domingo, 31 de agosto de 2014

Viação Irajá

A empresa começou a operar em 1932, através de um termo assinado em 26 de fevereiro daquele ano pelo proprietário Melchiades José Coelho da Rocha, para operar as linhas Cascadura x Barra da Tijuca, Cascadura x Bangu e Madureira x Irajá.

A linha Cascadura x Barra da Tijuca, obedecia ao seguinte itinerário: Cascadura, Rua Coronel Rangel, Rua Cândido Benício, Largo do Tanque, Estrada da Freguesia, Porta da Água, Estrada da Tijuca e Largo da Barra.

Suas seções eram: Cascadura à Praça Seca, $200 (duzentos réis), Praça Seca ao Largo do Tanque, $200 (duzentos réis), Largo do Tanque ao Largo da Freguesia, $200 (duzentos réis), Largo da Freguesia à Estrada da Tijuca com Rio das Pedras, $500 (quinhentos réis), Estrada da Tijuca à Estrada das Furnas, $500 (quinhentos réis) e Estrada das Furnas ao Largo da Barra, $ 500 (quinhentos réis).

A linha Cascadura x Bangu ia por Cascadura, Rua Coronel Rangel, Estrada Intendente Magalhães e Bangu.

As seções eram: Bangu a Realengo, $200 (duzentos réis), Realengo a Capellinha, $200 (duzentos réis), Capellinha a Morgado, $200 (duzentos réis), Morgado a Xavier Conrado, $200 (duzentos réis) e Xavier Conrado a Cascadura, $400 (quatrocentos réis).

A linha Madureira x Irajá, saía pela Rua Domingos Lopes, Estrada Marechal Rangel e Estrada Monsenhor Félix.

Teve também as seguintes seções: Madureira ao Largo de Vaz Lobo, $200 (duzentos réis) e Largo de Vaz Lobo até a Estrada Monsenhor Félix, esquina com a Rua Pau Ferro, $200 (duzentos réis).        

Sua garagem era na Estrada Marechal Rangel, nº 77, Madureira, atual Av. Ministro Edgard Romero (referência: site MILBUS).

(Jornal do Brasil, 02/03/1932)

No ano seguinte, há um termo aditivo, datado de 9 de janeiro de 1933, provavelmente afetando a linha Madureira x Irajá e transferindo-a para Madureira x Vila Santa Teresa.

Essa nova linha obedecia ao seguinte itinerário: Rua Carolina Machado, Rua Maria Freitas, Rua Domingos Lopes, Rua Conselheiro Galvão e Rua dos Rubis, fazendo ponto final na esquina da Rua Ururahy.

Teve as seções: Madureira à Estação de Turiassu, $200 (duzentos réis), da Estação de Turiassu à Estação de Sapé $200 (duzentos réis) e da Estação de Sapé à Rua dos Rubis, esquina de Ururahy, $200 (duzentos réis) (referência: Jornal do Brasil, 10/01/1933).

Ainda em 1933, a empresa trocou de propriedade para Eduardo Duarte da Cruz, filho de Américo Duarte da Cruz, proprietário de outras empresas, mas o Termo de Transferência não cita quais linhas eram operadas por esta empresa, na época.

(Jornal do Brasil, 24/05/1933)

Já em 1936, foi publicada uma nota intimando o proprietário da empresa, Eduardo Duarte da Cruz, a comparecer a uma repartição para comprovar a idoneidade da firma Batista & Simões, interessada em adquirir a Viação Irajá, porém nada foi encontrado sobre essa firma, nem se houve a concretização do negócio (referência: Jornal do Brasil, 22/01/1936).

A última informação que encontramos sobre a empresa foi uma exigência a cumprir, em 1937, que pode ter sido o último ano de operação da empresa (referência: Jornal do Brasil, 23/10/1937).

[Pesquisa de Eduardo Cunha e Claudio Falcão]

domingo, 24 de agosto de 2014

Empreza Brasileira de Omnibus - E .B. O.

Ficha de alumínio da E. B. O.

Temos informações que a empresa começou suas atividades em 1931, operando a linha Praça Mauá x Igrejinha, e que seu proprietário chamava-se Mário Paranhos. Não temos como comprovar por meio de Termo de Obrigação nem por qualquer outro documento (referências: site MILBUS e pesquisador Antônio Sérgio).

