domingo, 29 de junho de 2014

Viação Natal

O Sr. Francisco Ignacio Alves assinava, a 4 de agosto de 1931, um termo de obrigação junto à Inspetoria de Concessões da Prefeitura do então Distrito Federal, para estabelecer a linha de “auto-lotações” Estação da Circular da Penha x Porto de Maria Angu.

Era este o itinerário: Estação da Circular da Penha, Av. dos Democráticos, ruas “K”, “D”, “J”, “E” (ruas que pertenciam ao projeto de arruamento dos terrenos da Companhia Brasileira de Terrenos) e Praça Central, no Porto de Maria Angu, compreendendo uma única seção de $200 (duzentos réis) (referência: Jornal do Brasil, 08/08/1931).   

Pouco mais de um ano depois, a 14 de dezembro de 1932, o sr. Francisco Ignacio, proprietário da Viação Natal, assinava, junto à mesma Inspetoria de Concessões, um termo de transferência pelo qual “cedia e transferia” à firma Rodrigues & Conde, dos srs. Hypolito da Costa Rodrigues e José Gonçalves Conde, o acima mencionado termo de obrigação de 4 de agosto de 1931 (“serviço de transporte de passageiros por meio de auto-omnibus”).

(Jornal do Brasil, 15/12/1932)

Já os representantes da firma Rodrigues & Conde viriam a assinar, a 14 de novembro de 1933, um termo aditivo, modificando a linha para Penha x Companhia Brasileira, que obedeceria ao itinerário: Estação da Penha, ruas Nicarágua, Leopoldina Rego, Itaú, Costa Rica, Jequiriçá, Cuba, Ingaí, Guatemala, Montevidéu e Nicarágua, até a Estação da Penha. Seções: Estação da Penha à Rua Cuba (esquina de Ingaí), $200 (duzentos réis) e Rua Cuba (esquina de Ingaí) à Estação da Penha, $200 (duzentos réis) (referência: Jornal do Brasil, 15/11/1933).

Novo termo aditivo de obrigação foi assinado, a 30 de maio de 1934, pelos representantes de Rodrigues & Conde, estabelecendo a nova linha, Cordovil x Avenida Meriti, com o itinerário: Estação de Cordovil, Rua Major Conrado, Praça 13 de Junho, Rua Barão de Melgaço, Rua Rio Apa, Rua Comandante Coelho, Avenida Meriti e vice-versa, com a passagem sendo cobrada a $200 (duzentos réis) (referência: Jornal do Brasil, 31/05/1934). Essa linha transformou-se na S-78, posteriormente operada, em 1942, pela Sociedade Cooperativa.   

Outra linha foi explorada pela empresa, Ramos x Apicu (Fábrica de Máscaras), o que se depreende dos anúncios de multas publicados nas edições de 23/09/1934 e 13/01/1935 do Jornal do Brasil.

Já na edição de 24/10/1936 do mesmo periódico, foi divulgada uma reclamação de usuários da linha acima citada, a qual obedecia ao seguinte itinerário: Estação de Ramos, Rua Leopoldina Rego, Rua Pereira Landim, Rua Barreiros, Rua Missões, Estrada do Engenho da Pedra e Fábrica de Máscaras contra Gases, com a passagem direta a $300 (trezentos réis). Essa linha transformou-se na S-63, Ramos x Praça Apicu – Fabrica de Máscaras, posteriormente operada, em 1939, pela Viação Santa Cecília.  

Nesse mesmo ano de 1939, a empresa operou as linhas S-73, Penha x R Dionísio e S-74, Penha x V Penha, posteriormente operadas, em 1942, pela Sociedade Cooperativa.

Um novo proprietário da empresa era informado através de editais publicados nas edições do Jornal do Brasil de 05 e 07/12/1937. Tratava-se de J. M. de Campos.

E por meio de uma “declaração à Praça”, o mesmo J. M. de Campos informava ter vendido a empresa Viação Natal para Antônio Gonçalves do Prado, José Afonso Bastos e Otaviano Vieira da Silva (referência: Jornal do Brasil, 09 e 10/11/1938).

