Ficha do início da década de 50 |
No início de
suas atividades, a Companhia de Transportes Campo Grande tinha sua garagem
localizada à Rua João Ricardo, nº 24, Largo da Cancela – São Cristóvão, de
acordo com informações colhidas em DOU/DF.
E em dois
periódicos de grande circulação, à época, no Rio de Janeiro, ‘Correio da Manhã’
e ‘Diário de Notícias’, encontramos citações referentes à CTCG em setembro de
1951.
Em ambos os
casos, eram críticas a um grande empréstimo efetuado à empresa, pelo Banco da
Prefeitura, para estabelecimento da linha Campo Grande x Lapa.
Informava-se que
a CTCG já explorava, “em regime deficitário”, as linhas 84 e 85 (ambas no
trajeto Lins de Vasconcelos x Santa Rita), além da 104 – Praça Barão de
Drummond x Praça General Osório e da 106 – Lins x Urca.
(Correio da Manhã, 14/09/1951) |
(Diário de Notícias, 14/09/1951) |
Pela notícia de
um acidente, em maio de 1952, verificamos que a empresa estava circulando com a
linha Candelária x Campo Grande, cujo número era 78.
(Diário da Noite, 06/05/1952) |
Já pela pequena
nota adiante, a respeito da posse da ‘nova’ diretoria do Sindicato das Empresas
de Transporte de Passageiros do Rio de Janeiro, tomamos ciência de que o Sr.
Pedro Avelino, presidente empossado, também era o presidente das empresas TURI,
EMO, bem como da própria CTCG.
(Correio da Manhã, 11/07/1952) |
Pelos recortes a
seguir, a respeito de novo acidente, vemos que outra linha era explorada pela
CTCG. Era a linha 92 – Praça Independência (Praça Tiradentes) x Penha.
(A Noite, 16/07/1952) |
(Diário da Noite, 16/07/1952) |
Adiante, temos
uma imagem bem pouco nítida de um ônibus da empresa, dito da linha Acari x
Candelária, na estação de ônibus de Acari. O texto dizia que corriam onze
veículos nessa linha, sendo o preço da passagem de Cr$5,00 (cinco cruzeiros).
(Diário da Noite, 06/08/1952) |
A seguir,
mostramos a pequena notícia de outro acidente com um ônibus da linha 92, agora
na Av. Presidente Vargas.
(Diário de Notícias, 21/10/1952) |
Já na matéria
adiante, veem-se as queixas dos usuários da linha 91 – Praça Independência x
Acari, outrora explorada pela Copanorte, e naquela época pela CTCG, quanto ao
mau estado da frota, a impontualidade nas partidas e também quanto aos
funcionários, por vezes desuniformizados, “maltrapilhos e sujos”.
(Diário de Notícias, 08/01/1953) |
No mês seguinte,
uma briga envolvendo o motorista e o trocador de um carro da linha 92, e o
condutor e o passageiro de um automóvel que teria sido abalroado pelo ônibus. O
caso foi parar na delegacia.
(A Noite, 18/02/1953) |
Em maio de 1953,
sério acidente com um ônibus da linha 92 – IAPI x Praça Tiradentes (aqui já aparece
a denominação atual do logradouro).
(A Noite, 13/05/1953) |
Agora foi um
ônibus da linha 91 – Praça Independência x Acari a se envolver em um acidente,
supostamente por falha nos freios, na Av. Presidente Vargas, região da Praça
Onze.
(Diário de Notícias, 14/08/1953) |
Ainda naquele
mês, interessante matéria do periódico ‘Correio da Manhã’, mostrava as queixas
dos usuários da linha Tiradentes x Acari, que contava com apenas três veículos
circulando, com “elevados preços das passagens”.
Notem que nesta
reportagem acham-se também mencionadas duas linhas que eram exploradas pela
Viação Redentor: S-14 – Cascadura x Anchieta e S-12 – Cascadura x Bangu.
(Correio da Manhã, 30/08/1953) |
Adiante, mais
queixas com relação aos ônibus da linha Acari x Praça Tiradentes, que “vivem
enguiçados”.
(Diário de Notícias, 16/06/1954) |
Já em janeiro do
ano seguinte, uma pequena nota dá conta de que o acervo da CTCG havia sido
adquirido pelos representantes da Mercedes Benz no Rio de Janeiro, com a
intenção de transformar seus ônibus em caminhões, “que é mais rendoso”.
(Diário Carioca, 13/01/1955) |
Dois meses
depois, na coluna de ‘Falências e concordatas’ do diário ‘A Noite’, verificamos
um despacho em que o juiz da 14ª Vara Cível “mandou ouvir a falida, o síndico e
o Dr. Curador de Massas”, referindo-se à Companhia de Transportes Campo Grande.
(A Noite, 10/03/1955) |
[Pesquisa de
Claudio Falcão e Eduardo Cunha]
Prezado Eduardo, o curioso desta matéria sobre a CTCG foi a descoberta dela ter operado as linhas 84, 85, 104 e 106. Entretanto, estas linhas em 1951 eram concessões do grupo Independência/Popular. Isto está parecendo ser uma operação da CTCG em caráter provisório, devido alguma punição para a Independência. Sobre a CTCG, ela adquiriu em 1951 50 carros novos da Mercedes-Benz para operar a 78 - Candelária x Campo Grande. Contudo, a Prefeitura veta a criação da nova empresa, alegando a distância superior a 50 km e as altas tarifas estipuladas. Em contra proposta, oferece linhas internas à Campo Grande, que eram operadas pela São José. Os donos da futura empresa recusam tal oferta, e ainda acrescentam que mais 15 carros novos haviam sido encomendados. Pressionada, a Prefeitura autoriza, em caráter provisório, a operação da 78, mas a mesma teve vida curta. Acredito que foi nesse momento que ela passa operar, também em caráter provisório, as linhas 84, 85, 104 e 106, por motivos ainda a serem descobertos. Com a volta da concessão dessas linhas para a Independência, a CTCG assume linhas da extinta Copanorte, a 91 e 92. Abraços, Antonio Sérgio.
ResponderExcluirAcredito que tenha sido em carater emergencial que ela entrou na 84, 85, 104 e 106, para não deixar "os buracos vazios" pois pelo que entendi a linha da Cidade x Campo Grande, não pegou, devido aos preços. Não comentamos mas sabíamos que ela tinha recebido ofertas para operar linhas municipais da São José e as rejeitou. Depois ela foi se firmando e acredito que tenha durado pouco pois bateu com a grande maioria dos seus carros. Abraços Antonio Sérgio, Eduardo.
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