Em 23 de fevereiro de 1932, o Sr. Octavio O. Coimbra assinava, junto ao Inspetor de Concessões da Prefeitura do então Distrito Federal, um termo de obrigação, comprometendo-se a implantar duas linhas de transporte de passageiros por meio de auto-ônibus: Muda da Tijuca x Leblon e Vila Isabel x Municipal. A linha Muda x Leblon recebeu o número 22 em 1934.

Itinerário da linha Muda da Tijuca x Leblon: Rua Conde de Bonfim (Muda), Rua Haddock Lobo, Rua Machado Coelho, Rua Visconde de Itaúna, Praça da República, Rua Marechal Floriano, Av. Rio Branco, Av. Beira-Mar, Praia de Botafogo, Pavilhão Mourisco, Avenida Pasteur, Túnel Novo, Rua Salvador Corrêa, Av. Atlântica, Av. Rainha Elizabeth, Rua Teixeira de Mello, Rua Prudente de Moraes e Leblon. A volta era realizada pela Rua Senador Eusébio, em vez de Visconde de Itaúna.

Eram essas as suas seções: Muda da Tijuca à Praça Saenz Peña, $200 (duzentos réis); Praça Saenz Peña à Rua Afonso Pena, $200 (duzentos réis); Rua Afonso Pena ao Monroe, $600 (seiscentos réis); Rua Camerino ao Pavilhão Mourisco, $600 (seiscentos réis); Pavilhão Mourisco à Rua Barroso, $400 (quatrocentos réis); Rua Barroso à Av. Rainha Elizabeth, esquina de Lafayette, $200 (duzentos réis); da esquina de Lafayette ao Leblon, $200 (duzentos réis) e vice-versa. Outras tarifas: da Muda da Tijuca ao Monroe, 1$000 (hum mil réis); da Praça Saenz Peña ao Monroe, $800 (oitocentos réis); da Rua Camerino à Av. Rainha Elizabeth, esquina de Barcellos, 1$200 (hum mil e duzentos réis) e do ponto inicial ao ponto terminal, 2$200 (dois mil e duzentos réis).

Itinerário da linha Vila Isabel x Municipal: Praça Barão de Drummond, esquina de Rua Barão de São Francisco Filho com Rua Visconde de Santa Isabel, Av. 28 de Setembro, Rua São Francisco Xavier, Rua Mariz e Barros, Praça da Bandeira, Rua Visconde de Itaúna, Praça da República, Rua Marechal Floriano e Av. Rio Branco, em frente ao Conselho Municipal. Igualmente a volta era realizada pela Rua Senador Eusébio, em vez de Visconde de Itaúna.

Eram essas as seções dessa linha: Praça Barão de Drummond à Rua Afonso Pena, $400 (quatrocentos réis); Rua Afonso Pena ao Conselho Municipal, $600 (seiscentos réis) e diretas, $800 (oitocentos réis). Nas viagens de ida, pelo percurso da Rua Camerino ao Conselho Municipal, $200 (duzentos réis).

(Jornal do Brasil, 02/03/1932)

Aparentemente a empresa, em 1934, só operava a linha 22  Muda x Leblon, e a linha de Vila Isabel provavelmente transformou-se na linha 9  Conselho Naval x Barão de Drummond, da Viação Excelsior (referência: pesquisador Antônio Sérgio).

O endereço da empresa, pelo menos entre agosto/1932 e julho/1935, era Rua Bambina, nº 36 – Botafogo (referências: várias edições do Jornal do Brasil).

No entanto, em setembro/1937, já se encontrava na Rua São Francisco Xavier, nº 469 (referência: Jornal do Brasil, 24/09/1937).

Através a notícia a seguir, do periódico ‘A Noite’, verificamos que em outubro de 1937 a E.B.O. encontrava-se operando a linha 111  Ipanema x Tijuca, em conjunto com a Viação Carioca.