Já em sua edição de 26/09/1939, o periódico ‘Correio da Manhã’ dava conta de que a Viação Natal havia licenciado, naquele ano, três “carros novos”.

(Correio da Manhã, 26/09/1939)

E através de notícia do jornal ‘A Noite’, tomamos conhecimento de que a mencionada empresa operava, por aquela época, a linha Olaria x Cascatinha. Essa linha, já existente em 1939, tornou-se a S-64, Olaria x Vila Cascatinha, posteriormente operada, em 1942, pela Sociedade Cooperativa.

(A Noite, 13/11/1940)

Mais adiante, nova declaração era divulgada no Jornal do Brasil (11/10/1941), em que a Sociedade Cooperativa dos Chauffeurs Proprietários do Rio de Janeiro, propagava ser adquirente da Viação Natal, conforme escritura de 10 de junho de 1941. Apesar de ter sido assumida pela Sociedade Cooperativa, a empresa continuou operando sob o nome fantasia Viação Natal, conforme informações do livro “Guerra de Posições na Metrópole”.

Em 17/02/1947, a empresa separou-se da Sociedade Cooperativa e tornou-se a Viação Natal Ltda., cuja garagem era na Rua Bela, nº 948, São Cristóvão, conforme informações do site MILBUS. 

Daí em diante não mais encontramos informações acerca da Viação Natal.

[Pesquisa de Claudio Falcão e Eduardo Cunha]

domingo, 22 de junho de 2014

Antônio Monteiro de Souza

O Sr. Antônio Monteiro de Souza assinou a 8 de outubro de 1927, junto à Inspetoria de Concessões da Prefeitura do então Distrito Federal, um termo de obrigação visando a estabelecer um serviço de transportes de passageiros, por meio de “ônibus-automóveis”, ligando a Ponte da Ribeira à Freguesia (Ilha do Governador), com duas linhas: uma via Ponta do Tiro e outra via Cemitério.

Itinerário da primeira linha: ida – Praça Marechal Fontoura (ponte das Barcas), Rua da Engenhoca, Praia do Zumbi, Praia das Pitangueiras, Praia da Bandeira, Estrada do Capitão Barbosa, Praia da Olaria, Estrada do Paranapuan, Praça da Freguesia e Praia de Guanabara (ponto terminal); volta – Estrada do Quilombo, Rua Comendador Bastos, Praça da Freguesia, Estrada do Paranapuan, Praia da Olaria, Estrada Capitão Barbosa, Estrada do Cacuia, Cemitério, Estrada do Jequiá, Rua Formoso do Jequiá, Praia do Zumbi, Rua da Engenhoca e Praça Marechal Fontoura (ponte das Barcas).

A segunda linha seguia em sentido contrário, sendo a ida pelo Cemitério e a volta pela Ponta do Tiro.

A primeira linha (via Ponta do Tiro) era dividida nas seguintes seções: 1ª seção – da Ponta da Ribeira à Ponta do Tiro, $200 (duzentos réis); 2ª seção – da Ponta do Tiro ao Tauá, $200 (duzentos réis) e 3ª seção – do Tauá à Freguesia, $200 (duzentos réis).

Para a segunda linha (via Cemitério): 1ª seção – da Ribeira ao Cemitério, $200 (duzentos réis); 2ª seção – do Cemitério ao Cocotá, $200 (duzentos réis) e 3ª seção – do Cocotá à Freguesia, $200 (duzentos réis).

[Referência: Jornal do Brasil, 12/10/1927.]

No entanto, através de contato direto com o Sr. Jaime Moraes, pesquisador da história da Ilha do Governador, criador e editor do fotoblog http://ilhajaime.nafoto.net/, a quem muito agradecemos, soubemos que apesar de ter obtido concessão para as linhas citadas anteriormente, a empresa do Sr. Antônio Monteiro de Souza nunca as operou, nem mesmo outras linhas, dentro da Ilha do Governador.     

