Começamos a
localizar pequenas notas sobre a Viação Penha Ltda., no ‘Jornal do Brasil’, a
partir da edição de 15/10/1937, e elas se sucederam em 31/10, 06/11 e
14/11/1937, todas referentes a despachos “deferidos”, sem maiores detalhes.
Porém somente a
20 de dezembro de 1937 foi assinado o termo de transferência e unificação das
empresas Viação Selecta, Viação Guanabara e Viação Progresso para a firma
Viação Penha Ltda., esta com sede à Rua dos Romeiros, nº 10, 1º andar, e
garagem e oficinas à Rua Antônio Rego, nº 143 – Olaria.
A Viação Penha
passava então a explorar as linhas pertencentes às empresas que naquela ocasião
se incorporavam: Monroe x Praça do Carmo, Monroe x Penha (via Rua São Luís
Gonzaga) e Monroe x Penha (via Rua Bela de São João).
1) Linha Monroe
x Praça do Carmo
Itinerário:
Monroe, Av. Rio Branco, Rua Visconde de Inhaúma, Av. Marechal Floriano, Praça
da República, Rua Senador Eusébio (ida), Rua Visconde de Itaúna (volta), Av. do
Mangue, Av. Francisco Bicalho, Av. Pedro II, Rua Figueira de Melo, Praça
Marechal Deodoro, Rua São Luís Gonzaga, Largo de Benfica, Av. Suburbana, Av.
dos Democráticos, Rua Uranos, Rua Ibiapina, Estrada Braz de Pina, Rua Plínio de
Oliveira, Estrada Rio-Petrópolis e Estrada Braz de Pina, até a Praça do Carmo.
Seções:
Monroe-Camerino, $200 (duzentos réis); Monroe-Barão de Mauá, $400 (quatrocentos
réis); Barão de Mauá-Largo da Cancela, $200 (duzentos réis); Largo da
Cancela-Benfica, $200 (duzentos réis); Benfica-Bonsucesso, $200 (duzentos
réis); Bonsucesso-Ramos, $200 (duzentos réis); Ramos-Penha, $200 (duzentos
réis) e Penha-Praça do Carmo, $200 (duzentos réis).
2) Linha Monroe
x Penha (via Rua São Luís Gonzaga)
Itinerário:
Monroe, Av. Rio Branco, Rua Visconde de Inhaúma, Av. Marechal Floriano, Praça
da República, Rua Senador Eusébio (ida), Rua Visconde de Itaúna (volta), Av. do
Mangue, Av. Francisco Bicalho, Av. Pedro II, Rua Figueira de melo, Praça
Marechal Deodoro, Largo da Cancela, Rua São Luís Gonzaga, Largo do Pedregulho,
Av. Washington Luís, Rua Uranos, Av. dos Democráticos e Rua Ibiapina, até a
Estação da Penha.
Seções: Monroe-Camerino,
$200 (duzentos réis); Monroe-Barão de Mauá, $400 (quatrocentos réis); Barão de
Mauá-Largo da Cancela, $200 (duzentos réis); Largo da cancela-Benfica,$200 (duzentos
réis); Benfica-Bonsucesso, $200 (duzentos réis); Bonsucesso-Ramos, $200
(duzentos réis) e Ramos-Penha, $200 (duzentos réis).
3) Linha Monroe
x Penha (via Rua Bela de São João)
Itinerário:
Monroe, Av. Rio Branco, Rua Visconde de Inhaúma, Av. Marechal Floriano, Praça
da República, Rua Senador Eusébio (ida), Rua Visconde de Itaúna (volta), Av. do
Mangue, Av. Francisco Bicalho, Rua Francisco Eugênio, Rua Figueira de Melo,
Campo de São Cristóvão, Rua Bela de São João, Rua da Alegria, Benfica, Estrada
Rio-Petrópolis, Rua Uranos, Av. dos Democráticos e Rua Ibiapina, até a Estação
da Penha.
Seções:
Monroe-Camerino, $200 (duzentos réis); Monroe-Barão de Mauá, $400 (quatrocentos
réis); Barão de Mauá-Intendência da Guerra, $200 (duzentos réis); Intendência
da Guerra-Benfica, $200 (duzentos réis); Benfica-Bonsucesso, $200 (duzentos
réis); Bonsucesso-Ramos, $200 (duzentos réis) e Ramos-Penha, $200 (duzentos
réis).
(Jornal do Brasil, 28/12/1937) |
Pelo recorte a
seguir, de junho de 1938, o leitor poderá observar que o ônibus da Viação
Penha, envolvido em um acidente na Estrada Rio-Petrópolis, fazia a linha Braz
de Pina x Monroe, que não era qualquer uma daquelas mencionadas no termo de
transferência e unificação citado linhas acima.
(A Noite, 07/06/1938) |
Pouco mais de um
mês depois, mais um acidente, desta vez com um carro da linha Penha x Arsenal
de Marinha, onde o ponto terminal, no centro da cidade, não ficava no Monroe,
como nas linhas descritas no já referido termo de transferência e unificação,
mas sim no Arsenal de Marinha.
(A Noite, 12/07/1938) |
(Diário Carioca, 13/07/1938) |
Alguns dias
após, uma carta de leitor era publicada no periódico ‘Diário de Notícias’, na qual
um usuário dos carros da Viação Penha queixava-se da conduta de fiscais da
empresa, que, postados na Rua Ibiapina, determinavam aos motoristas, de acordo
com o movimento dos veículos da empresa concorrente, Viação Estrella do Norte,
se deveriam “amarrar ou meter o pé na tábua”, nada muito diferente do ocorre
nos dias de hoje.
(Diário de Notícias, 21/07/1938) |
Passam-se alguns
meses, e em novembro de 1938 os motoristas da Viação Penha fazem um movimento,
visando receber pelas horas extras cumpridas no final de cada dia de trabalho,
as quais não vinham sendo pagas pelos patrões. Veja a seguir.
(Diário da Noite, 25/11/1938) |
E a última notícia
que localizamos em jornais sobre a empresa foi em 21 de junho de 1940, no
‘Diário Carioca’, referindo-se à chamada de uma repartição da PDF, denominada
‘Contencioso Fiscal’, nos seguintes termos: “Estão sendo convidados a
comparecer ao Departamento do Contencioso Fiscal, à Avenida Graça Aranha, 26,
sobreloja, para satisfazerem o pagamento de seus débitos, sob pena de cobrança
executiva, os seguintes contribuintes”, e dentre eles a Viação Penha Limitada.
Foi um projeto
ambicioso, a unificação de três empresas em uma só, mas o sonho dos dez sócios
cotistas iniciais durou muito pouco...
[Pesquisa de
Claudio Falcão e Eduardo Cunha]