(A Noite, 04/10/1937)

Adiante o leitor poderá verificar, por um documento publicado na edição do DODF de 19 de março de 1938, que o conceituado industrial Mário Bianchi (Bianchi & Cia.) assumia a propriedade da Empresa Brasileira de Ônibus (já na grafia atual), com a linha 11 – Muda da Tijuca x Ipanema, do antigo proprietário/razão social Octavio O. Coimbra.
TERMO DE TRANFERÊNCIA DE AUTORIZAÇÃO
“Pelo qual a Prefeitura do Distrito Federal concede a prorrogação e transferência da licença da Empresa Brasileira de Ônibus, do Sr. Mário Bianchi, aos dezoito de março de mil novecentos e trinta e oito, organizada para exploração da indústria de transporte coletivo em auto-ônibus com sede, garagem e oficinas à rua Leite de Abreu n. 16, com frente para a rua Conde do Bonfim n. 821, tem por fim especial prorrogar e transferir, sob as condições estabelecidas, a licença concedida à citada empresa, que terminou em 23 de fevereiro de 1936.
- Fica prorrogada a licença concedida à Empresa Brasileira de Ônibus, para exploração da linha de auto-ônibus Muda da Tijuca-Ipanema, por mais um período de quatro (4) anos, a contar de 23 de fevereiro de 1936, data em que terminou a licença anterior.
- Fica, também, por este termo transferida a licença da Empresa Brasileira de Ônibus, para o Sr. Mário Bianchi, que assume inteira responsabilidade pelo ativo e passivo da citada Empresa.
- A linha acima mencionada obedecerá ao seguinte itinerário: Muda da Tijuca, rua Conde de Bonfim, rua Haddock Lobo, rua Machado Coelho, Avenida do Mangue, rua Visconde de Itaúna  (ida), Senador Euzébio (volta), Praça da Republica, Avenida Marechal Floriano Peixoto, rua Visconde de Inhaúma, Avenida Rio Branco, Praça Paris, Avenida Beira Mar, Avenida Osvaldo Cruz, Praia de Botafogo, rua da Passagem; Túnel Novo, rua Salvador Correia, Avenida Atlântica, rua Barcelos, rua Visconde de Pirajá, rua Farme de Amoedo, rua Nascimento Silva até a Avenida Henrique Dumont (Ipanema).
- A referida linha será dividida em seções:
Muda da Tijuca-Praça Saenz Peña, $200 (duzentos réis);
Praça Saenz Peña-Afonso Pena, $200 (duzentos réis);
Afonso Pena-Pavilhão Mourisco, $600 (seiscentos réis);
Camerino-Monroe, $600 (seiscentos réis);
Pavilhão Mourisco-rua Constante Ramos, $400 (quatrocentos réis);
Constante Ramos-Praça General Osório, $200 (duzentos réis);
General- Osório-Ipanema, $200 (duzentos réis);
Passagens diretas: Muda da Tijuca-Mourisco, 1$400 (mil e quatrocentos réis);
Praça Saenz Peña-Mourisco, 1$200 (mil e duzentos réis);
Afonso Pena-Mourisco; 1$000 (mil réis)”.

Já na véspera do Natal de 1940, o Departamento de Concessões da Prefeitura publicava intimações para que algumas empresas de ônibus, entre elas a E.B.O., providenciassem a regulagem dos motores de seus veículos, “a fim de corrigir o excesso de fumaça”, já evidenciando uma preocupação com o meio ambiente, tão alardeada nos dias de hoje.

(Correio da Manhã, 24/12/1940)

Segue um anúncio conjunto da Viação Carioca e da E.B.O., tratando de venda de passes com abatimento, publicado pouco tempo depois do falecimento do Sr. Mário Bianchi, ocorrido a 30 de dezembro de 1940.

(A Noite, 19/02/1941)

A partir de 1941 a empresa, durante o inventário, foi administrada e teve sua razão social alterada para Prazeres Bianchi (Prazeres Garcia Bianchi, viúva de Mário).