Cerca de quatro meses depois, a 18 de fevereiro de 1928, o mesmo Sr. Antônio Monteiro de Souza, assinava um termo aditivo, com a finalidade de estabelecer a linha Cascadura x Largo da Freguesia (Jacarepaguá).

Era este o itinerário: Cascadura, Rua Nerval de Gouvêa, Rua Coronel Rangel, Rua Cândido Benício, Estrada da Freguesia e Largo da Freguesia, com a volta pelo mesmo trajeto.

A linha era dividida nas seguintes seções: 1ª seção – de Cascadura à Praça Seca, $200 (duzentos réis); 2ª seção – da Praça Seca ao Tanque, $200 (duzentos réis) e 3ª seção – do Tanque ao Largo da Freguesia, $200 (duzentos réis).

[Referência: Jornal do Brasil, 06/03/1928.]

Chegamos à conclusão de que a linha da Ilha do Governador deixou de ser explorada, quando da assinatura deste termo aditivo.

E daí em diante não mais encontramos ‘notícia’ da empresa do sr. Antônio Monteiro de Souza.

[Pesquisa de Claudio Falcão e Eduardo Cunha] 

domingo, 15 de junho de 2014

Viação Carioca


O primeiro registro que temos da Viação Carioca é o termo aditivo do então proprietário da Auto Viação Avenida, Sr. Mário Bianchi, trocando a razão social da empresa para Viação Carioca, em 4 de maio de 1932.

Apesar da falta de documentação sobre o assunto, acreditamos que a empresa ainda estivesse explorando uma linha da Muda para algum local do centro da cidade, que era da Auto Viação Avenida.

(Jornal do Brasil, 07/05/1932)

Temos a referência que um mês antes, a empresa estava explorando uma linha entre a Usina e a Muda da Tijuca.

(Jornal do Brasil, 26/04/1932)

Já em 1933, há informação de um acidente envolvendo e confirmando a presença da empresa operando a linha Tijuca x Leblon, futura linha 11.

(Jornal do Brasil, 21/04/1933)

A seguir, uma homenagem singela pela comemoração dos dois anos de existência da empresa, de um dos seus veículos e ficha, da época.

(Diário Carioca, 01/04/1934)

Ônibus da Viação Carioca - 1936


Termo aditivo para concessão temporária de um serviço especial entre a Muda e o Alto da Boa Vista, prorrogando o mesmo, conforme teor abaixo. Vejam que, na época, a garagem do Grupo Bianchi era na Rua Frei Caneca, nº 134.

