domingo, 1 de fevereiro de 2015

Viação Cruzeiro do Sul

Em 30 de maio de 1933, o Sr. J. G. Feldhaus (Johann Georg Feldhaus), razão social da Viação Cruzeiro do Sul, assinava junto à Inspetoria de Concessões da PDF, um termo de obrigação, comprometendo-se a estabelecer um serviço regular de transporte de passageiros por meio de auto-ônibus, com a linha Muda x Conselho Municipal.

Seu itinerário era: Rua Marechal Trompowsky (esquina da Rua Conde de Bonfim), Rua Pinto Guedes, Praça Comandante Xavier de Brito, Av. Maracanã, Rua Uruguai, Rua Conde de Bonfim, Praça Saenz Peña, Rua Almirante Cochrane, Rua Mariz e Barros, Praça da Bandeira, Av. Lauro Müller, Rua Visconde de Itaúna (ida), Rua Senador Eusébio (volta), Praça da República, Rua Marechal Floriano e Av. Rio Branco, até o Conselho Municipal.

Suas seções eram: Tijuca à Praça Saenz Peña, $200 (duzentos réis); Praça Saenz Peña à Rua Afonso Pena, $200 (duzentos réis); Rua Afonso Pena ao Monroe, $600 (seiscentos réis). Intermediária: Rua Camerino ao Monroe, $200 (duzentos réis). “Direta”: Praça Saenz Peña ao Monroe, $700 (setecentos réis).

Sua garagem era na Rua Visconde de Santa Isabel, nº 426, na Vila Isabel (1).

(Diário da Noite, 01/06/1933)

Essa linha 29, posteriormente recebeu novos itinerários, Monroe x Tijuca, via Almirante Cochrane e, mais tarde, Praça Mauá x Muda. Desde 1933 até 1947 a linha era dividida com a Viação Carioca e depois ficou somente com a Carioca (2).

(A Noite, 11/10/1937)

Pela próxima notícia vemos que a empresa operou linhas turísticas dentro da cidade, nos finais de semana, saindo da Praça Mauá. Não sabemos se havia uma ou mais linhas e por quanto tempo durou.    

Nessa matéria, podemos observar que a empresa trocou sua razão social para Auto-Viação Cruzeiro do Sul Ltda., o que significou mais uma empresa para o grupo de Mário Bianchi (2).

(Gazeta de Notícias, 25/04/1937)

A Diretoria dos Serviços de Utilidade Pública, no expediente de 20/12/1937, publicou em edital a seguinte nota; “Convido pelo presente a empresa Viação Cruzeiro do Sul a comparecer na Contabilidade desta Diretoria, a fim de fazer a transferência do material rodante da mesma empresa para a nova firma ‘Auto-Viação Cruzeiro do Sul Limitada’..., sucessora da requerente...” (3).

Em anúncio classificado, o novo endereço da empresa, na Rua São Miguel, nº 177, Tijuca.

(Correio da Manhã, 15/09/1939)

Temos agora a informação da quantidade de ônibus licenciados por empresas, no Distrito Federal, no ano de 1939, onde a Cruzeiro do Sul aparece com a autorização para licença de três novos veículos.

(Correio da Manhã, 26/09/1939)

Já em 1940 há uma iniciativa de padronização de preços de passagens, em determinados horários nos quais os veículos andavam vazios (“batendo bancos”), na qual a Cruzeiro do Sul se enquadrou.

(O Imparcial, 26/10/1940)

Temos aqui duas apresentações de um mesmo acidente, entre um ônibus da Cruzeiro do Sul e outro da Independência, sendo que na primeira há a matéria inteira do desastre ocorrido e na segunda somente o veículo da Cruzeiro do Sul batido, que é mostrado na primeira apresentação, porém com a imagem invertida dele, ou seja, na posição correta, para termos ideia da proporção do acidente e o estado em que ficou o carro.


(Diário de Notícias, 23/07/1941)

A matéria a seguir envolve 16 empresas de ônibus, entre elas a Cruzeiro do Sul, que se viram “obrigadas” a atender uma solicitação da PDF, de manter um veículo na linha 1, Mauá x Monroe, e substituí-los em caso de problemas operacionais neles. As demais 15 empresas constam da matéria.

(A Noite, 11/05/1942)

É comunicado o falecimento e anúncio de missa de Johann Georg Feldhaus, “ex-proprietário da Viação Cruzeiro do Sul” (4).

É notificado um incêndio em um dos ônibus da linha Mauá x Tijuca (5), bem como outro incêndio, no ônibus da linha Mauá x Monroe (6).

Há um acidente ocorrido com um carro da linha 1, que atropelou um comerciante.

(A Noite, 25/04/1946)

A última informação que temos da empresa, em termos de publicações, ocorreu em 1951, quando Policiais Militares sequestraram e assaltaram um ônibus da empresa.

(Gazeta de Notícias, 08/12/1951)

Apesar de pertencer ao Grupo Bianchi, não temos a informação confirmada de como e quando ela acabou. É aceito que ela tenha sido incorporada à Viação Carioca, na década de 50.

Referências:

(1) – Jornal do Brasil, 01/06/1933.
(2) – Informações do site MILBUS.
(3) – Jornal do Brasil, 21/12/1937.
(4) - Jornal do Brasil, 29 e 30/07/1942.
(5) - Jornal do Brasil, 08/09/1944.
(6) - Jornal do Brasil, 26/02/1946.

[Pesquisa de Eduardo Cunha e Claudio Falcão] 

Um comentário:

  1. Prezado Eduardo, a garagem da Cruzeiro do Sul, em 1948, ficava na rua Major Ávila, esquina com rua Benjamim Franklim, onde hoje temos o cond. Ed. Jamaica. Depois que a Carioca assumui a empresa, o terreno a garagem da Cruzeiro do Sul virou um ferro velho, segundo relato de antigos moradores da Tijuca. Abraços, Antonio Sérgio.

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