Já em maio/1942, foi publicada uma comunicação do Departamento de Concessões da Prefeitura, a respeito de um pool de empresas que ficaria responsável pela ‘linha de ligação’ Mauá x Monroe, com o seguinte teor: LINHA DE LIGAÇÃO MAUÁ-MONROE – “A linha ‘Mauá-Monroe’ passará a ser constituída de 1(um) ônibus de cada uma dessas empresas: Viação Brasil, Empresa Brasileira de Ônibus, Viação Carioca, Viação Continental, Viação Cruz de Malta, Viação Cruzeiro do Sul, Viação Elite, Viação Estrela do Norte, Viação Excelsior, Viação Glória, Independência Auto Ônibus, Limousine Federal, Empresa de Ônibus de Luxo, Viação Popular, Viação São Jorge, Viação Vitória” – Departamento de Concessões, 09/05/1942 (referências: Jornal do Brasil, 10/05 e 12/05/1942).

A última notícia que encontramos a respeito da E.B.O. dizia respeito a um incêndio ocorrido em um ônibus da empresa, em junho/1945.

(Gazeta de Notícias, 20/06/1945)

[Pesquisa de Claudio Falcão e Eduardo Cunha]

domingo, 17 de agosto de 2014

Viação Santa Helena

A empresa começou a operar em 1931, na linha Madureira x Irajá, através de um termo assinado em 12 de março de 1931. Porém devido à multa anexa, em 1932, é que temos informação da existência da empresa já em outra linha, a Meyer x Madureira. Nessas duas situações, sua razão social era J. Antônio Moreira (referências: PDF, publicação ‘Guerra de Posições na Metrópole’ e site MILBUS).

(Jornal do Brasil, 19/01/1932)

Nessa época, 1932, a garagem da empresa era na Rua Joaquim Meyer, nº 12, no Meyer.

(Jornal do Brasil, 17/02/1932)

No termo de transferência de propriedade a seguir, confirma-se a nova propriedade, bem como comprova a anterior. O novo proprietário da empresa é o Sr. Amorim Godinho de Almeida. Infelizmente, não há informações sobre quais linhas eram prestadas.

(Jornal do Brasil, 01/08/1933)

Agora aparece uma aquisição pela Santa Helena de outra empresa bastante desconhecida, que era a Inhaúma Auto Viação, pertencente ao primeiro proprietário da Santa Helena, o Sr. J. Antônio Moreira. Essa empresa será futuramente alvo de uma matéria própria.

A Santa Helena fica responsável pela linha já operada, Meyer x Madureira e agora a nova linha, Cascadura x Ramos, da Inhaúma. Seguem os detalhes das duas linhas.

O itinerário da Meyer x Madureira era: Meyer, Rua Archias Cordeiro, Rua José dos Reis, Rua da Abolição, Avenida Suburbana, Rua Carolina Machado, Madureira e vice-versa.

Era dividida nas seguintes seções: Meyer a Abolição, $200 (duzentos réis), Abolição a Cascadura, $200 (duzentos réis) e Cascadura a Madureira, $200 (duzentos réis).

O itinerário da Cascadura x Ramos era: Cascadura, Avenida, Suburbana, Rua dos Cardosos, Cavalcante, Rua Maria Passos, Rua Silva Valle, Engenho do Matto, Avenida Rio-Petrópolis, Inhaúma, Caminho da Freguesia, Estrada do Itararé, Rua 4 de Novembro, Ramos e vice-versa.

Também era dividida nas seguintes seções: Cascadura a Cavalcante, $200 (duzentos réis), Cavalcante a Engenho do Matto, $200 (duzentos réis), Engenho do Matto a Inhaúma, $200 (duzentos réis), Inhaúma à Rua Clapp Filho, $200 (duzentos réis) e Rua Clapp Filho a Ramos, $200 (duzentos réis).

Jornal do Brasil, 16/02/1935)

Em 1937, a garagem da empresa situava-se à Rua Vinte e Quatro de Maio, nº 1281, no Engenho Novo, esquina com a Rua Maria Calmon, em frente à estação de Silva Freire, onde hoje existe um posto de gasolina, como se isso fosse novidade, para antigas garagens de ônibus!!!

O documento a seguir, trata-se de um Termo de Prorrogação das linhas Meyer x Ramos, Cascadura x Ramos, Meyer x Engenho do Matto e Cascadura x Cavalcante, com validade de 1935 até 1939.

(Jornal do Brasil, 31/03/1937)

A seguir, uma pequena amostra de como naquela época já usavam do excesso de velocidade, isso em 1939!!!

