A 2 de fevereiro
de 1932, o Sr. Luiz Vieira Souto, representante e razão social da Viação
Selecta, assinou um Termo de Obrigação junto à Inspetoria de Concessões da Prefeitura
do então Distrito Federal, comprometendo-se a implantar um serviço de
transporte de passageiros por meio de auto-ônibus, ligando o Palácio Monroe à
Rua José Bonifácio, esquina de Rua Honório (bairro de Todos os Santos).
Era este o
itinerário da linha: Rua Luiz de Vasconcelos (Palácio Monroe), Av. Rio Branco,
Rua Visconde de Inhaúma, Rua Marechal Floriano, Rua Senador Eusébio, Praça da
Bandeira, Rua Pará, Rua Sergipe, Av. Maracanã, Rua São Francisco Xavier, Rua 24
de Maio, Rua Archias Cordeiro e Rua José Bonifácio, até a Rua Honório. Na volta
o itinerário era o mesmo, passando, no entanto, pela Rua Visconde de Itaúna, em
vez de Senador Eusébio.
A mencionada
linha era dividida nas seguintes seções: Monroe à Rua Camerino, $200 (duzentos
réis); Rua Camerino à Rua Matta Machado, $400 (quatrocentos réis); desta última
à Estação de São Francisco Xavier, $400 (quatrocentos réis); da Estação de São
Francisco Xavier à Estação do Méier, $400 (quatrocentos réis); da Estação do
Méier à Rua José Bonifácio, esquina de Rua Honório, $200 (duzentos réis), sendo
a passagem “direta”, do Monroe à Estação do Méier, 1$200 (hum mil e duzentos
réis).
(Jornal do Brasil, 05/02/1932) |
Entretanto, em
janeiro/1933, o periódico ‘A Noite’ publicou uma pequena nota, em que havia uma
reclamação dos moradores de Todos os Santos, solicitando o restabelecimento da
referida linha da Viação Selecta.
(A Noite, 16/01/1933) |
E logo em
seguida, em março do mesmo ano, através de uma nota do jornal ‘Diário da
Noite’, verificamos que a Viação Selecta obtivera a concessão de uma nova
linha, Conselho Municipal x Praça do Carmo, cujo trajeto abrangia “diversas
ruas centrais”, o Largo de Benfica, Av. Automóvel Club, Rua Uranos, Av. dos
Democráticos, Penha, Braz de Pina, “e outras ruas intermediárias”.
Ao que parece, o
pleito dos moradores de Todos os Santos não foi atendido.
(Diário da Noite, 06/03/1933) |
Alguns meses
depois, em agosto/1933, um sério acidente envolveu um ônibus da empresa, da
linha Penha x Monroe, e um bonde de Aldeia Campista, conforme demonstram os
dois recortes a seguir, pelos quais podemos comprovar que a Viação Selecta
continuava a servir os chamados subúrbios da Leopoldina.
(Diário da Noite, 11/08/1933) |
(Diário Carioca, 12/08/1933) |
Em janeiro/1934,
mais um acidente com um ônibus Penha, da mesma empresa. Vejam como ficou o
ônibus, na imagem a seguir.
Ônibus Penha, da Viação Selecta (A Noite, 22/01/1934) |
Novo acidente,
ocorrido em 31 de outubro de 1935, confirmava que a empresa permanecia
circulando pelos bairros da Leopoldina, muito embora no letreiro do ônibus
envolvido apareça a inscrição “C. Municipal”, em vez de Monroe, mostrando que a
linha voltara a partir do então Conselho Municipal, o que pode ser corroborado
pelo recorte a seguir.
(Diário da Noite, 01/11/1935) |
Mais um
acidente, agora em março/1936, confirma que a linha mencionada continuava
partindo do Conselho Municipal.
(A Noite, 19/03/1936) |
O número
atribuído à linha Monroe – Conselho Municipal x Penha era 19 e a empresa, que
havia passado à razão social de Viação Selecta Ltda., teve sua garagem em 1936
localizada à Av. Braz de Pina, nº 890 – Vila Kosmos.
Já em 20 de
dezembro de 1937, foi assinado um “termo de transferência e unificação”, pelo
qual era autorizada a transferência das empresas Viação Selecta, Viação Guanabara e Viação Progresso para a firma
Viação Penha Ltda., bem como a unificação das três empresas, com a denominação
de “Viação Penha”, com sede à Rua dos Romeiros, nº 10, 1º andar – Penha, e
garagem e oficinas à Rua Antônio Rego, nº 143 – Olaria.
(Jornal do Brasil, 28/12/1937) |
Nenhum comentário:
Postar um comentário