A empresa
começou a operar em 1931, na linha Madureira x Irajá, através de um termo
assinado em 12 de março de 1931. Porém devido à multa anexa, em 1932, é que
temos informação da existência da empresa já em outra linha, a Meyer x Madureira.
Nessas duas situações, sua razão social era J. Antônio Moreira (referências:
PDF, publicação ‘Guerra de Posições na Metrópole’ e site MILBUS).
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(Jornal do Brasil, 19/01/1932) |
Nessa
época, 1932, a garagem da empresa era na Rua Joaquim Meyer, nº 12, no Meyer.
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(Jornal do Brasil, 17/02/1932) |
No
termo de transferência de propriedade a seguir, confirma-se a nova propriedade,
bem como comprova a anterior. O novo proprietário da empresa é o Sr. Amorim
Godinho de Almeida. Infelizmente, não há informações sobre quais linhas eram
prestadas.
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(Jornal do Brasil, 01/08/1933) |
Agora
aparece uma aquisição pela Santa Helena de outra empresa bastante desconhecida,
que era a Inhaúma Auto Viação, pertencente ao primeiro proprietário da Santa
Helena, o Sr. J. Antônio Moreira. Essa empresa será futuramente alvo de uma
matéria própria.
A Santa
Helena fica responsável pela linha já operada, Meyer x Madureira e agora a nova
linha, Cascadura x Ramos, da Inhaúma. Seguem os detalhes das duas linhas.
O
itinerário da Meyer x Madureira era: Meyer, Rua Archias Cordeiro, Rua José dos
Reis, Rua da Abolição, Avenida Suburbana, Rua Carolina Machado, Madureira e
vice-versa.
Era dividida nas
seguintes seções: Meyer a Abolição, $200 (duzentos réis), Abolição a Cascadura,
$200 (duzentos réis) e Cascadura a Madureira, $200 (duzentos réis).
O itinerário
da Cascadura x Ramos era: Cascadura, Avenida, Suburbana, Rua dos Cardosos,
Cavalcante, Rua Maria Passos, Rua Silva Valle, Engenho do Matto, Avenida
Rio-Petrópolis, Inhaúma, Caminho da Freguesia, Estrada do Itararé, Rua 4 de
Novembro, Ramos e vice-versa.
Também
era
dividida nas seguintes seções: Cascadura a Cavalcante, $200 (duzentos réis), Cavalcante
a Engenho do Matto, $200 (duzentos réis), Engenho do Matto a Inhaúma, $200
(duzentos réis), Inhaúma à Rua Clapp Filho, $200 (duzentos réis) e Rua Clapp
Filho a Ramos, $200 (duzentos réis).
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Jornal do Brasil, 16/02/1935) |
Em
1937, a garagem da empresa situava-se à Rua Vinte e Quatro de Maio, nº 1281, no
Engenho Novo, esquina com a Rua Maria Calmon, em frente à estação de Silva
Freire, onde hoje existe um posto de gasolina, como se isso fosse novidade, para
antigas garagens de ônibus!!!
O
documento a seguir, trata-se de um Termo de Prorrogação das linhas Meyer x
Ramos, Cascadura x Ramos, Meyer x Engenho do Matto e Cascadura x Cavalcante,
com validade de 1935 até 1939.
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(Jornal do Brasil, 31/03/1937) |
A
seguir, uma pequena amostra de como naquela época já usavam do excesso de
velocidade, isso em 1939!!!
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(A Noite, 13/02/1939) |
O
próximo recorte mostra uma informação da empresa citando o retorno da linha Meyer
x Cascadura, passando por ruas que estavam bloqueadas devido ao processo de
colocação de paralelepípedos. Como não tínhamos informações desta linha, a
suposição é que, ou trata-se de uma nova linha ou a extensão da Cascadura x
Cavalcante, visto passarem pelo itinerário das Ruas Cerqueira Daltro e Silva
Vale.
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(A Noite, 02/04/1941) |
Apesar
de não termos comprovações, a Santa Helena trocou de razão social, em 1941,
para Viação Santa Helena Ltda., e em 1952, para Viação Santa Helena S/A,
conforme atestam informações citadas abaixo. Sua garagem, nessa época, era na
Rua Dona Luiza, nº 55, Inhaúma (referências: publicação ‘Guerra de Posições na
Metrópole’ e site MILBUS).
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(Gazeta de Notícias, 05/08/1952) |
As duas
matérias a seguir comprovam a existência da linha S-26, Cascadura x Coelho
Neto, em 1951, ano de sua fundação. Essa linha foi esticada em 1953 para Acari
e extinta em 1959 (informações de Gláucio, do blog http://coelhoneto.wordpress.com).
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(Última Hora, 17/08/1951) |
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Ônibus S-26, da Viação Santa Helena - Cascadura x C. Neto (Última Hora, 18/08/1951) |
Aqui,
podemos dizer, temos uma informação única, citada pelo periódico ‘Diário da Noite’ como sendo do ônibus de Coelho Neto, onde aparece esse veículo
atribuído à Viação Santa Helena, e afirmando ser ele o único utilizado nesse
trajeto. Essa linha operou entre 1951 e 1953, e posteriormente foi esticada até Acari.
