domingo, 21 de fevereiro de 2016

Empreza Companhia Auto-Omnibus

Não temos certeza da razão, mas provavelmente foi para confundir o público e fazer a concorrência de uma forma um tanto quanto desleal, pois era comum usarem o mesmo nome ou nomes parecidos, o suficiente para causar a dúvida e conseguirem mais passageiros.

Assim ‘explicado’, identificamos mais uma empresa nesta situação – e operando o mesmo itinerário da sua homônima, a Auto-Omnibus Ltda. –, Praça Mauá x Monroe, em 1917.

A comprovação é tão flagrante que o Almanak Laemmert identifica essa semelhança no texto a seguir e também estampa a matéria, publicada por um jornal da época, sobre a nova empresa. Em suma, então descobrimos uma nova empresa fazendo uma linha já nossa velha conhecida.


(Correio da Manhã, 28/11/1917)

Posteriormente, devido a eventos de jogos do campeonato sul-americano, a mesma empresa operou linha extraordinária, nestes dias, entre a Praça Mauá x Rua Guanabara, provavelmente no campo do Fluminense, nas Laranjeiras. A linha tinha 3 seções, conforme mostrado no  recorte.

(Correio da Manhã, 13/05/1919)

A partir daí não obtivemos mais informações sobre a empresa.

[Pesquisa de Eduardo Cunha e Claudio Falcão] 

domingo, 14 de fevereiro de 2016

Viação Santa Thereza

Foi uma pequena nota publicada em maio de 1936 no ‘Jornal do Brasil’ a mais remota notícia que tivemos sobre a Viação Santa Thereza.

Tratava-se de um despacho definitivo, “deferido”, da Diretoria dos Serviços de Utilidade Pública da PDF, para a empresa.

Teria sido a autorização para que a empresa passasse a circular com seus ônibus?

(Jornal do Brasil, 13/05/1936)

E cerca de um mês depois, já vinha a primeira multa.

(Jornal do Brasil, 17/06/1936)

Através da notícia de um incêndio ocorrido em um dos seus carros, em dezembro de 1937, verificamos que a Viação Santa Thereza operava uma linha para Madureira.

(Correio da Manhã, 14/12/1937)

E a informação se completava, logo no mês seguinte, com um acidente em Rocha Miranda, que envolveu um dos seus carros, que circulava na linha S-25 – Madureira x Coelho Neto (operada depois pela Viação Santos Dumont), e dois caminhões.

(A Noite, 03/01/1938)

(Correio da Manhã, 04/01/1938)

(Jornal do Brasil, 04/01/1938)

Ainda no mesmo mês, chegavam pelo ‘Jornal do Brasil’ reclamações quanto ao pequeno número e ao mau estado dos ônibus da empresa, que no dizer deste periódico fazia “as diversas linhas”: S-21 – Madureira-Colégio (também explorada depois pela Viação Santos Dumont), S-24 – Madureira x Bento Ribeiro (depois Madureira x Honório Gurgel, via Bento Ribeiro, operada posteriormente pela Viação Estrela do Norte), etc.

(Jornal do Brasil, 19/01/1938)

(Livro '100 Anos de Ônibus na Cidade do Rio de Janeiro')

Adiante, mais uma multa dirigida a um dos carros da empresa.

(Diário de Notícias, 29/07/1938)

E agora, novo acidente com um dos seus veículos, em Madureira, com vítima fatal.

(O Jornal, 21/03/1939)

A seguir, uma intimação para quitação de débito.

(Diário Carioca, 12/04/1939)

E ainda no mesmo mês, intimação para retirar um dos seus carros de circulação, que deveria ser substituído por um novo ou reformado.

(Diário Carioca, 20/04/1939)

No final de outubro de 1939, mais um acidente com um dos seus ônibus.

(O Jornal, 01/11/1939)

Outro acidente com vítima fatal, agora em fevereiro de 1940.

(Correio da Manhã, 08/02/1940)

Ainda em fevereiro de 1940, nova multa contra a empresa, “por ter deixado de observar o horário em duas de suas linhas” (o detalhe sublinhado é nosso).

(O Imparcial, 21/02/1940)

E, adiante, temos mais reclamações quanto à irregularidade no cumprimento dos horários e na “falta de conforto” dos carros da linha Madureira x Colégio, da empresa.

(Jornal do Brasil, 05/04/1940)

Depois dessa data nada mais localizamos sobre a Viação Santa Thereza nos jornais por nós pesquisados, embora saibamos ainda que, na década de 40, a empresa também explorou a linha Madureira x Pavuna, da qual não sabemos o número.

[Pesquisa de Claudio Falcão e Eduardo Cunha]

domingo, 7 de fevereiro de 2016

Viação Nossa Senhora das Graças

Através da notícia de um atropelamento, em outubro de 1949, tomamos conhecimento da existência da Viação Nossa Senhora das Graças.

(Diário de Notícias, 05/10/1949)

Em março de 1950, a nossa já conhecida notícia da falência de doze empresas, dentre elas esta, motivo da presente postagem.

(A Noite, 30/03/1950)

No entanto, cerca de oito meses após, pela pequena nota adiante verificamos que a firma Usobral Importadora Ltda. requeria no Juízo da 14ª Vara Cível a falência da Viação Nossa Senhora das Graças.

Na referida nota aparece o nome do proprietário da empresa de viação, Manoel Pereira de Carvalho (também o nome de sua razão social), estabelecido à Rua Teixeira da Costa, nº 86, situada no bairro de Vaz Lobo.

(Correio da Manhã, 01/12/1950)

Mas somente em maio de 1951 é publicada a informação de que o juiz da 14ª Vara Cível “mandou selar e preparar o pedido de falência” contra a empresa.

(Correio da Manhã, 24/05/1951)

No mês de outubro do mesmo ano, vem a notícia de um disparo de revólver contra um motorista de ônibus da Viação Nossa Senhora das Graças, então operando a linha S-73 – Penha x Acari.

(Diário da Noite, 19/10/1951)

Em setembro de 1952, em uma coluna denominada “Títulos Protestados”, do periódico ‘A Manhã’, encontramos a informação de que no Segundo Ofício corria a cobrança de uma promissória de Cr$30.000,00 (trinta mil cruzeiros), cujo emitente era a Viação Nossa Senhora das Graças, constando aí o seu endereço: Rua Custódio de Mello, nº 379 – Penha.

(A Manhã, 09/09/1952)

Naquele mesmo ano, 1952, a linha Penha x Acari foi prolongada até Pavuna.

E a empresa circulou com seus carros até 1953.

[Pesquisa de Claudio Falcão e Eduardo Cunha]