O Sr. Francisco
Ignacio Alves assinava, a 4 de agosto de 1931, um termo de obrigação junto à
Inspetoria de Concessões da Prefeitura do então Distrito Federal, para
estabelecer a linha de “auto-lotações” Estação da Circular da Penha x Porto de
Maria Angu.
Era este o
itinerário: Estação da Circular da Penha, Av. dos Democráticos, ruas “K”, “D”,
“J”, “E” (ruas que pertenciam ao projeto de arruamento dos terrenos da
Companhia Brasileira de Terrenos) e Praça Central, no Porto de Maria Angu,
compreendendo uma única seção de $200 (duzentos réis) (referência: Jornal do
Brasil, 08/08/1931).
Pouco mais de um
ano depois, a 14 de dezembro de 1932, o sr. Francisco Ignacio, proprietário da
Viação Natal, assinava, junto à mesma Inspetoria de Concessões, um termo de
transferência pelo qual “cedia e transferia” à firma Rodrigues & Conde, dos
srs. Hypolito da Costa Rodrigues e José Gonçalves Conde, o acima mencionado
termo de obrigação de 4 de agosto de 1931 (“serviço de transporte de
passageiros por meio de auto-omnibus”).
(Jornal do Brasil, 15/12/1932) |
Já os
representantes da firma Rodrigues & Conde viriam a assinar, a 14 de
novembro de 1933, um termo aditivo, modificando a linha para Penha x
Companhia Brasileira, que obedeceria ao itinerário: Estação da Penha, ruas
Nicarágua, Leopoldina Rego, Itaú, Costa Rica, Jequiriçá, Cuba, Ingaí,
Guatemala, Montevidéu e Nicarágua, até a Estação da Penha. Seções: Estação da
Penha à Rua Cuba (esquina de Ingaí), $200 (duzentos réis) e Rua Cuba (esquina
de Ingaí) à Estação da Penha, $200 (duzentos réis) (referência: Jornal do
Brasil, 15/11/1933).
Novo termo
aditivo de obrigação foi assinado, a 30 de maio de 1934, pelos representantes
de Rodrigues & Conde, estabelecendo a nova linha, Cordovil x Avenida
Meriti, com o itinerário: Estação de Cordovil, Rua Major Conrado, Praça 13 de
Junho, Rua Barão de Melgaço, Rua Rio Apa, Rua Comandante Coelho, Avenida Meriti
e vice-versa, com a passagem sendo cobrada a $200 (duzentos réis) (referência:
Jornal do Brasil, 31/05/1934). Essa linha transformou-se na S-78,
posteriormente operada, em 1942, pela Sociedade Cooperativa.
Outra linha foi
explorada pela empresa, Ramos x Apicu (Fábrica de Máscaras), o que se depreende
dos anúncios de multas publicados nas edições de 23/09/1934 e 13/01/1935 do
Jornal do Brasil.
Já na edição de
24/10/1936 do mesmo periódico, foi divulgada uma reclamação de usuários da
linha acima citada, a qual obedecia ao seguinte itinerário: Estação de Ramos,
Rua Leopoldina Rego, Rua Pereira Landim, Rua Barreiros, Rua Missões, Estrada do
Engenho da Pedra e Fábrica de Máscaras contra Gases, com a passagem direta a
$300 (trezentos réis). Essa linha transformou-se na S-63, Ramos x Praça Apicu –
Fabrica de Máscaras, posteriormente operada, em 1939, pela Viação Santa
Cecília.
Nesse mesmo ano
de 1939, a empresa operou as linhas S-73, Penha x R Dionísio e S-74, Penha x V
Penha, posteriormente operadas, em 1942, pela Sociedade Cooperativa.
Um novo
proprietário da empresa era informado através de editais publicados nas edições
do Jornal do Brasil de 05 e 07/12/1937. Tratava-se de J. M. de Campos.
E por meio de
uma “declaração à Praça”, o mesmo J. M. de Campos informava ter vendido a
empresa Viação Natal para Antônio Gonçalves do Prado, José Afonso Bastos e
Otaviano Vieira da Silva (referência: Jornal do Brasil, 09 e 10/11/1938).
Já em sua edição
de 26/09/1939, o periódico ‘Correio da Manhã’ dava conta de que a Viação Natal
havia licenciado, naquele ano, três “carros novos”.
(Correio da Manhã, 26/09/1939) |
E através de
notícia do jornal ‘A Noite’, tomamos conhecimento de que a mencionada empresa
operava, por aquela época, a linha Olaria x Cascatinha. Essa linha, já
existente em 1939, tornou-se a S-64, Olaria x Vila Cascatinha, posteriormente
operada, em 1942, pela Sociedade Cooperativa.
(A Noite, 13/11/1940) |
Mais adiante,
nova declaração era divulgada no Jornal do Brasil (11/10/1941), em que a
Sociedade Cooperativa dos Chauffeurs Proprietários do Rio de Janeiro, propagava
ser adquirente da Viação Natal, conforme escritura de 10 de junho de 1941.
Apesar de ter sido assumida pela Sociedade Cooperativa, a empresa continuou
operando sob o nome fantasia Viação Natal, conforme informações do livro
“Guerra de Posições na Metrópole”.
Em 17/02/1947, a
empresa separou-se da Sociedade Cooperativa e tornou-se a Viação Natal Ltda.,
cuja garagem era na Rua Bela, nº 948, São Cristóvão, conforme informações do site MILBUS.
Daí em diante
não mais encontramos informações acerca da Viação Natal.
[Pesquisa de Claudio Falcão e Eduardo Cunha]