DOU, da PDF, de 30-03-1939:
Secretaria Geral de Viação, Trabalho e Obras
Públicas
DIRETORIA DOS SERVIÇOS DE UTILIDADE PÚBLICA
TERMO ADITIVO
“Pelo qual é prorrogado o prazo para execução de um serviço de ônibus, em caráter de emergência, na Estrada Nova da Tijuca, até 31 de março de 1939.
Aos vinte e quatro dias do mês de março do ano de mil novecentos e trinta e nove, na Diretoria dos Serviços de Utilidade pública, da Secretaria Geral de Viação, Trabalho e Obras Públicas, da Prefeitura do Distrito Federal, estando presentes o respectivo diretor Otávio Valdetaro Coimbra, e as testemunhas infra-assinadas, compareceu o Sr. Mário Bianchi, proprietário das Empresas "Viação Carioca", "Brasileira de Ônibus" e "Viação Suburbana", cuja sede à rua Frei Caneca, 134, para firmar o presente termo que, de acordo com o despacho do Sr. secretário geral de Viação, Trabalho e Obras Públicas, exarado em 9 de março de 1939, no processo número 919-39, tem por finalidade especial prorrogar até 31 de março de 1939, sob as condições abaixo estabelecidas, a execução de um serviço especial de transporte de passageiros em auto-ônibus entre a Muda da Tijuca e o Alto da Boa Vista:
Primeira - Fica, pelo presente, prorrogado por mais um período de três (3) meses, a terminar em 31 de março de 1939, o prazo de execução do serviço de auto-ônibus entre a Muda da Tijuca e o Alto da Boa Vista a que se refere o termo de autorização assinado nesta Diretoria em 17 de dezembro de 1938.
Segunda - Continuam em pleno vigor as condições estabelecidas pelas cláusulas primeira, segunda, terceira, quarta, sexta e sétima do termo de autorização assinado em 17 de dezembro de 1938, as quais continuarão a regular a execução do serviço de que trata o presente termo.
Terceira - A verba pela qual deverá correr o pagamento da subvenção, citada na cláusula quarta do termo de autorização assinado em 17 de dezembro de 1938, passará a ser a verba 25 (Código 74) – a Encargos correntes – Transporte e Comunicações – Transporte –Classificação n. 4.100.2 – Anexo n. 8, do orçamento da despesa para o corrente exercício e por conta do empenho n. 8, de 10 de fevereiro de 1939, cuja segunda via já foi enviada ao Tribunal de Contas.
Quarta - O pagamento da subvenção referida na cláusula quarta do termo de autorização assinado em 17 de dezembro de 1938, mantida cai em vigor nas condições da cláusula anterior do presente termo, será feito a contar de 1 de janeiro de 1939, data em que terminou a vigência do termo de 17 de dezembro de 1938, em virtude de ter continuado a ser executado o serviço em apreço sem interrupção
O presente termo aditivo da autorização só entrará em vigor depois de registrado no Tribunal de Contas. E, para firmeza do que acima ficou estabelecido, lavrou-se o presente termo que, depois de lido e achado conforme pelas partes interessadas, é por elas assinado, pelas testemunhas e por mim, Edgard Barbosa, funcionário que o escrevi e subscrevo.
Sobre seis estampilhas municipais no valor total de $72.000 (setenta e dois mil réis),
Rio de Janeiro, 24 de março de 1939”.



Na década de 40, a Viação Carioca adquiriu a Empresa Brazileira de Omnibus e a Viação Cruzeiro do Sul.

Em 1941, um anúncio indicativo do local de venda de passagens das empresas, e também um ônibus da frota, já na linha 111.


(Anúncio publicado em 'A Noite' - fevereiro/1941)


Ônibus 111 - Viação Carioca - 1941



E finalmente, em 1941, é oficialmente inaugurada a linha entre a Muda x Usina – Alto da Boa Vista, conforme nos mostra a matéria a seguir.


(Notícia publicada em fevereiro/1941)



Em 1944 é aberto um trecho da Av. Pres. Vargas, e na foto podemos ver, abrindo a fila, um veículo da Carioca, na linha 11, seguido de um da Metropolitana, na linha 14 e mais atrás um carro da Excelsior.


Inauguração da Av. Presidente Vargas - 1944

Em entrevista concedida, o Sr. Mário Lopes de Oliveira Júnior, presidente do Sindicato de Veículos Rodoviários e Anexos, comenta a situação financeira das empresas cariocas, e de passagem cita o caso da venda da Viação Carioca, o que caracteriza que após o falecimento de Mário Bianchi em 1940, a empresa toma novos rumos. Nesse caso, a transferência da empresa foi mera formalidade, mediante seus bens estarem em espólio, e a caracterização da nova razão social da empresa, iniciada e administrada pela viúva Prazeres Bianchi e Amorim Godinho de Almeida, adotada em 14/10/1943, foi Viação Carioca Ltda.


(Diário Carioca, 24/06/1945)


Ônibus 11 - Tijuca x Ipanema - Viação Carioca - 1949


Ônibus Tijuca x Ipanema - 1940

Imagens de 1950 e 1951, comprovando a existência das linhas 11, 29 e 111, sendo duas delas na nova garagem da Rua Conde de Bonfim, nº 821, Tijuca.


