A primeira
notícia que encontramos nos jornais, a respeito da Auto Viação Popular, foi
publicada pelo ‘Jornal do Brasil’, edição de 24 de julho de 1931, e dizia
respeito a uma petição junto à Inspetoria de Concessões da Prefeitura, com
despacho “deferido”, porém sem detalhar o conteúdo da mencionada petição.
Porém, poucos
dias depois, a edição do JB de 7 de agosto publicava um termo de obrigação,
assinado a 4 de agosto junto à Inspetoria de Concessões da Prefeitura, pelo
qual os srs. José Corrêa Lopes e José de Figueiredo comprometiam-se a
estabelecer uma linha de auto-ônibus, ligando a Rua Lins de Vasconcelos
(esquina da Rua Cabuçu) à Rua Araújo Porto Alegre (esquina da Av. Rio Branco).
A empresa levava o nome de Auto Viação Popular.
Era este o
itinerário da linha mencionada: Rua Lins de Vasconcelos, Rua Cabuçu, Rua Dona
Romana, Rua Barão do Bom Retiro, Rua Visconde de Santa Isabel, Praça Barão de
Drummond, Av. Vinte e Oito de Setembro, Rua São Francisco Xavier, Rua Mariz e
Barros, Av. Lauro Müller, Av. do Mangue, Rua Visconde de Itaúna, Praça da
República, Rua Marechal Floriano, Rua Visconde Inhaúma, Av. Rio Branco, Rua
Santa Luzia, Rua México e Rua Araújo Porto Alegre. O trajeto de volta era feito
pela Rua Senador Eusébio, em vez de Visconde de Itaúna.
Tal linha era
dividida nas seguintes seções: Primeira – da Rua Lins de Vasconcelos à Praça
Barão de Drummond (200 réis); Segunda – da Praça Barão de Drummond à Rua Afonso
Pena (400 réis) e Terceira – da Rua Afonso Pena à Rua Araújo Porto Alegre (600
réis).
Mais adiante, a
11 de setembro do mesmo ano, notícia do periódico ‘A Noite’, dava conta de que
os ônibus da linha Lins de Vasconcelos, da Viação Popular, passavam pelo Jardim
Zoológico, então localizado em Vila Isabel.
(A Noite, 11/09/1931) |
Podemos
mencionar que até 11 de maio de 1933, a razão social da firma proprietária da
Viação Popular era Lopes & Figueiredo Ltda., porém, a partir daquela data,
José Antero de Figueiredo desligava-se da sociedade, permanecendo esta somente
nas mãos do Sr. José Corrêa Lopes, como nos mostram as notas a seguir. E como se
encontra no livro ‘Guerra das Posições na Metrópole’, a firma passou à
denominação de José Corrêa Lopes & Companhia.
(Correio da Manhã, 13/05/1933) |
(Jornal do Brasil, 15/07/1933) |
Ônibus da Auto Viação Popular (O Globo, 24/03/1934) |
José Corrêa
Lopes viria a falecer em consequência de um desastre automobilístico ocorrido
em Portugal, a 23 de setembro de 1935, aos 46 anos de idade, conforme informou
o jornal ‘A Noite’.
(A Noite, 24/09/1935) |
Mais adiante o
leitor poderá visualizar um anúncio comercial, igualmente publicado pelo
periódico ‘A Noite’, no qual, em nome da empresa, ‘recomenda-se’ o uso de
determinado óleo lubrificante, ressaltando que o mesmo era utilizado em todos
os seus ônibus.
(A Noite, 09/10/1936) |
À frente o nosso
seguidor poderá ler uma curiosa notícia, na qual é elogiado um funcionário da
Viação Popular, o chauffeur Armando,
‘piloto’ de um ônibus da empresa apelidado de ‘Expresso de Changai’, que rodava
na linha 84 – Largo de Santa Rita-Lins de Vasconcelos, do qual diversos
passageiros eram clientes assíduos.
(A Noite, 28/05/1942) |
Já a 26 de
outubro de 1947, o ‘Jornal do Brasil’ dava conta de uma ampliação do itinerário
da linha de Lins de Vasconcelos, que passaria a circular não somente até o
Largo de Santa Rita, mas agora até a Praia Vermelha, mencionando tratar-se da
linha 85. A passagem direta teria o valor de Cr$2,00.
(Jornal do Brasil, 26/10/1947) |
A última notícia
que tivemos sobre a Viação Popular foi veiculada na edição de 3 de julho de
1949 do ‘Correio da Manhã’, onde muitas queixas eram dirigidas aos ônibus das
linhas 84 e 85, ambas servindo à localidade de Boca do Mato – bairro de Lins de
Vasconcelos. Tais queixas referiam-se ao mau estado dos carros da empresa, à
impontualidade nas saídas do ponto final, bem como ao tratamento descortês
proporcionado aos clientes pelos motoristas e cobradores.
(Correio da Manhã, 03/07/1949) |
A empresa operou
até a década de 50, ano 1953.
Linhas que a Viação Popular explorava:
1934 – Linha 1,
Bellas Artes x Lins de Vasconcelos (Popular e Nacional);
1939 a 1942 –
Linha 24, Monroe x Lins de Vasconcelos (Independência e Popular);
1939 – Linha 25,
Monroe x Maria Luiza (Popular);
1942 a 1953 –
Linha 84, Largo de Santa Rita – Candelária x Lins de Vasconcelos (Popular e Independência); e
1942 a 1949 –
Linha 85, Largo de Santa Rita x Lins de Vasconcelos (Popular e Independência).
[Informações do
livro ‘Guerra de Posições na Metrópole’.]
[Pesquisa de Claudio Falcão e Eduardo Cunha]
Prezado Eduardo, minhas anotações batem com sua pesquisa. A Popular realmente operou, na década de 40, a linha 85 – Lins x Urca, simultaneamente com a Independência, assim como outras linhas. Entretanto, no caso específico da Lins x Urca, na Popular o número era 85, enquanto que na Independência era a linha 106. A Independência chegou a criar a 86 – Engenho Novo x Urca, mas foi extinta quando a empresa terminou. Mas não sei se as duas empresas eram do mesmo dono. A garagem da Popular ficava na rua Ana Neri, 185. Teria a Popular sido extinta para abertura da Novo Mundo Auto Ônibus, cuja garagem era compartilhada coma Independência? Sds, Antonio Sérgio.
ResponderExcluirAntonio Sérgio, bom seus comentários. Apenas um detalhe a 86 não acabou quando a Independência acabou, ela continuou por mais alguns anos operada pela ETAL, isso em 57/58. Quanto a elas serem do mesmo dono, creio que não. Quando estiver pesquisando pela Independência, lhe responderei. Também por ora, não sei lhe responder sobre se existiu relacionamento entre a Popular e a Novo Mundo, vou procurar saber. Grato pela visita e comentários e bom dia.
ResponderExcluirCaro Eduardo, em 1958 a linha 86 ainda estava ativa mas eu pensava que sob o comando da Independência, pois não sei exatamente quando ela acabou. De certo é que em 1960 a linha já havia sido extinta. Obrigado pela atenção. Sds, Antonio Sérgio.
ResponderExcluirAntonio Sérgio, com certeza a linha 86 em 1960, já não existia mais, pois a ETAL ficou só com a 106. Acho que uma concorria com a outra.
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