmo jornal trazia à luz uma reclamação dos moradores do Catumbi, acerca do mau estado de conservação dos carros da empresa, que além de tudo faziam muito barulho.

(A Noite, 20/05/1935)

Não tardou muito para que a situação da empresa se tornasse insustentável. Leiam adiante o que foi publicado em novembro/1935 pelo ‘Jornal do Brasil’:

FALÊNCIA DECRETADA
Grillo, Brilhante & Cia Ltda. – “Pelo Juiz da 3ª Vara Cível foi decretada a falência da firma Grillo, Brilhante & Cia. Ltda., estabelecida à Rua Haddock Lobo, 66, em face da confissão de insolvência tomada por termo. O termo legal retroagiu a 29 de setembro, marcado o prazo de 20 dias para os credores se habilitarem; designado o dia 21 de janeiro de 1936 para a assembleia de credores”, etc. (1).

Nota: Grillo, Brilhante & Cia. Ltda. era a firma proprietária da Viação Republicana.

E em 1º de dezembro de 1936 foi assinado por Alighiero Bearini, concordatário da firma Grillo, Brilhante & Cia. Ltda. e pelos representantes da firma Neves & Brauer (Viação Central), esta com sede, garagem e oficinas à Rua Barão de Ubá, nº 35, um termo de transferência e incorporação de autorização, transferindo para a firma Neves & Brauer a licença concedida à Viação Republicana e incorporando-a à Viação Central.

A única linha até então explorada pela Viação Republicana, Arsenal de Marinha x Bispo, foi transferida para a zona de atuação da Viação Central, e, por esse motivo, passou a ‘circular’ em outro trajeto, Praça Paris x Estrada de Ferro.

Itinerário: Ida – Praça Paris, Av. Beira-Mar, Rua Teixeira de Freitas, Largo da Lapa, Av. Mem de Sá, Rua Maranguape, Rua dos Arcos, Rua Lavradio, Rua da Relação, Rua dos Inválidos, Praça da República (lado da Prefeitura) e Estrada de Ferro. Volta – Estrada de Ferro, Praça da República (lado da Casa da Moeda), Rua Vinte de Abril, Rua Carlos de Carvalho, Rua Ubaldino do Amaral, Av. Henrique Valadares, Rua da Relação, Av. Gomes Freire, Rua do Riachuelo, Av. Mem de Sá, Rua Maranguape, Largo da Lapa, Rua da Lapa e Praça Paris.

Seção única: Praça Paris à Estrada de Ferro, $200 (duzentos réis) (2).

Referências:

(1) – Jornal do Brasil, 10/11/1935.
(2) – Jornal do Brasil, 03/12/1936.

[Pesquisa de Claudio Falcão e Eduardo Cunha]

domingo, 19 de abril de 2015

Viação Americana

As atividades da Viação Americana começaram quando os representantes da firma Alexandre Ferreira & Irmão [Manuel Ferreira] assinaram, a 20 de março de 1934, o termo inicial de obrigação para estabelecer um serviço de transporte de passageiros por meio de “ônibus-automóveis”, com a linha Jardim do Méier x Arsenal de Marinha.

Sede da firma: Rua Lino Teixeira, nº 178 – Jacaré.

Itinerário da linha: Jardim do Méier, ruas Arquias Cordeiro, Souza Barros, Dois de Maio, Lino Teixeira, Ana Néri, São Luiz Gonzaga, Largo da Cancela, Praça Marechal Deodoro, ruas Figueira de Mello, Francisco Eugênio, Av. Francisco Bicalho, Rua Visconde de Itaúna (ida), Rua Senador Eusébio (volta), Praça da República, Av. Marechal Floriano, Rua Visconde Inhaúma, até próximo ao Arsenal de Marinha, e vice-versa.

Suas seções: Méier ao Largo do Jockey Club, $400 (quatrocentos réis); Largo do Jockey Club à Cancela, $200 (duzentos réis); Cancela à Estação da Leopoldina, $200 (duzentos réis) e Leopoldina ao Arsenal de Marinha, $400 (quatrocentos réis) (1).

Duas pequenas notas foram encontradas por nós na imprensa, a respeito da assinatura desse termo de obrigação.

(Diário da Noite, 22/03/1934)

(O Paiz, 24/03/1934)

Adiante os leitores poderão verificar o aspecto de um ônibus da empresa, envolvido em um acidente com um bonde, no centro da cidade, em outubro/1935.