(A Noite, 08/05/1950)


Garagem com ônibus da linha 29 - 1950


Garagem da Viação Carioca - 1951

Temos a comprovação da razão social para Viação Carioca Ltda., numa homenagem pela comemoração do 77º aniversário da ‘Gazeta de Notícias’, em 1952.

E uma curiosidade para todos, principalmente para os que se preocupam com números das linhas exploradas, segue uma informação nova, a linha 223 – Praça Paris x Muda, operada pela Carioca, em 1953 e indevidamente identificada no recorte, como Praça Mauá x Muda.

(Gazeta de Notícias, 05/08/1952)


Ônibus da linha 223 - Muda x Mauá - Viação Carioca
(Gazeta de Notícias, 16/03/1956)

Já em 1956 podemos observar a queda financeira das empresas cariocas, onde a Carioca se inclui e não destoa. Ainda operando suas três linhas, 11, 29 e 223, a crise já a atingiu e mantém sequelas.


(Gazeta de Notícias, 09/08/1956)

Agora temos 3 “modelitos” de exuberantes Carbrasa, utilizados pela empresa na década de 60. O primeiro é na garagem da Conde de Bonfim, na Tijuca.


Garagem da Viação Carioca - 1960
(Acervo de 'O Globo')


Viação Carioca - 1961


Viação Carioca - 1962

A Carioca, acabou sendo arrematada pela Auto Viação Alpha S/A, mesmo depois da própria Alpha ter ‘emprestado’ a linha 415 para a Carioca sair da crise em que se encontrava. Não teve outro jeito senão a Alpha, que era parceira, ter a preferência da aquisição em 1981.

Nota: Informações adicionais oriundas do site da MILBUS, do livro ‘Guerra de Posições na Metrópole’ e livro da Prefeitura do Distrito Federal, Noronha Santos, 1934.

[Pesquisa de Eduardo Cunha e Claudio Falcão]

domingo, 8 de junho de 2014

Viação Cruzeiro

Trata-se de uma empresa distinta da Auto Viação Cruzeiro, da qual já tratamos aqui no RiÔnibus Antigo.

Representante da Viação Cruzeiro, o Sr. João Cruz assinava, a 19 de agosto de 1931, um termo de obrigação junto à Inspetoria de Concessões da Prefeitura do então Distrito Federal, para operar a linha de “auto-lotações” Estação da Penha-Estação de Vigário Geral.

Era esse o itinerário: Estação da Penha, Rua Plínio de Oliveira, Estrada de Braz de Pina, Rio-Petrópolis até Vigário Geral, retornando pela Rua dos Romeiros até a Estação da Penha.

A linha era dividida em três seções: 1ª seção – da Estação da Penha à Estação de Braz de Pina; 2ª seção – da Estação de Braz de Pina à Estação de Parada de Lucas e 3ª seção – Estação de Parada de Lucas à Estação de Vigário Geral, ao preço de $200 (duzentos réis) cada uma.

(Jornal do Brasil, 22/08/1931)

Já em 22 de novembro de 1932, o mesmo Sr. João Cruz assinava um termo de transferência junto à Prefeitura, “cedendo e transferindo” ao Sr. Domingos Alves a concessão acima mencionada.

(Jornal do Brasil, 25/11/1932)

Um termo aditivo foi assinado por Domingos Alves, a 30 de janeiro de 1933, em que se comprometia a estabelecer a linha de “auto-lotações” Circular da Penha-Praça Ramalho Ortigão.

A nova linha obedecia ao seguinte itinerário: Circular da Penha, Rua do Portinho e Rua Ouriques, com o ponto final na Praça Ramalho Ortigão, e a passagem ao preço de $200 (duzentos réis) por todo o percurso.

(Jornal do Brasil, 31/01/1933)

Novo termo aditivo foi assinado por Domingos Lopes, a 29 de maio de 1933, pelo qual o mesmo se obrigava a implantar uma linha circular de ônibus, partindo da Estação da Penha.

Seu itinerário: Estação da Penha, Rua Canadá, Rua Honduras, Rua Lobo Júnior, Praça Vera Cruz, Rua Cuba, Rua Ingahy, Rua Guatemala e Rua Montevidéu, até a Estação da Penha.

