O primeiro termo de obrigação entre a Prefeitura do Distrito Federal e a Empreza Interestadoal de Omnibus de Luxo Ltda. (“Limousine Federal”), foi assinado em 21/07/1933, tendo como compromisso o estabelecimento de um serviço de transportes de passageiros, utilizando “omnibus-automóveis” entre a Praça Mauá x Leblon. Nesse mesmo ano, já havia a prestação deste serviço pela Empreza de Omnibus de Luxo, para esta mesma linha 28.
Deveria
ser obedecido o seguinte itinerário: Praça Mauá,
Av. Rio Branco, Av. Beira-Mar, Av. Wenceslau Braz, Rua do Tunnel, Rua Salvador
Corrêa, Av. Atlântica, Rua Sá Ferreira, Rua Bulhões de Carvalho, Rua Gomes
Carneiro, Praça General Osório, Rua Barão da Torre e Av. Henrique Dumont e
vice-versa.
Suas
seções seriam da Praça Mauá ao Pavilhão Mourisco, $600 (seiscentos réis); do
Pavilhão Mourisco à Rua Gomes Carneiro, $600 (seiscentos réis); e Rua Gomes
Carneiro ao Leblon, $200 (duzentos réis).
Sua
garagem era na Rua Barão da Torre, nº 63, Ipanema.
(Jornal do Brasil, 22/07/1933) |
(Diário da Noite, 22/07/1933) |
Posteriormente,
em 23/03/1934, o termo de obrigação recebe um termo aditivo para prorrogação da
concessão, sem alterações.
(Jornal do Brasil, 24/03/1934) |
Conforme
acidentes usuais, entre eles relatados a seguir, podemos constatar a empresa
operando a linha 63 e/ou 64 – Castelo x Ipanema.
(Correio da Manhã, 03/08/1937) |
(A Noite, 15/01/1938) |
Mais
outro acidente, desta vez constatando a empresa operando a linha 4 – Praça Mauá
x Ipanema.
(Diário da Noite, 21/09/1938) |
Analisando
o documento abaixo é que identificamos a existência de outra empresa nesse
grupo. Trata-se da Limousine Federal Ltda., que posteriormente foi anexada à
Empreza Interestadoal de Omnibus de Luxo Ltda. Limousine Federal e que terá sua publicação à parte.
DOU/DF, 22/11/1938:
“Empresa
Interestadual de Ônibus de Luxo Ltda. (3.201-G. P. 15.362). - Os pareceres do
Sr. Dr. José de Miranda Valverde, de 20
de dezembro de 1937 e 27 de maio de 1938, respectivamente sobre
requerimentos da Limousine Federal Ltda., recurso inerente à ilegalidade posto
pela mesma, de decisão
dada, deixam evidente da mudança de tráfego concedida, com prejuízo de
terceiros e a titulo de experiência, ao ônibus da Limousine Federal Ltda. Mantenho
o despacho recorrido, a Empresa Interestadual de Ônibus de Luxo Ltda. pede
tornar-se proprietária única da Limousine Federal Ltda, pela aquisição, a
Sebastião Ribeiro de Castro, da sua parte de quotas dessa companhia, da qual a
interessada possui a outra parte. Caso assim ficasse permitido, da fusão das
duas empresas referidas, e que têm itinerários diferentes para os seus veículos,
resultaria para a empresa constituída em conseqüência da fusão, facilidade de
manter, em itinerário proibido os ônibus da empresa. cuja aquisição pretende e
que nele foram ilegalmente admitidos. Frustrar-se-ia por essa forma o despacho
que desfez a ilegalidade e restabeleceu direitos
postergados. Indefiro, pois, o pedido.
Cumpra-se o despacho,
que não redunda nem em prejuízo do serviço de ônibus nem no dos interesses do
público. Para salvaguarda dos termos do art. 12 do decreto 3.926 de 23 de junho
de 1932 e § 1.° do decreto 4.864, de 13 de junho de 1934, ambos, procedendo-se providencie-se
para a ampliação do número de veículos no itinerário a proporção devida a cada
empresa concessionária, guardada a causa. Somente em caso de recusa desse aumento
encaminhe-se e qualquer outro pedido de competição no itinerário para exame
decisão em obediência às disposições legais vigentes”.
No
início da década de 40, a empresa oferece conforto aos seus usuários com 24
ônibus novos, comprados para manterem a operação nas linhas Praça Mauá x
Ipanema e Estrada de Ferro x Ipanema, designação da linha 12.
(A Noite, 06/01/1940) |
A
notícia a seguir nos informa que a pintura tradicional da empresa, o verde, foi
mantida.
(A Noite, 01/11/1940) |
Nessa
informação, confirma-se a operação das linhas Estrada de Ferro e Castelo x
Ipanema pela empresa e verifica-se como já era usual o prefeito mexer no bolso
do povo...
(A Noite, 23/09/1944) |
Essa
imagem mostra três veículos novos GM da empresa, paralisados em provável
movimento de greve, na Avenida Presidente Vargas. Operavam na linha 68 –
Castelo x Leme, posterior Praça Constante Ramos e posterior Copacabana. Nessa
época sua garagem era na Av. Presidente Vargas, nº 3149, Cidade
Nova.
(A Noite, 30/08/1945) |
Citação
dos profissionais, de algumas empresas, no movimento grevista fracassado. Entre
1947
e 1951 a garagem era na Rua Carlos Góes, nº 60 e nº 234, Leblon, tel.: 27-7751.
(A Noite, 10/04/1947) |
Belíssima
imagem do carro 24, 'zerinho-zerinho', Aclo Grassi, fabricado em 1948, em frente
à montadora em São Paulo. Esses carros foram utilizados na linha 12 – Estrada
de Ferro x Leblon, futura 125, até a década de 60.
(Foto: acervo Grassi 1948) |
Veículo
da linha 12, sendo multado por um policial motorizado, na década de 50.
(Foto: Acervo Público do Estado de São Paulo) |
Nota: A
empresa incorporou em 1937 a Viação Botafogo, que operava a linha Hotel Avenida
x Ponte das Tábuas, colocando seus veículos para rodar na linha Hotel Avenida x
Ipanema.
Ela
continuou a operar até meados de 1963, quando teve sua razão social alterada
para Auto Viação Taruman Ltda., e sendo sua última linha Estrada de Ferro x
Praça General Osório. Suas garagens, no final, foram Rua Viana Drummond, nº 45,
Vila Isabel e Rua Teixeira Ribeiro, nº 71, Ramos.
[Pesquisa de Eduardo Cunha e Claudio Falcão]
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