domingo, 26 de outubro de 2014

Viação Selecta

A 2 de fevereiro de 1932, o Sr. Luiz Vieira Souto, representante e razão social da Viação Selecta, assinou um Termo de Obrigação junto à Inspetoria de Concessões da Prefeitura do então Distrito Federal, comprometendo-se a implantar um serviço de transporte de passageiros por meio de auto-ônibus, ligando o Palácio Monroe à Rua José Bonifácio, esquina de Rua Honório (bairro de Todos os Santos).

Era este o itinerário da linha: Rua Luiz de Vasconcelos (Palácio Monroe), Av. Rio Branco, Rua Visconde de Inhaúma, Rua Marechal Floriano, Rua Senador Eusébio, Praça da Bandeira, Rua Pará, Rua Sergipe, Av. Maracanã, Rua São Francisco Xavier, Rua 24 de Maio, Rua Archias Cordeiro e Rua José Bonifácio, até a Rua Honório. Na volta o itinerário era o mesmo, passando, no entanto, pela Rua Visconde de Itaúna, em vez de Senador Eusébio.

A mencionada linha era dividida nas seguintes seções: Monroe à Rua Camerino, $200 (duzentos réis); Rua Camerino à Rua Matta Machado, $400 (quatrocentos réis); desta última à Estação de São Francisco Xavier, $400 (quatrocentos réis); da Estação de São Francisco Xavier à Estação do Méier, $400 (quatrocentos réis); da Estação do Méier à Rua José Bonifácio, esquina de Rua Honório, $200 (duzentos réis), sendo a passagem “direta”, do Monroe à Estação do Méier, 1$200 (hum mil e duzentos réis).

(Jornal do Brasil, 05/02/1932)

Entretanto, em janeiro/1933, o periódico ‘A Noite’ publicou uma pequena nota, em que havia uma reclamação dos moradores de Todos os Santos, solicitando o restabelecimento da referida linha da Viação Selecta.

(A Noite, 16/01/1933)

E logo em seguida, em março do mesmo ano, através de uma nota do jornal ‘Diário da Noite’, verificamos que a Viação Selecta obtivera a concessão de uma nova linha, Conselho Municipal x Praça do Carmo, cujo trajeto abrangia “diversas ruas centrais”, o Largo de Benfica, Av. Automóvel Club, Rua Uranos, Av. dos Democráticos, Penha, Braz de Pina, “e outras ruas intermediárias”.

Ao que parece, o pleito dos moradores de Todos os Santos não foi atendido.

(Diário da Noite, 06/03/1933)

Alguns meses depois, em agosto/1933, um sério acidente envolveu um ônibus da empresa, da linha Penha x Monroe, e um bonde de Aldeia Campista, conforme demonstram os dois recortes a seguir, pelos quais podemos comprovar que a Viação Selecta continuava a servir os chamados subúrbios da Leopoldina.

(Diário da Noite, 11/08/1933)

(Diário Carioca, 12/08/1933)

Em janeiro/1934, mais um acidente com um ônibus Penha, da mesma empresa. Vejam como ficou o ônibus, na imagem a seguir.

Ônibus Penha, da Viação Selecta
(A Noite, 22/01/1934)

Novo acidente, ocorrido em 31 de outubro de 1935, confirmava que a empresa permanecia circulando pelos bairros da Leopoldina, muito embora no letreiro do ônibus envolvido apareça a inscrição “C. Municipal”, em vez de Monroe, mostrando que a linha voltara a partir do então Conselho Municipal, o que pode ser corroborado pelo recorte a seguir.

(Diário da Noite, 01/11/1935)

Mais um acidente, agora em março/1936, confirma que a linha mencionada continuava partindo do Conselho Municipal.

(A Noite, 19/03/1936)

O número atribuído à linha Monroe – Conselho Municipal x Penha era 19 e a empresa, que havia passado à razão social de Viação Selecta Ltda., teve sua garagem em 1936 localizada à Av. Braz de Pina, nº 890 – Vila Kosmos.

Já em 20 de dezembro de 1937, foi assinado um “termo de transferência e unificação”, pelo qual era autorizada a transferência das empresas Viação Selecta, Viação Guanabara e Viação Progresso para a firma Viação Penha Ltda., bem como a unificação das três empresas, com a denominação de “Viação Penha”, com sede à Rua dos Romeiros, nº 10, 1º andar – Penha, e garagem e oficinas à Rua Antônio Rego, nº 143 – Olaria.

(Jornal do Brasil, 28/12/1937)

[Pesquisa de Claudio Falcão e Eduardo Cunha]

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