domingo, 8 de fevereiro de 2015

Viação Grajahú

Aspecto da garagem da Viação Grajahú
(Diário Carioca, 10/04/1935)

Através do termo de transferência de obrigações de 23 de setembro de 1935, pelo qual o proprietário da Viação Estrella do Norte “cedia e transferia” à firma João Ferreira & Martins, de João Ferreira e Luís Martins, proprietária da Viação Grajahú, a linha de “ônibus-automóveis” Grajaú x Monroe (via Barão de Mesquita), tomamos conhecimento de que foi a 22 de agosto de 1933 que os representantes da mencionada Viação Grajahú assinaram o termo de obrigação para explorar a linha Grajaú x Monroe (via Almirante Cochrane).

Portanto, a partir de setembro/1935, a Viação Grajahú passava a deter o “monopólio” das linhas de ônibus que ligavam aqueles dois logradouros.

Itinerários:

1) Grajaú x Monroe (via Almirante Cochrane) – Rua Grajaú, esquina de Rua Canavieiras, Rua Caravelas, Praça Edmundo Rego, ruas Maquiné, Canavieiras, Professor Valadares, Barão do Bom Retiro, Barão de Mesquita, Santa Sofia, Pareto, Almirante Cochrane, Mariz e Barros, Praça da Bandeira, Av. Lauro Müller, Av. do Mangue, Praça Onze de Junho, Rua Visconde de Itaúna (ida), Rua Senador Eusébio (volta), Praça da República, Av. Marechal Floriano, Rua Visconde de Inhaúma, Av. Rio Branco e Monroe.

Seções – Grajaú à Rua Uruguai, $200 (duzentos réis); Rua Uruguai à Rua Afonso Pena, $200 (duzentos réis); Rua Afonso Pena ao Monroe, $600 (seiscentos réis); Camerino ao Monroe, $200 (duzentos réis) e direta, 1$000 (hum mil réis).

2) Grajaú x Monroe (via Barão de Mesquita) – Rua Grajaú, esquina de Rua Canavieiras, Rua Caravelas, Praça Edmundo Rego, ruas Maquiné, Canavieiras, Professor Valadares, Barão do Bom Retiro, Barão de Mesquita, São Francisco Xavier, Morais e Silva, Ibituruna, Mariz e Barros, Praça da Bandeira, Av. Lauro Müller, Av. do Mangue, Praça Onze de Junho, Rua Visconde de Itaúna (ida), Rua Senador Eusébio (volta), Praça da República, Av. Marechal Floriano, Rua Visconde de Inhaúma, Av. Rio Branco e Monroe.

Seções – Grajaú à Rua Uruguai, $200 (duzentos réis); Rua Uruguai à Praça General Portinho, $200 (duzentos réis); Praça General Portinho ao Monroe, $600 (seiscentos réis); Camerino ao Monroe, $200 (duzentos réis) e direta, 1$000 (hum mil réis).

Pelo mesmo termo de transferência acima citado, ficava prorrogada por quatro anos a licença da Viação Grajahú, contada a partir de 22 de agosto de 1937, quando findaria aquela estabelecida pela concessão inicial, de 22/08/1933.

(Jornal do Brasil, 01/10/1935)

No entanto, pela pequena notícia adiante, vejam que o mesmo ‘Jornal do Brasil’, no mês de agosto imediatamente anterior, já dava conta da cessão da linha Grajaú x Monroe (via Barão de Mesquita) da Viação Estrella do Norte para a Viação Grajahú.

(Jornal do Brasil, 11/08/1935)

Mas leiam a seguir que as “disputas” pela primazia do transporte no trajeto Grajaú-Monroe já ocorriam há mais de um ano, com as consequentes reclamações dos usuários e cobertura da imprensa. 
(Diário de Notícias, 09/03/1934)

(Diário de Notícias, 17/03/1934)

(Diário da Noite, 24/06/1935)

Agora, a notícia de um acidente ocorrido com um veículo da empresa.

(Diário da Noite, 19/09/1935)

No próximo recorte vejam que, por intermédio de um edital da Diretoria dos Serviços de Utilidade Pública da PDF, de 27 de agosto de 1937, determinava-se que os ônibus das linhas urbanas do Rio de Janeiro deveriam trazer ‘vistas externas’ padronizadas, com a numeração de suas respectivas linhas.
Couberam às linhas da Viação Grajahú os seguintes números: 21 – Monroe x Grajaú (via Barão de Mesquita) e 22 – Monroe x Grajaú (via Morais e Silva).

(Jornal do Brasil, 29/08/1937)

E, em dezembro de 1937, as reclamações passaram a se referir justamente ao “monopólio” do qual passara a gozar a empresa, nos trajetos que lhe cabiam, do Monroe ao Grajaú.

(Diário de Notícias, 02/12/1937)

Já em 1938, foram implantadas as chamadas “linhas auxiliares”, com os ônibus ditos “faixas brancas”, apelido que ganharam por terem faixas brancas pintadas em suas laterais. No caso das linhas que ficaram a cargo da Viação Grajahú, as mesmas partiam do Largo de Santa Rita, e receberam as seguintes numerações: 81 – Largo de Santa Rita x Grajaú (via Almirante Cochrane, auxiliar da 21) e 82 – Largo de Santa Rita x Grajaú (via Morais e Silva, auxiliar da 22).

(Diário de Notícias, 26/08/1938)

Em setembro de 1939, o periódico ‘Correio da Manhã’ trazia uma interessante informação para ilustrar a nossa postagem: a Viação Grajahú havia licenciado naquele ano, até a data mencionada, sete novos carros.

(Correio da Manhã, 26/09/1939)

Ficha da Viação Grajahú

E sabemos ainda que, no período de setembro a novembro de 1940, através de um termo assinado junto ao Departamento de Concessões da PDF, a empresa era transferida para a firma individual José Joaquim de Brito, proprietária da Viação Cruz de Malta, como aparece nos próximos recortes.

(Gazeta de Notícias, 19/09/1940)

(A Noite, 15/11/1940)

Entretanto, pela notícia que segue, de fevereiro/1946, vejam que mesmo após a transferência para a firma de José Joaquim de Brito (Viação Cruz de Malta), o nome fantasia Viação Grajaú (agora sem o ‘h’) continuava sendo utilizado.


(Gazeta de Notícias, 06/02/1946)

[Pesquisa de Claudio Falcão e Eduardo Cunha]

6 comentários:

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    1. Grato Edmilson, pelo elogio e comentário. Sua solicitação foi enviada pelo Face, no seu private.

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  2. Caro Eduardo, a Cruzeiro do Sul quando foi comprada pela Viação Carioca tinha sua garagem na rua Babilônia 49 esquina com rua Major Ávila, onde hoje se encontra o edifício Jamaica. Segundo relatos de moradores antigos da rua, com a desativação do local, o terreno virou um ferro-velho. Sds, Antonio Sérgio.

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    1. Antonio Sérgio, grato pelo comentário e tão logo possa farei a inclusão da informação na matéria. Só não entendi por que você não comentou na Viação Cruzeiro do Sul. Abraços.

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  3. Xi!!! Fiz besteira, comentei no lugar errado, foi sono mesmo (rs). Abraços, Antonio.

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