(A Noite, 13/02/1939)

O próximo recorte mostra uma informação da empresa citando o retorno da linha Meyer x Cascadura, passando por ruas que estavam bloqueadas devido ao processo de colocação de paralelepípedos. Como não tínhamos informações desta linha, a suposição é que, ou trata-se de uma nova linha ou a extensão da Cascadura x Cavalcante, visto passarem pelo itinerário das Ruas Cerqueira Daltro e Silva Vale.

(A Noite, 02/04/1941)


Apesar de não termos comprovações, a Santa Helena trocou de razão social, em 1941, para Viação Santa Helena Ltda., e em 1952, para Viação Santa Helena S/A, conforme atestam informações citadas abaixo. Sua garagem, nessa época, era na Rua Dona Luiza, nº 55, Inhaúma (referências: publicação ‘Guerra de Posições na Metrópole’ e site MILBUS).

(Gazeta de Notícias, 05/08/1952)

As duas matérias a seguir comprovam a existência da linha S-26, Cascadura x Coelho Neto, em 1951, ano de sua fundação. Essa linha foi esticada em 1953 para Acari e extinta em 1959 (informações de Gláucio, do blog http://coelhoneto.wordpress.com).

(Última Hora, 17/08/1951)

Ônibus S-26, da Viação Santa Helena - Cascadura x C. Neto
(Última Hora, 18/08/1951)

Aqui, podemos dizer, temos uma informação única, citada pelo periódico Diário da Noite como sendo do ônibus de Coelho Neto, onde aparece esse veículo atribuído à Viação Santa Helena, e afirmando ser ele o único utilizado nesse trajeto. Essa linha operou entre 1951 e 1953, e posteriormente foi esticada até Acari.

Linha Cascadura x Coelho Neto, da Viação Santa Helena
(Diário da Noite, 06/08/1952)

Vejam mais uma comprovação da empresa operando a linha Ramos x Cascadura, em 1952.

(Última Hora, 01/12/1952)

A seguir, temos uma informação sobre a nova razão social da empresa, como S/A, e a confirmação da garagem, ainda em Inhaúma. Só não sabemos quando foi efetuada a troca de razão social.

(Jornal do Brasil, 16/04/1953)

Nessa matéria que apresentamos, há duas afirmativas ‘embutidas’. A primeira é que a empresa teve anteriormente como proprietário o Sr. Armando Chaves Monteiro, que deve ter ocorrido após a propriedade de Amorim Godinho de Almeida e a atual razão social S/A.

A outra diz respeito às quatro linhas exploradas pela empresa, que agora são S-2 – Meyer x Ramos, S-3 – Meyer x Rocha Miranda, S-8 – Meyer x Acari e S-11 – Ramos x Cascadura – Madureira. Essas linhas, que não existiam antes, devem ter substituído as Cascadura x Cavalcante e Meyer x Engenho do Matto, porém não temos como comprovar através de Termos de Obrigações.

É marcante também na reportagem, a falta de zelo com os veículos e o péssimo estado de uso para os passageiros, como as mordomias que já existiam com as empresas de ônibus no Rio de Janeiro, como a falta de vistoria nos veículos pela PDF e a burla ao fisco.

Há a afirmativa de a empresa ter retirado seus ônibus da Avenida Suburbana para ir passar por Cavalcante, o que discordamos, por estar em documento de 1935, citado acima, no itinerário da linha Ramos x Cascadura, que então muda para Madureira.

(Gazeta de Notícias, 31/08/1954)

Seguem duas imagens de utilização de papa-filas pela empresa, na linha S-3, em 1954. Há a possibilidade de ser ‘veículo em teste’, pois além de na lateral não aparecer o número de ordem, nem o disco com o nome da empresa que eram práticas da época , o ônibus é um MB, que também não era usado pelas empresas cariocas neste tipo de veículos (papa-filas).

(24/08/1954)

(24/08/1954)

A seguir a imagem de uma ficha usada pela empresa, identificando a garagem em Inhaúma e como tal, com a razão social S/A, apesar de não constar na ficha.


A empresa operou até o início de 1958, quando sua falência foi decretada e a sua massa falida foi a leilão, conforme convocação. Porém, não sabemos por qual motivo, a mesma operou até 1964, sob a mesma denominação Viação Santa Helena S/A.

