domingo, 24 de janeiro de 2016

Companhia de Transportes Campo Grande

Ficha do início da década de 50

No início de suas atividades, a Companhia de Transportes Campo Grande tinha sua garagem localizada à Rua João Ricardo, nº 24, Largo da Cancela – São Cristóvão, de acordo com informações colhidas em DOU/DF.

E em dois periódicos de grande circulação, à época, no Rio de Janeiro, ‘Correio da Manhã’ e ‘Diário de Notícias’, encontramos citações referentes à CTCG em setembro de 1951.

Em ambos os casos, eram críticas a um grande empréstimo efetuado à empresa, pelo Banco da Prefeitura, para estabelecimento da linha Campo Grande x Lapa.

Informava-se que a CTCG já explorava, “em regime deficitário”, as linhas 84 e 85 (ambas no trajeto Lins de Vasconcelos x Santa Rita), além da 104 – Praça Barão de Drummond x Praça General Osório e da 106 – Lins x Urca.

(Correio da Manhã, 14/09/1951)

(Diário de Notícias, 14/09/1951)

Pela notícia de um acidente, em maio de 1952, verificamos que a empresa estava circulando com a linha Candelária x Campo Grande, cujo número era 78.

(Diário da Noite, 06/05/1952)

Já pela pequena nota adiante, a respeito da posse da ‘nova’ diretoria do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Rio de Janeiro, tomamos ciência de que o Sr. Pedro Avelino, presidente empossado, também era o presidente das empresas TURI, EMO, bem como da própria CTCG.

(Correio da Manhã, 11/07/1952)

Pelos recortes a seguir, a respeito de novo acidente, vemos que outra linha era explorada pela CTCG. Era a linha 92 – Praça Independência (Praça Tiradentes) x Penha.

(A Noite, 16/07/1952)

(Diário da Noite, 16/07/1952)

Adiante, temos uma imagem bem pouco nítida de um ônibus da empresa, dito da linha Acari x Candelária, na estação de ônibus de Acari. O texto dizia que corriam onze veículos nessa linha, sendo o preço da passagem de Cr$5,00 (cinco cruzeiros).

(Diário da Noite, 06/08/1952)

A seguir, mostramos a pequena notícia de outro acidente com um ônibus da linha 92, agora na Av. Presidente Vargas.

(Diário de Notícias, 21/10/1952)

Já na matéria adiante, veem-se as queixas dos usuários da linha 91 – Praça Independência x Acari, outrora explorada pela Copanorte, e naquela época pela CTCG, quanto ao mau estado da frota, a impontualidade nas partidas e também quanto aos funcionários, por vezes desuniformizados, “maltrapilhos e sujos”.

(Diário de Notícias, 08/01/1953)

No mês seguinte, uma briga envolvendo o motorista e o trocador de um carro da linha 92, e o condutor e o passageiro de um automóvel que teria sido abalroado pelo ônibus. O caso foi parar na delegacia.

(A Noite, 18/02/1953)

Em maio de 1953, sério acidente com um ônibus da linha 92 – IAPI x Praça Tiradentes (aqui já aparece a denominação atual do logradouro).

(A Noite, 13/05/1953)

Agora foi um ônibus da linha 91 – Praça Independência x Acari a se envolver em um acidente, supostamente por falha nos freios, na Av. Presidente Vargas, região da Praça Onze.

(Diário de Notícias, 14/08/1953)

Ainda naquele mês, interessante matéria do periódico ‘Correio da Manhã’, mostrava as queixas dos usuários da linha Tiradentes x Acari, que contava com apenas três veículos circulando, com “elevados preços das passagens”.

Notem que nesta reportagem acham-se também mencionadas duas linhas que eram exploradas pela Viação Redentor: S-14 – Cascadura x Anchieta e S-12 – Cascadura x Bangu.

(Correio da Manhã, 30/08/1953)

Adiante, mais queixas com relação aos ônibus da linha Acari x Praça Tiradentes, que “vivem enguiçados”.

(Diário de Notícias, 16/06/1954)

Já em janeiro do ano seguinte, uma pequena nota dá conta de que o acervo da CTCG havia sido adquirido pelos representantes da Mercedes Benz no Rio de Janeiro, com a intenção de transformar seus ônibus em caminhões, “que é mais rendoso”.

(Diário Carioca, 13/01/1955)

Dois meses depois, na coluna de ‘Falências e concordatas’ do diário ‘A Noite’, verificamos um despacho em que o juiz da 14ª Vara Cível “mandou ouvir a falida, o síndico e o Dr. Curador de Massas”, referindo-se à Companhia de Transportes Campo Grande.

(A Noite, 10/03/1955)

[Pesquisa de Claudio Falcão e Eduardo Cunha]

2 comentários:

  1. Prezado Eduardo, o curioso desta matéria sobre a CTCG foi a descoberta dela ter operado as linhas 84, 85, 104 e 106. Entretanto, estas linhas em 1951 eram concessões do grupo Independência/Popular. Isto está parecendo ser uma operação da CTCG em caráter provisório, devido alguma punição para a Independência. Sobre a CTCG, ela adquiriu em 1951 50 carros novos da Mercedes-Benz para operar a 78 - Candelária x Campo Grande. Contudo, a Prefeitura veta a criação da nova empresa, alegando a distância superior a 50 km e as altas tarifas estipuladas. Em contra proposta, oferece linhas internas à Campo Grande, que eram operadas pela São José. Os donos da futura empresa recusam tal oferta, e ainda acrescentam que mais 15 carros novos haviam sido encomendados. Pressionada, a Prefeitura autoriza, em caráter provisório, a operação da 78, mas a mesma teve vida curta. Acredito que foi nesse momento que ela passa operar, também em caráter provisório, as linhas 84, 85, 104 e 106, por motivos ainda a serem descobertos. Com a volta da concessão dessas linhas para a Independência, a CTCG assume linhas da extinta Copanorte, a 91 e 92. Abraços, Antonio Sérgio.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Acredito que tenha sido em carater emergencial que ela entrou na 84, 85, 104 e 106, para não deixar "os buracos vazios" pois pelo que entendi a linha da Cidade x Campo Grande, não pegou, devido aos preços. Não comentamos mas sabíamos que ela tinha recebido ofertas para operar linhas municipais da São José e as rejeitou. Depois ela foi se firmando e acredito que tenha durado pouco pois bateu com a grande maioria dos seus carros. Abraços Antonio Sérgio, Eduardo.

      Excluir