A linha era dividida nas seguintes seções: da Estação da Penha à Rua Cuba, $200 (duzentos réis) e da Rua Cuba ao ponto final (de volta à Estação da Penha), $200 (duzentos réis).

(Jornal do Brasil, 30/05/1933)

A 12 de agosto do mesmo ano, mais um termo aditivo era assinado por Domingos Lopes, desta vez para estabelecer uma nova linha de ônibus: Estação de Bonsucesso-Praça Dr. Miguel (Apicu), com o seguinte itinerário: Estação de Bonsucesso, Rua Dr. Cardoso de Moraes, Estrada do Norte, Estrada do Engenho da Pedra até a Praça Dr. Miguel, e vice-versa.

A passagem era cobrada à razão de $200 (duzentos réis) por todo o percurso (Jornal do Brasil, 13/08/1933).

Em 4 de abril de 1935, Domingos Lopes assinou novo termo aditivo de obrigações, na ocasião comprometendo-se a estabelecer a linha de ônibus Estação de Bonsucesso-Fábrica de Máscaras contra Gases.

Essa linha obedecia ao seguinte itinerário: Estação de Bonsucesso, Rua Dr. Cardoso de Moraes, Estrada do Norte até a Fábrica de Máscaras contra Gases, e vice-versa.

Suas seções: da Estação de Bonsucesso até a Estrada do Norte, esquina da Rua 20 de Março, $200 (duzentos réis); da Estrada do Norte, na mesma esquina, até a Fábrica de Máscaras, $200 (duzentos réis) e Direta, $300 (trezentos réis) (Jornal do Brasil, 05/04/1935).

E pelo menos entre 1935 e 1937, a empresa manteve a linha Penha-Caxias (Duque de Caxias), como nos atestam os recortes abaixo.

(Diário da Noite, 29/01/1935)

(Diário da Noite, 23/02/1935)

(Diário da Noite, 01/03/1937)

A Viação Cruzeiro tinha a sua garagem à Rua Nicarágua, nº 149 – Penha, e circulou com seus ônibus até o início da década de 40, quando foi adquirida pela Viação Estrela do Norte (informações do site MILBUS).  

[Pesquisa de Claudio Falcão e Eduardo Cunha] 

domingo, 1 de junho de 2014

Auto Viação Popular

A primeira notícia que encontramos nos jornais, a respeito da Auto Viação Popular, foi publicada pelo ‘Jornal do Brasil’, edição de 24 de julho de 1931, e dizia respeito a uma petição junto à Inspetoria de Concessões da Prefeitura, com despacho “deferido”, porém sem detalhar o conteúdo da mencionada petição.

Porém, poucos dias depois, a edição do JB de 7 de agosto publicava um termo de obrigação, assinado a 4 de agosto junto à Inspetoria de Concessões da Prefeitura, pelo qual os srs. José Corrêa Lopes e José de Figueiredo comprometiam-se a estabelecer uma linha de auto-ônibus, ligando a Rua Lins de Vasconcelos (esquina da Rua Cabuçu) à Rua Araújo Porto Alegre (esquina da Av. Rio Branco). A empresa levava o nome de Auto Viação Popular.

Era este o itinerário da linha mencionada: Rua Lins de Vasconcelos, Rua Cabuçu, Rua Dona Romana, Rua Barão do Bom Retiro, Rua Visconde de Santa Isabel, Praça Barão de Drummond, Av. Vinte e Oito de Setembro, Rua São Francisco Xavier, Rua Mariz e Barros, Av. Lauro Müller, Av. do Mangue, Rua Visconde de Itaúna, Praça da República, Rua Marechal Floriano, Rua Visconde Inhaúma, Av. Rio Branco, Rua Santa Luzia, Rua México e Rua Araújo Porto Alegre. O trajeto de volta era feito pela Rua Senador Eusébio, em vez de Visconde de Itaúna.