(A Noite, 02/10/1935)

Já em 19 de agosto de 1937, os representantes da mencionada firma viriam a assinar um termo de incorporação e transferência da Viação Americana para a Viação São Jorge, pelo qual Alexandre Ferreira & Irmão transferiam a Reinaldo Moreira, proprietário da Viação São Jorge, a Viação Americana, incorporando-as e constituindo-se uma só empresa: Viação São Jorge.

A linha envolvida na negociação era Monroe x Méier, não mais Jardim do Méier x Arsenal de Marinha, aquela estabelecida no termo inicial de obrigação, de março/1934.

Não conseguimos, até o momento, precisar quando ocorreu tal mudança.

Itinerário da ‘nova’ linha: avenidas Rio Branco, Marechal Floriano, Praça da República, Rua Senador Eusébio (ida), Rua Visconde de Itaúna (volta), Rua Francisco Bicalho, Rua Francisco Eugênio, Rua Figueira de Mello, Campo de São Cristóvão, Largo da Cancela, Rua São Luiz Gonzaga, Rua Ana Néri, Rua Dr. Garnier, Rua Conselheiro Mayrink, Rua Lino Teixeira, Rua Souza Barros, Rua Arquias Cordeiro, Rua Carolina Méier, Rua Aristides Caire, e vice-versa.

Seções: Monroe à Rua Camerino, $200 (duzentos réis); Monroe à Leopoldina, $400 (quatrocentos réis); Leopoldina à Cancela, $200 (duzentos réis); Cancela ao Jockey Club, $200 (duzentos réis); Jockey Club ao Méier, $400 (quatrocentos réis) e direta (Monroe ao Méier), 1$200 (hum mil e duzentos réis).

Nota: No mesmo dia, o Sr. Reinaldo Moreira transferia a Viação São Jorge para a firma Viação São Jorge Ltda., através de um termo de transferência de autorização (2).

Referências:

(1) – Jornal do Brasil, 22/03/1934.
(2) – Jornal do Brasil, 21/08/1937.

[Pesquisa de Claudio Falcão e Eduardo Cunha]

domingo, 12 de abril de 2015

Viação Ideal

Nossa matéria de hoje retrata mais um italiano que veio viver no Rio, constituiu família, se especializou em transportes e se naturalizou brasileiro, como fez também o seu compatriota Mário Bianchi, ambos da cidade de Trieste. A diferença entre eles é que Bianchi começou quase nove anos antes e morreu muito cedo, não vendo seu reinado ir adiante como foi o de Luciano Stor, dono da Viação Ideal, atualmente ainda em circulação, e sendo a mais antiga empresa carioca.

Assim como Bianchi, não começou sozinho e sim com um sócio, Carlos Teixeira de Vasconcellos, daí a primeira razão social da empresa: Stor & Vasconcellos.

Aqui, inserimos uma declaração do historiador Jaime Moraes, do blog Ilhajaime: “Quando lecionava para o antigo Curso Ginasial, fui professor do Jayme Stor, filho de um dos donos da Viação Ideal. Como ele sabia que eu gostava  de colecionar velharias, certo dia me presenteou com o velocímetro, cuja foto lhe envio. Foi retirado de um ‘Aclo’, que infelizmente foi sucateado para a retirada de peças. O velocímetro é uma obra prima de robustez, com um rolamento de esferas na entrada do cabo que vem da caixa de mudanças. O corpo é de alumínio fundido e tem uma inscrição com a data de 1931.  Impressiona para a época a velocidade máxima de 100 km/h. Os ‘Aclo’ eram bem capazes de atingir esta velocidade... Curiosamente é o mesmo tipo de velocímetro, inclusive a marca, utilizado nos veículos da Rolls Royce, com o zero na parte superior.”  


Dito isso, temos a primeira informação publicada, dando satisfação à população da criação de uma linha entre o Largo do Tanque e o Pontal, atualmente conhecido como Recreio dos Bandeirantes.

Nessa informação constava itinerário e seções, que eram:

- Itinerário: Tanque, Estrada da Taquara, Estrada da Pavuna, Camorim, Abaeté, Vargem Pequena, Vargem Grande, Rio Bonito, Estrada das Piabas e Pontal.

- Seções: foram divididas em seções de $500 (quinhentos réis), do Tanque à Pavuna, da Pavuna ao Camorim, do Camorim a Vargem Pequena, da Vargem Pequena a Vargem Grande, da Vargem Grande a Piabas, de Piabas ao Recreio e tendo a passagem direta o custo de 3$000 (três mil réis).