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Linha Cascadura x Coelho Neto, da Viação Santa Helena
(Diário da Noite, 06/08/1952) |
Vejam
mais uma comprovação da empresa operando a linha Ramos x Cascadura, em 1952.
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(Última Hora, 01/12/1952) |
A
seguir, temos uma informação sobre a nova razão social da empresa, como S/A, e
a confirmação da garagem, ainda em Inhaúma. Só não sabemos quando foi efetuada
a troca de razão social.
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(Jornal do Brasil, 16/04/1953) |
Nessa
matéria que apresentamos, há duas afirmativas ‘embutidas’. A primeira é que a
empresa teve anteriormente como proprietário o Sr. Armando Chaves Monteiro, que
deve ter ocorrido após a propriedade de Amorim Godinho de Almeida e a atual
razão social S/A.
A outra
diz respeito às quatro linhas exploradas pela empresa, que agora são S-2 –
Meyer x Ramos, S-3 – Meyer x Rocha Miranda, S-8 – Meyer x Acari e S-11 – Ramos
x Cascadura – Madureira. Essas linhas, que não existiam antes, devem ter
substituído as Cascadura x Cavalcante e Meyer x Engenho do Matto, porém não
temos como comprovar através de Termos de Obrigações.
É
marcante também na reportagem, a falta de zelo com os veículos e o péssimo
estado de uso para os passageiros, como as mordomias que já existiam com
as empresas de ônibus no Rio de Janeiro, como a falta de vistoria nos veículos
pela PDF e a burla ao fisco.
Há a afirmativa
de a empresa ter retirado seus ônibus da Avenida Suburbana para ir passar por
Cavalcante, o que discordamos, por estar em documento de 1935, citado acima, no
itinerário da linha Ramos x Cascadura, que então muda para Madureira.
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(Gazeta de Notícias, 31/08/1954) |
Seguem duas
imagens de utilização de papa-filas pela empresa, na linha S-3, em 1954. Há a
possibilidade de ser ‘veículo em teste’, pois além de na lateral não aparecer o
número de ordem, nem o disco com o nome da empresa – que eram
práticas da época –, o ônibus é um MB, que também não era usado pelas
empresas cariocas neste tipo de veículos (papa-filas).
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(24/08/1954) |
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(24/08/1954) |
A seguir a
imagem de uma ficha usada pela empresa, identificando a garagem em Inhaúma e
como tal, com a razão social S/A, apesar de não constar na ficha.
A empresa operou
até o início de 1958, quando sua falência foi decretada e a sua massa falida
foi a leilão, conforme convocação. Porém, não sabemos por qual motivo, a mesma
operou até 1964, sob a mesma denominação Viação Santa Helena S/A.
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(Jornal do Brasil, 13/04/1958) |
As linhas
que a empresa operou:
- até
1960, a S-2, Meyer x Ramos;
- até
1946, a S-3, Méier x Engenho do Matto; também em 1946 até 1952, Méier x
Cascadura e de 1952 a 1958, Méier x Rocha Miranda;
- de
1939 e 1953, a S-6, Meyer x Inhaúma;
- em 1950/51,
S-8, Méier x Thomaz Coelho; em 1952/53, Méier x Coelho Neto; de 1953
a 1956, Méier x Acari e de 1956 a 1963, Méier x Pavuna, alterada em 1964 para 687,
ano em que parou de operar;
- de
1949 a 1951, S-9, Méier x Irajá, que após uma pausa retornou a operá-la em 1962,
em paralelo com a S-8, também dela;
- de 1939
a 1953, S-11, Cascadura x Ramos; de 1955 a 1957, Ramos x Madureira-Coelho
Netto; de 1958 a 1960, Ramos x Madureira;
- de 1939
a 1952, S-12, Cascadura x Cavalcante-Engenho do Matto;
- em 1950,
S-16, Cascadura x Escola de Aviação (esta linha foi posteriormente operada pela
Redentor) e
- de 1951 a 1959, S-26,
Cascadura x Coelho Netto-Acari.
Entre 1950 e 1957, a
pintura da empresa era azul escura e azul claro e tinha veículos Volvo, Ford,
Chevrolet, Scania Vabis e em 1957, MB 331, já pintados de amarelo, que eram
carros grandes, os quais foram uma das origens da sua falência.
Informação ‘de bastidores’,
não confirmadas, dizem que na década de 50 a Santa Helena operou a linha Méier
x São João do Meriti, antes da Transportes Joana D’Arc.
Assim como teve uma
garagem na Rua Sidônio Paes, nº 21, Cascadura, em época desconhecida
(referências: publicação ‘Guerra de Posições na Metrópole’, site MILBUS e ‘bastidores’).
[Pesquisa de Eduardo
Cunha e Claudio Falcão]