Tal linha era dividida nas seguintes seções: Primeira – da Rua Lins de Vasconcelos à Praça Barão de Drummond (200 réis); Segunda – da Praça Barão de Drummond à Rua Afonso Pena (400 réis) e Terceira – da Rua Afonso Pena à Rua Araújo Porto Alegre (600 réis).       

Mais adiante, a 11 de setembro do mesmo ano, notícia do periódico ‘A Noite’, dava conta de que os ônibus da linha Lins de Vasconcelos, da Viação Popular, passavam pelo Jardim Zoológico, então localizado em Vila Isabel.

(A Noite, 11/09/1931)

Podemos mencionar que até 11 de maio de 1933, a razão social da firma proprietária da Viação Popular era Lopes & Figueiredo Ltda., porém, a partir daquela data, José Antero de Figueiredo desligava-se da sociedade, permanecendo esta somente nas mãos do Sr. José Corrêa Lopes, como nos mostram as notas a seguir. E como se encontra no livro ‘Guerra das Posições na Metrópole’, a firma passou à denominação de José Corrêa Lopes & Companhia.

(Correio da Manhã, 13/05/1933)

(Jornal do Brasil, 15/07/1933)

Ônibus da Auto Viação Popular
(O Globo, 24/03/1934)

José Corrêa Lopes viria a falecer em consequência de um desastre automobilístico ocorrido em Portugal, a 23 de setembro de 1935, aos 46 anos de idade, conforme informou o jornal ‘A Noite’.

(A Noite, 24/09/1935)

Mais adiante o leitor poderá visualizar um anúncio comercial, igualmente publicado pelo periódico ‘A Noite’, no qual, em nome da empresa, ‘recomenda-se’ o uso de determinado óleo lubrificante, ressaltando que o mesmo era utilizado em todos os seus ônibus.

(A Noite, 09/10/1936)

À frente o nosso seguidor poderá ler uma curiosa notícia, na qual é elogiado um funcionário da Viação Popular, o chauffeur Armando, ‘piloto’ de um ônibus da empresa apelidado de ‘Expresso de Changai’, que rodava na linha 84 – Largo de Santa Rita-Lins de Vasconcelos, do qual diversos passageiros eram clientes assíduos.

(A Noite, 28/05/1942)

Já a 26 de outubro de 1947, o ‘Jornal do Brasil’ dava conta de uma ampliação do itinerário da linha de Lins de Vasconcelos, que passaria a circular não somente até o Largo de Santa Rita, mas agora até a Praia Vermelha, mencionando tratar-se da linha 85. A passagem direta teria o valor de Cr$2,00.

(Jornal do Brasil, 26/10/1947)

A última notícia que tivemos sobre a Viação Popular foi veiculada na edição de 3 de julho de 1949 do ‘Correio da Manhã’, onde muitas queixas eram dirigidas aos ônibus das linhas 84 e 85, ambas servindo à localidade de Boca do Mato – bairro de Lins de Vasconcelos. Tais queixas referiam-se ao mau estado dos carros da empresa, à impontualidade nas saídas do ponto final, bem como ao tratamento descortês proporcionado aos clientes pelos motoristas e cobradores.

(Correio da Manhã, 03/07/1949)

A empresa operou até a década de 50, ano 1953.

Linhas que a Viação Popular explorava:

1934 – Linha 1, Bellas Artes x Lins de Vasconcelos (Popular e Nacional);
1939 a 1942 – Linha 24, Monroe x Lins de Vasconcelos (Independência e Popular);
1939 – Linha 25, Monroe x Maria Luiza (Popular);
1942 a 1953 – Linha 84, Largo de Santa Rita – Candelária x Lins de Vasconcelos (Popular e Independência); e
1942 a 1949 – Linha 85, Largo de Santa Rita x Lins de Vasconcelos (Popular e Independência).

[Informações do livro ‘Guerra de Posições na Metrópole’.]

[Pesquisa de Claudio Falcão e Eduardo Cunha]