(Jornal do Brasil, 13/04/1958)

As linhas que a empresa operou:

- até 1960, a S-2, Meyer x Ramos;
- até 1946, a S-3, Méier x Engenho do Matto; também em 1946 até 1952, Méier x Cascadura e de 1952 a 1958, Méier x Rocha Miranda;
- de 1939 e 1953, a S-6, Meyer x Inhaúma;
- em 1950/51, S-8, Méier x Thomaz Coelho; em 1952/53, Méier x Coelho Neto; de 1953 a 1956, Méier x Acari e de 1956 a 1963, Méier x Pavuna, alterada em 1964 para 687, ano em que parou de operar;
- de 1949 a 1951, S-9, Méier x Irajá, que após uma pausa retornou a operá-la em 1962, em paralelo com a S-8, também dela;
- de 1939 a 1953, S-11, Cascadura x Ramos; de 1955 a 1957, Ramos x Madureira-Coelho Netto; de 1958 a 1960, Ramos x Madureira;
- de 1939 a 1952, S-12, Cascadura x Cavalcante-Engenho do Matto;
- em 1950, S-16, Cascadura x Escola de Aviação (esta linha foi posteriormente operada pela Redentor) e
- de 1951 a 1959, S-26, Cascadura x Coelho Netto-Acari.

Entre 1950 e 1957, a pintura da empresa era azul escura e azul claro e tinha veículos Volvo, Ford, Chevrolet, Scania Vabis e em 1957, MB 331, já pintados de amarelo, que eram carros grandes, os quais foram uma das origens da sua falência.

Informação de bastidores, não confirmadas, dizem que na década de 50 a Santa Helena operou a linha Méier x São João do Meriti, antes da Transportes Joana D’Arc. 

Assim como teve uma garagem na Rua Sidônio Paes, nº 21, Cascadura, em época desconhecida (referências: publicação ‘Guerra de Posições na Metrópole’, site MILBUS e ‘bastidores’).

[Pesquisa de Eduardo Cunha e Claudio Falcão]

domingo, 10 de agosto de 2014

Viação Baptista

A 18 de agosto de 1931, o Sr. Octavio Baptista de Mello assinou, junto à Inspetoria de Concessões da Prefeitura do então Distrito Federal, um Termo de Obrigação para estabelecer uma linha de auto-ônibus entre a Estação de Cascadura e o Largo da Barra, “na Tijuca” (referências: Jornal do Brasil, 25/08/1931 e site MILBUS).

Esse era o itinerário: Estação de Cascadura, Rua Coronel Rangel, Rua Cândido Benício, Largo do Tanque, Estrada da Freguesia, Porta d’Água, Estrada da Tijuca, Estrada da Barra e Largo da Barra.

A linha compreendia as seguintes seções: da Estação de Cascadura à Praça Seca, $200 (duzentos réis), da Praça Seca ao Largo do Tanque, $200 (duzentos réis), do Largo do Tanque ao Largo da Freguesia, $200 (duzentos réis), do Largo da Freguesia à Estrada da Tijuca, com o Rio das Pedras, $500 (quinhentos réis), da Estrada da Tijuca à Estrada da Barra, com Estrada das Furnas, $500 (quinhentos réis) e da Estrada da Barra ao Largo da Barra, $500 (quinhentos réis).

O nome fantasia da empresa era Viação Baptista, o que se conclui pelo recorte a seguir, onde também consta a informação da existência de outra linha da empresa, Tanque x Piabas.

(Correio da Manhã, 19/06/1932)

E a referida empresa teve sua licença cassada pelo Inspetor de concessões em abril/1933, conforme atestam as notas adiante.

(Diário da Noite, 24/04/1933)

(Diário de Notícias, 25/04/1933)


[Pesquisa de Claudio Falcão e Eduardo Cunha]

domingo, 3 de agosto de 2014

Renascença Auto Omnibus

A empresa começou a operar em 1931 e a divulgação da sua primeira linha foi feita a partir de um conclama em jornal, que infelizmente não conseguimos identificar qual periódico, mas podemos ler perfeitamente seu conteúdo: Monroe x Méier e suas respectivas seções.

