Através das
publicações ‘Guerra de Posições na Metrópole’, PDF – Noronha Santos e site MILBUS, tomamos conhecimento que a
Viação Santa Cruz teve o seu primeiro termo de obrigação assinado a 7 de março
de 1929, para operar a linha Santa Cruz x Sepetiba. Sua garagem localizava-se à
Av. D. Pedro I, nº 24, tel. 75 – Santa Cruz. E em 1933 teve uma segunda
garagem, à Rua Pedro Leitão, nº 12 – Sepetiba.
Já a primeira
‘notícia’ que obtivemos sobre a Viação Santa Cruz em antigos jornais foi por
meio de uma pequena nota publicada em agosto/1932 no ‘Correio da Manhã’, a
respeito de um incidente ocorrido na Estrada de Sepetiba, com um passageiro de
um ônibus da empresa, o que ocasionou sua queda e a consequente remoção do
mesmo para o hospital da região (Hospital Pedro II). Outros periódicos também
divulgaram o mesmo incidente.
(Correio da Manhã, 09/08/1932) |
Já em
setembro/1933, o mesmo ‘Correio da Manhã’ dava conta de uma permissão que a
direção da empresa dava aos chamados mensageiros da então ‘Directoria Regional
dos Correios e Telegraphos’, quando em serviço e obedecendo a determinadas
regras, para viajarem em seus veículos.
(Correio da Manhã, 08/09/1933) |
Em junho/1936, o
‘Jornal do Brasil’ publicava um edital da Diretoria dos Serviços de Utilidade
Pública, convidando os proprietários de diversas empresas, inclusive da Viação
Santa Cruz, a comparecerem ao escritório daquela Diretoria, “a fim de tratar de
assunto pertinente à prorrogação de suas licenças para exploração de serviço de
transporte coletivo por meio de ônibus-automóveis” (1).
Através de novo
edital da mencionada Diretoria, publicado em dezembro/1937 ainda no JB, tomamos
conhecimento do nome do proprietário da empresa, que era o Sr. Ataualpa Pereira
da Silva, que na ocasião era convidado “para assinar o termo de prorrogação de
licença da referida empresa” (2).
O Termo de
Prorrogação de Autorização foi afinal assinado a 14 de dezembro de 1937, pelo qual
o citado Ataualpa Pereira da Silva, razão social da Viação Santa Cruz, com
sede, garagem e oficinas situadas à Av. Pedro I, nº 24 – Santa Cruz, teve sua
licença para exploração das linhas Santa Cruz x Sepetiba e Santa Cruz x Pedra
de Guaratiba prorrogada por quatro anos, mas a contar de 29 de dezembro de
1934, ou seja, com um aparente atraso de três anos (!!!).
Itinerário das
linhas:
Santa Cruz x
Sepetiba – Santa Cruz, Rua Felipe Cardoso, Avenida Isabel, Praça Saldanha da
Gama, Rua Auristela, Av. Areia Branca e Estrada de Sepetiba.
Seções dessa 1ª
linha – Santa Cruz à Caixa do Socorro, $200 (duzentos réis); Caixa do Socorro a
Chico Teixeira, $200 (duzentos réis); Chico Teixeira à Torre da Rádio, $200
(duzentos réis) e Torre da Rádio a Sepetiba, $200 (duzentos réis).
Santa Cruz x
Pedra de Guaratiba – Santa Cruz, Rua Felipe Cardoso, Curral Falso, Estrada da
Pedra de Guaratiba e Pedra de Guaratiba.
Seções dessa 2ª
linha – Santa Cruz à Avenida Carmen, $200 (duzentos réis); Avenida Carmen ao
Curral Falso, $200 (duzentos réis); Curral Falso a Caxangá, $400 (quatrocentos
réis) e Caxangá à Pedra de Guaratiba, $400 (quatrocentos réis) (3).
Mas pelas
notícias a seguir, chegamos à conclusão de que a empresa, pelo menos no período
1939-1940, teve seus carros circulando fora do ‘perímetro’ de Santa Cruz –
Sepetiba – Guaratiba, pois nos mostram linhas da Viação Santa Cruz atuando na
região de Cascadura – Marechal Hermes – Realengo – Bangu.
(O Imparcial, 25/06/1939) |
(Diário de Notícias, 11/04/1940) |
Normas
referentes à conduta e aos trajes com os quais os passageiros poderiam viajar
nos ônibus do Rio de Janeiro e a tolerância com relação à lotação desses
veículos, nas quais foi incluída a empresa em questão, foram divulgadas em
maio/1940, como o leitor poderá verificar no recorte adiante.
(A Noite, 24/05/1940) |
Informações
sobre multas, dirigidas a funcionários e/ou ônibus da Viação Santa Cruz, foram
registradas pelos periódicos ‘Diário Carioca’, na edição de 01/04/1939 e ‘Correio
da Manhã’, em suas edições de 14/09/1940 e 12/01/1941.
E através a
notícia a seguir, de um acidente ocorrido com um ônibus da linha Santa Cruz x
Sepetiba em outubro/1947, tomamos conhecimento de que a Viação Santa Cruz ainda
‘circulava’ por aquela época, porém daí para frente nada mais encontramos nos
jornais antigos sobre ela.
(A Noite, 20/10/1947) |
No entanto, por
meio da já mencionada publicação ‘Guerra de Posições na Metrópole’, verificamos
que a empresa ‘rodou’ com a linha S-57 – Santa Cruz x Sepetiba até 1952, e também explorou a linha S-58 – Santa Cruz x Curral Falso, esta última informação obtida por intermédio do pesquisador Antônio Sérgio, tendo como fonte o Diário Oficial.
Referências:
(1) – Jornal do
Brasil, 11 e 13/06/1936.
(2) – Jornal do
Brasil, 02/12/1937.
(3) – Jornal do
Brasil, 15/12/1937.
[Pesquisa de
Claudio Falcão e Eduardo Cunha]
Prezado Eduardo,
ResponderExcluirOs números das linhas exploradas pela Viação Santa Cruz eram: S-57 – Santa Cruz x Sepetiba, e S-58 – Santa Cruz x Curral Falso. Isso entre 1939 e 1952, aproximadamente. Fonte: Diário Oficial. Teria ela tido algum vínculo com a Transportes Santa Cruz, existente na década de 60? Acho que não. Abraços, Antonio Sérgio.
Caro Antonio Sérgio, grato pelo contato e informações. Eu tinha essas informações e esqueci de pesquisar lá mas ainda bem que temos colaboradores, para nos lembrar, muito obrigado. Foi realmente até 52 quando ela deixou de operar. Quanto a outra Santa Cruz, que você cita, ou teve algum sócio dessa que depois fundou a outra ou não tiveram nada a ver uma com a outra, visto que ela só começou a operar em 64 ou 66. Coincidência ou não a primeira empresa a explorar a 885 - Santa Cruz x Sepetiba, foi a outra Santa Cruz. Forte abraço e volte mais vezes.
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