(Diário da Noite, 21/12/1933)

O despacho dando concessão para a linha foi deferido em 21 de outubro de 1933, mas seu Termo Inicial de Obrigação só foi assinado mais tarde. A sede da empresa era na Estrada da Vargem Grande, em Jacarepaguá.

(Jornal do Brasil, 21/12/1933)

Em 1936, temos o rompimento da sociedade e um novo Termo de Transferência de Autorização é oficializado em 21 de dezembro de 1936, de Stor & Vasconcellos (Luciano Stor e Carlos Teixeira de Vasconcellos), proprietários da Viação Ideal, para Luciano Stor, agora sendo denominada Empresa Viação Ideal S.A.

A linha mudou para Largo do Tanque x Recreio dos Bandeirantes, e o seu itinerário passou a ser Largo do Tanque, Estrada da Taquara, Estrada Guaratiba, Ponte de Pavuna, Camorim, Vargem Pequena, Vargem Grande, Piabas, Estrada das Piabas, Caminho dos Bandeirantes, e vice-versa.

Suas seções foram divididas em Largo do Tanque à Ponte da Pavuna, $500 (quinhentos réis); da Ponte da Pavuna a Camorim, $500 (quinhentos réis); do Camorim a Vargem Pequena, $500 (quinhentos réis); de Vargem Pequena a Vargem Grande, $500 (quinhentos réis); da Vargem Grande a Piabas, $500 (quinhentos réis) e de Piabas ao Recreio dos Bandeirantes, $500 (quinhentos réis) (1).

Conforme recorte anexo, em 1939 a empresa obteve licença da PDF para a inclusão de mais um ônibus na frota.

(Correio da Manhã, 26/09/1939)

Os dois próximos recortes, mostram um atropelamento na Estrada dos Bandeirantes, ocorrido com um ônibus da empresa, já então fazendo a linha Taquara x Recreio dos Bandeirantes.

(Diário Carioca, 11/05/1948) 

(Diário da Noite, 11/05/1948)

Conforme novo recorte encontrado, garantimos e afirmamos que a linha Largo do Tanque x Recreio dos Bandeirantes ainda existia na data e ostentava o número de linha S-31.

Vejam senhores “passageiros”, o que pode acontecer quando há discussões, por causa do aumento da passagem do S-31. Seu motorista levou tiros em suas nádegas, de um passageiro com o qual ele discutiu e o que deve ter-lhe custado ficar muitos dias de molho, sem exercer a sua função profissional, acho até que para ele seria bastante difícil caminhar, quanto mais dirigir... 

(A Noite, 12/03/1952)

Nessa próxima informação, apesar de ser sobre um acidente com um ônibus da empresa, nos mostra a existência de uma linha desconhecida até então, Cascadura x Camorim, pena não sabermos seu número.

(Diário da Noite, 13/07/1954)

A seguir, foto de ônibus da frota da Ideal. Carros novos, caros e sem estrada de rodagem para atender às necessidades deles e da população.

Viação Ideal - década de 50

Já entrando pela década de 50, a Ideal, com seus possantes veículos, tem problemas financeiros devido ao descaso das autoridades – não nos referimos ao preço das passagens cobradas –, e sim pela falta total de estrutura da Prefeitura para manter o perfeito estado das vias por onde a empresa trafega, principalmente por dois motivos importantes, o bem estar dos passageiros e a manutenção dos bons veículos da empresa, em circulação.

Nessa matéria podemos observar uma nova linha explorada por ela, Cascadura x Recreio.

(Diário Carioca, 10/05/1955)

(Gazeta de Notícias, 05/06/1955)

Vejam que o “inusitado hábito” de incendiar e depredar ônibus não é de hoje, já era fato em 1955, conforme nos mostra o recorte a seguir .

(Correio da Manhã, 15/07/1955)

As fichas mostradas adiante, como são da década de 50, devem ter sido usadas nas linhas de Jacarepaguá.



E agora, aqui temos a data efetiva na qual a Ideal deixou de trafegar em Jacarepaguá e foi para Ilha do Governador operar a linha 207 – Castelo x Ribeira, obedecendo ao seguinte itinerário: Ribeira, Jardim Guanabara, Estrada do Galeão, Av. Brasil, Av. Francisco Bicalho, Av. Pres. Vargas, Rua Uruguaiana, Rua Alm. Barroso, Rua Graça Aranha e Castelo. Na volta, Av. Rio Branco, Av. Pres. Vargas e demais ruas como na vinda.

