A Fonseca &
Martins não era meramente uma empresa de transportes marítimos, pois seu início deu-se com a inauguração da 'Garage Governador', na Ribeira, em 1930, conforme
matéria comprobatória. Ela não só abrigava carros particulares, como também
ônibus da futura concorrente Empreza E. L. Freitas.
Sua
próxima atividade foi a obtenção de autorização para a firma explorar linhas
marítimas, entre o Cais Pharoux e o Cais da Ribeira, na Ilha. Conforme
declaração do historiador da Ilha, Jaime Moraes (http://ilhajaime.nafoto.net/): “A família Fernandes da Fonseca (da qual
Leite Martins era genro), moradores da Ribeira, chegou durante um tempo a
trafegar com duas pequenas barcas, a ‘Primeira’ e a ‘Segunda’”.
A
última aventura foi no transporte coletivo urbano, que falaremos a seguir.
(Diário da Noite, 29/01/1930) |
'Garage Governador', da Fonseca & Martins (imagem gentilmente cedida por Marcelo Prazs) |
A primeira
notícia que temos da empresa, com relação à exploração de linha de transporte
coletivo urbano, informa que seria inaugurada uma linha entre Ribeira x Freguesia.
(Diário da Noite, 06/03/1931) |
A segunda
notícia, já foi uma crítica nas duas principais especialidades da empresa, o
transporte de passageiros, com um único ônibus de 21 lugares e duas barcas
pequenas e a via crucis dos
passageiros.
(Diário da Noite, 17/03/1931) |
Aí quando
pensávamos que teríamos mais informações da empresa, vem de lá outra matéria
com reclamações, um mês depois, quase idênticas, onde cita o alento que aumentaram
para dois carros o minguado um. E quase logo depois informa que reduziram para o
mesmo um do mês anterior!
(Diário da Noite, 23/04/1931) |
E na próxima
notícia ainda do mesmo ano, mais reclamações dirigidas à empresa, dessa vez
pelo lado náutico.
(Diário da Noite, 07/10/1931) |
Passam-se dois
anos e aparece uma matéria contando sobre a existência de um Interventor nos
transportes da Ilha, agindo nas duas empresas existentes, a E. L. Freitas e a
Fonseca & Martins. Há também uma entrevista com um dos proprietários da
segunda empresa, sobre como essa intervenção os afetaria, e um dos
proprietários cita que estão só aguardando para serem informados, para retirarem
de tráfego os veículos terrestres, bem como os marítimos. Ou seja, a empresa
terminaria, aliás, ficaria somente com a garagem. E ele ainda se dá ao direito
de parafrasear: “serviços que tenho mantido com incontestáveis proveitos para os
moradores da Ilha”. Se essa informação, passada por ele, fosse verdadeira, perguntamos:
porque houve as matérias anteriores no mesmo periódico?
(Diário da Noite, 20/02/1933) |
A próxima
matéria comprova que a empresa perdeu a concessão marítima para a Ribeira, mas
comprova que ela comprou uma lancha nova chamada ‘Terceira’, moderna e com mais
requintes, a qual junto com as duas velhas conhecidas, começaram a explorar
linhas turísticas na Baía de Guanabara, todos os domingos. Com quase 100% de
certeza, o Interventor da Ilha terminou com o mau serviço no transporte
coletivo urbano, restando para a população usuária somente a E. L. Freitas.
(A Noite, 30/06/1933) |
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