(Ilustração gentilmente cedida por Marcelo Prazs e
Edegar Rios Lopes)

Ficha de alumínio da Renascença Auto Omnibus

O Termo de Obrigação, de 27 de outubro de 1931, assinado por Olga Viggiani, proprietária da empresa, se obriga a estabelecer a linha Méier x Monroe, sob o nome fantasia de Renascença Auto Omnibus.

Esta linha obedecia ao seguinte itinerário: Méier, Rua Arquias Cordeiro, canto da Carolina Méier, Praça do Engenho Novo, ruas Souza Barros, 24 de Maio, São Francisco Xavier, General Canabarro, Ibituruna, Mariz e Barros, Praça da Bandeira, Av. Lauro Müller, Av. do Mangue, Praça 11 de Junho, Rua Visconde de Itaúna, Praça da República, ruas Marechal Floriano Peixoto e Visconde de Inhaúma, Av. Rio Branco até o Monroe. O itinerário da volta era o mesmo, passando, no entanto, pela Rua Senador Eusébio, em vez de Visconde de Itaúna.

Era dividida nas seguintes seções: Méier a São Francisco Xavier, $400 (quatrocentos réis), de São Francisco Xavier à Rua Ibituruna, esquina de Mariz e Barros, $400 (quatrocentos réis), dali à Rua Camerino, $400 (quatrocentos réis) e da Rua Camerino ao Monroe, $200 (duzentos réis). Passagem direta: 1$200 (hum mil e duzentos réis) (referência: Jornal do Brasil, 31/10/1931).

Suas garagens eram na Rua Frederico Méier, nº 19, tel.: 29-6731, no Méier e Rua Barão de Mesquita, nº 153, na Tijuca.

Conforme despacho de 16 de fevereiro de 1937, é apresentada a nova razão social da empresa, Renascença Auto Omnibus Ltda., com propriedade de Olga Viggiani e Achilles Junqueira.

(Correio da Manhã, 26/02/1937)

O Termo de Prorrogação e de Transferência de Autorização corrobora duas afirmativas anteriores, a da primeira autorização para estabelecimento da linha em 1931 e a troca de razão social e sócios proprietários.

Confirma também a nova localização da sua garagem, agora na Rua Barão de Mesquita, nº 339, na Tijuca.

(Jornal do Brasil, 07/04/1937)

A notícia a seguir afirma a existência da linha Méier x Monroe e da empresa, apesar do nome citado equivocadamente como “Renascença Auto-União”.

(Diário da Noite, 28/10/1938)

Em 1944, a empresa injeta verba na aquisição de quatro novos ônibus a óleo diesel, para aumentar e melhorar a frota para atendimento dos seus adeptos passageiros.

(Correio da Manhã, 16/07/1944)

A seguir documentos, na ordem, da solicitação da impetração da concordata, do deferimento do pedido da concordata e da nomeação de um comissário para a concordata, a firma Manuel de Carvalho & Cia.

Nesses documentos podemos observar que a empresa agora tinha sua sede na Rua Frederico Meyer, nº 19, no Méier, e devido à nova ortografia da língua portuguesa, chamava-se Renascença Auto Ônibus Ltda.

(Correio da Manhã, 12/04/1947)

(Correio da Manhã, 17/04/1947)

(Correio da Manhã, 24/05/1947)

Em 1934 e 1935, a linha Méier x Monroe, recebeu o número 17, posteriormente alterada para 32, operada até 1946. Nesse período todo, a linha foi dividida com a Viação Excelsior.

Conforme edital 21, da Diretoria de Utilidades dos Serviços Públicos, DOU/DF de 22/01/1938, foi criada a linha 86, Largo de Santa Rita x Méier, como auxiliar da linha 32, operada por ambas as empresas citadas acima (informação cedida pelo pesquisador Antônio Sérgio).

A partir de 1946 até 1947, ela operou a linha S-1, Méier x Marechal Hermes, em conjunto com a Viação Suburbana (referência: site MILBUS), conforme imagem de um dos seus veículos, a seguir. Posteriormente não obtivemos mais nenhuma informação da empresa.

Linha S-1 - Méier x Marechal Hermes (Renascença Auto Ônibus)

[Pesquisa de Eduardo Cunha e Claudio Falcão