Assim começa a segunda via crucis da Ideal, mudando literalmente seu local de trabalho, de Jacarepaguá (Zona Rural) para a Ilha (Zona Norte).

(Diário de Notícias, 04/09/1955)

Aqui, juntos, temos dois exemplares da Ideal, provavelmente alugados para algum clássico que estivesse acontecendo no Maracanã.

(Acervo: Memória do Ônibus)

Temos uma reportagem feita por um jornal, exclusivamente sobre a Viação Ideal, onde seu proprietário revelou seu desconforto pelos gastos com manutenção dos veículos e pelo não aumento das passagens. Soubemos também qual a causa que levou a empresa a sair de Jacarepaguá e ingressar na Ilha, além do convite do proprietário da Paranapuan. O que lhe magoou mais foi o fato de um dos seus veículos ter sido incendiado pela população a que atendia.

(Gazeta de Notícias, 18/08/1956)

Vemos a seguir outra notícia, onde é assegurado o transporte para a Ilha, executado pela linha Castelo x Ribeira.

(A Noite, 19/11/1957)

A próxima matéria mostra que há alguns interesses e “interessados” em que haja uma ligação com lotações ou micro-ônibus da Ilha para a Zona Sul e também para o Centro do Rio, coisa que comprovadamente não se faz necessário, bastando a prestação de serviço que a Ideal e a Paranapuan prestavam.

(Diário da Noite, 04/12/1957)

A matéria seguinte é de elogios à empresa, sob o aspecto pontualidade e limpeza dos seus veículos.

A outra é um caso interessante, ou no mínimo inusitado: os trocadores da Ideal declaram-se em greve, devido ao não pagamento do salário mínimo estabelecido por lei. O órgão competente se propõe até a penhorar os bens das empresas que não se adequarem a esse novo piso salarial!!!

Nessa matéria e na anterior podemos observar que a empresa já estava também operando a linha 205 – Cocotá x Castelo.

(Última Hora, 14/11/1958)

(Diário de Notícias, 02/04/1959)

Mantendo a sua tradição de usar carrocerias da Grassi, seguem quatro exemplos, sendo dois da década de 50 e outros dois de 60. Em um dos de 60, nota-se a falta da capelinha, para o número da linha

Agora as fichas já estampam as linhas que a empresa atendia na Ilha do Governador

Viação Ideal - década de 50



Viação Ideal - década de 60

Agora, caros confrades, segue uma descoberta que é total novidade no meio dos busólogos. A S-26 começou sua vida como Saenz Peña x Cocotá, operada pela Ideal, em 1962. 

(Diário de Notícias, 02/11/1962)

Temos então uma proposta dos moradores da Ilha, ouvida pela Ideal, para tentar colocar uma linha circular no interior da própria Ilha, atendendo da Freguesia ao Jardim Ipitangas e bairros do entorno.

(Diário de Notícias, 14/04/1966)

Nessa congratulação com os moradores da Ilha e, de tabela, informando seu atual endereço, Estrada do Galeão, nº 180, estrada esta que foi denominada como Av. Coronel Luiz de Oliveira Sampaio.

(Diário de Notícias, 02/06/1966)

A matéria a seguir nos mostra quais linhas estão sendo operadas pela Ideal, como também o desconforto dos moradores pelas atitudes tomadas por ela e pelo BTC (Bureau dos Transportes Coletivos).

As duas linhas circulares eram a 902 e 903 (Ribeira x Bananal, ambas), as quais acreditamos que anteriormente tenham sido Freguesia x Jardim Ipitangas.

Por sua vez, a 901, que era da Auto Viação Ilha, foi comprada pela Ideal, tanto a empresa quanto os seus veículos, dito pelos moradores caindo aos pedaços e posteriormente passados para a Guanabarina.

Além disso, a Ideal, que já operava a 696 – Méier x Cocotá, pretendia estender até a Freguesia, para acabar com a 901 – Bonsucesso x Bananal, algo que não ocorreu, pois a linha 696 foi para a Praia do Dendê e a 901, repassada para a Guanabarina e posteriormente, em 1973, para a Paranapuan. E tome reclamações para uma empresa que já teve seus méritos de elogios na década de 50, quando se plantou na Ilha.

