A Viação Zélia,
razão social Joaquim Faria, teve seu Termo Inicial de Obrigação assinado em 10
de novembro de 1931, onde se comprometia a estabelecer um serviço regular de
transporte de passageiros por meio de “auto-omnibus”, com a linha Largo da
Pavuna x Estação de Deodoro (1).
Tinha como
itinerário, Largo da Pavuna, Estrada Velha da Pavuna e Estrada Nazareth, até a
Estação de Deodoro (ponto final), na ida e na volta.
Suas seções
eram: do Largo da Pavuna a Capelinha, $200 (duzentos réis); da Capelinha à
Estação de Anchieta, $200 (duzentos réis); da Estação de Anchieta à Estação de
Ricardo de Albuquerque, $200 (duzentos réis) e da Estação de Ricardo de
Albuquerque à Estação de Deodoro, $200 (duzentos réis) (1).
A seguir, dois
recortes e uma referência de 1934, citam um acidente em Ricardo de Albuquerque,
com um veículo da empresa fazendo outra linha, Anchieta x Ricardo de
Albuquerque (2).
(Diário da Noite, 24/07/1934) |
(O Paiz, 25/07/1934) |
Um Termo Aditivo
de Obrigações foi assinado em 17 de dezembro de 1934 pelo proprietário Joaquim
Faria, substituindo a linha Largo da Pavuna x Estação de Deodoro por Largo da
Pavuna x Estação de Anchieta. Nessa data a sede da empresa era na Av. Automóvel
Club (atual Av. Pastor Martin Luther King), nº 3.628, em Inhaúma.
Seu itinerário
era Largo da Pavuna, Rua Comendador Guerra, Estrada Rio do Pau, Rua da Pavuna,
Estrada Nazareth, até a Estação de Anchieta, e vice-versa.
E suas seções,
do Largo da Pavuna a Capelinha, $200 (duzentos réis) e da Capelinha à Estação
de Anchieta, $200 (duzentos réis) (3).
Novamente outro
acidente, com maiores proporções, pois um ônibus foi atingido por dois trens,
na passagem de nível da estação de Ricardo de Albuquerque.
Esse veicula outra
linha, Deodoro x Nilópolis. Ou seja, a empresa operava, na época, uma linha
interestadual.
(Diário Carioca, 14/03/1935) |
Agora temos um Termo
de Prorrogação de Autorização, de 24 de setembro de 1937, por mais quatro anos,
a contar de 10 de novembro de 1935.
Nessa matéria a
empresa mantém proprietário e sua sede, porém é citado como tendo sua garagem e
oficinas, em “uma praça junto à Rua
Comendador Guerra”.
Esse termo
refere-se às seguintes linhas da empresa:
= Largo da
Pavuna x Estação de Anchieta, com o mesmo itinerário e seções anteriormente
citados;
= Estação de
Deodoro x Estação de Nilópolis, com o itinerário: Estação de Deodoro, Estrada
Nazareth, até a Estação de Nilópolis e seções, da Estação de Deodoro à Estação
de Ricardo de Albuquerque, $200 (duzentos réis); da Estação de Ricardo de
Albuquerque à Estação de Anchieta, $200 (duzentos réis) e da Estação de
Anchieta à Estação de Nilópolis, $200 (duzentos réis);
= Estação de
Deodoro x Rua Beberibe (fica no bairro de Ricardo de Albuquerque), tendo o itinerário,
Estação de Deodoro, Estrada do Camboatá e Rua Beberibe e seção única da Estação
de Deodoro à Rua Beberibe, $200 (duzentos réis) (4).
E como não
poderia deixar de acontecer, como é praxe em todas as empresas, o recorte a
seguir mostra-nos reclamações de usuários da empresa, em Anchieta e na Pavuna.
Nesse momento a
empresa tem garagem na Praça Nossa Senhora da Conceição, nº 17, na Pavuna.
(Diário Carioca, 29/11/1938) |
A situação da empresa
não deve ter melhorado muito, pois vemos uma notícia onde a Prefeitura retira
de circulação o carro número 1 da empresa e avisa que até 01/07 os veículos 2,
3, 4, 5, 6 e 7 devem passar por uma reforma geral. Quantos ônibus devem ter
sobrado para trafegar?
(Correio da Manhã, 28/05/1939) |
Porém sabemos
que a empresa teve autorização para colocar mais um ônibus em circulação.
(Correio da Manhã, 26/09/1939) |
Pela prorrogação
dada pela Prefeitura anteriormente, a licença da empresa encerraria em 1939.
Como vimos as reclamações anteriores e como também não achamos mais informações
sobre ela, é possível que tenha encerrado suas atividades nesse ano, operando
as linhas S41 – Deodoro x Anchieta e S44 – Pavuna x Anchieta.
Referências:
(1) – Jornal do Brasil,
de 14/11/1931.
(2) – Jornal do Brasil,
de 25/07/1934.
(3) – Jornal do Brasil,
de 18/12/1934.
(4) – Jornal do Brasil,
de 29/09/1937.
[Pesquisa de Eduardo
Cunha e Claudio Falcão]
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