(Diário de Notícias, 10/11/1966)

Interessante a propaganda da empresa, citando em quais linhas opera e informando o seu endereço e telefones.

(Diário de Notícias, 14/09/1967)

Últimos modelos das fichas usadas pela Ideal.



Duas amostras de jornais, dedicando uma página inteira à Ideal, no ano em que ela comemorou seus 50 anos, ainda com a presença do seu fundador, administrando-a.

(Ilha Notícias - 12/1983)

(Jornal Ônibus)

Ela mais uma inova, pensando em seus passageiros, ao adotar os populares “frescões”, nas suas duas principais linhas do Centro para a Ilha. Ônibus mais modernos do que os usados pelas demais empresas e com muita disponibilidade de horários, em ambos os sentidos.

(O Globo - Ilha, 16/12/1990)

(O Globo - Ilha, 23/12/1990)

Sete anos após a adoção dos “frescões”, a Ideal inova sendo a única empresa do município a adotar os micro-ônibus com ar condicionado.

(O Globo - Ilha, 29/06/1997)

No ano em que empresa completou seu 60º aniversário, seu fundador faleceu, ficando a firma na mão dos seus filhos, mantendo o ambiente familiar que ela sempre teve.

(O Globo - Ilha, 06/07/1997)

Porém em 1998 o ambiente familiar é desfeito, com a venda da Ideal para outros proprietários, que comunicam à população, compram novos micros e mudam a padronização visual da empresa.

(O Globo - Ilha, 01/11/1998)

Como citamos anteriormente, a empresa é a mais antiga das empresas cariocas em funcionamento, e em 2017 fará 84 anos. Esperamos que ela tenha condições de continuar em operação por mais tempo e que continue agradando aos seus usuários, como sempre quis o seu fundador, Luciano Stor.

Referência:

(1) – Jornal do Brasil, 24/12/1936.

[Pesquisa de Eduardo Cunha e Claudio Falcão]

domingo, 5 de abril de 2015

Viação Primor

Albino Ribeiro Júnior, proprietário e razão social da Viação Primor, cuja sede e garagem localizavam-se à Rua Conde Bonfim, nº 435, assinou junto à Inspetoria de Concessões da PDF, a 3 de janeiro de 1934, um termo inicial de obrigação, para estabelecer um serviço regular de transporte de passageiros, com a linha de ônibus Praça Saenz Peña x Largo da Lapa.

Era este o itinerário da linha: Praça Saenz Peña, Rua Almirante Cochrane, Rua Mariz e Barros, Praça da Bandeira, Avenida do Mangue, Rua de Santana, Rua do Riachuelo, Largo da Lapa, e vice-versa.

Suas seções: Praça Saenz Peña à Rua Afonso Pena, $200 (duzentos réis); Rua Afonso Pena à Praça Onze de Junho, esquina de Rua de Santana, $200 (duzentos réis) e dali ao Largo da Lapa, $200 (duzentos réis) (1).

Não tardaram as reclamações dos moradores daquelas imediações, notadamente do denominado ‘Bairro 24 de Outubro” (“na Praça Saenz Peña”), de cuja exata localização não temos conhecimento, a respeito da desordem provocada por funcionários, não só da Viação Primor, como também da Viação Central, que transformavam aquele logradouro numa verdadeira oficina a céu aberto, com o barulho inerente a essas atividades, e até altas horas da madrugada. Vejam uma amostra, no recorte a seguir, a respeito desses fatos.

(O Paiz, 27/05/1934)

E menos de dois meses depois, verificamos que, através de um termo aditivo de obrigação, a empresa era ‘absorvida’ exatamente pela Viação Central, pois a 11 de julho de 1934, o Sr. Albino Ribeiro Júnior “cedia e transferia” o termo inicial, de 03/01/1934, e a Viação Primor, para a firma Neves & Brauer, proprietária da Viação Central. Sendo assim, a empresa de Albino era extinta e incorporada à firma de Manoel Martins Neves e Ricardo Brauer, constituindo-se uma só empresa (2).  

Segue um recorte do periódico ‘Diário da Noite’, ainda de julho/1934, a respeito de uma ‘esperteza’ praticada pelos então novos detentores daquela linha.

(Diário da Noite, 07/07/1934)

Referências:

(1) – Jornal do Brasil, 07/01/1934
(2) – Jornal do Brasil, 12/07/1934

[Pesquisa de Claudio Falcão e Eduardo Cunha]