Após quase cinco anos sem concessões,
e com o advento da Exposição Internacional do Centenário da Independência, foi
inaugurada uma linha de carros, ligando o Centro ao Calabouço, local da
exposição, e também inaugurada a linha Praça Mauá x Country Club, na Av. Vieira
Souto, ambas operadas pela Auto Omnibus Ltda.
Um dos proprietários da empresa,
José D’Orey, possuía uma agência de aluguel de carros, o que possibilitou a
linha para a Exposição.
Pelo recorte a seguir, supõe-se
que é dada, a título precário, a autorização para utilização dos veículos da
empresa, desde que não fossem do modelo “Imperial”, devido à sua altura.
Os Imperiais, ou cariocamente
conhecidos como “chopps duplos”, eram ônibus de dois andares, que em função da
sua altura não poderiam passar por túneis.
Segue o Termo de Obrigação, assinado
com a Prefeitura em 02 de agosto de 1922, para a linha Praça Mauá x Country
Club, informando sua sede à Rua dos Beneditinos, nº 7 – Centro; as seções da
linha, sendo a direta 1$000 (mil réis), dividida nas seguintes intermediárias,
1ª e 2ª, Praça Mauá x Hotel Central, $400 (quatrocentos réis); 3ª, Hotel
Central x Pavilhão Mourisco, $200 (duzentos réis); 4ª, Pavilhão Mourisco x Rua Sampaio
Corrêa, $200 (duzentos réis) e 5ª, Rua Sampaio Corrêa x Country Club, $200
(duzentos réis); e seu itinerário era Praça Mauá, Av. Rio Branco, Rua Marechal
Floriano, Rua Uruguaiana, Largo da Carioca, Rua Barão de São Gonçalo, Av. Beira
Mar, Av. da Ligação, Av. Beira Mar, Praia da Saudade, Rua Barão do Rio Bonito,
Rua da Passagem, Túnel Novo, Rua Sampaio Corrêa, Av. Atlântica, Igrejinha e Av.
Vieira Souto, até o Country Club e vice-versa.
Aqui, uma informação sobre o
encerramento das atividades da Exposição e automaticamente dos carros de
passeio operados pela Auto Omnibus.
Em 1926 a empresa, já com a
denominação social alterada para Auto Omnibus S/A, operava mais uma linha, como
a citada nesta matéria.
Veja a seguir modelo dos vales
utilizados pelas duas empresas em comum.
Em 09 de julho de 1928, a empresa
inaugurou ao mesmo tempo 4 linhas, a saber: Praça Mauá x Igrejinha, Praça Mauá
x Leblon, Monroe x Muda e Monroe x Meyer. Nos recortes a seguir, conheçam seus
itinerários e preços de suas passagens.
Nos dois recortes a seguir,
informações sobre onde funcionava a garagem da empresa, à Praia de Botafogo, nº
195.
Entre 1928 e 1930, a empresa
adquiriu mais outras seis companhias de ônibus e ampliou suas linhas, independente
do caminho traçado pela Excelsior, inclusive tendo sua garagem e dependências
separadas, na Rua Desembargador Isidro, na Tijuca.
As empresas adquiridas foram:
Motor Viação, Viação Conceição, Viação Tijuca, Auto Viação Maracanã, Viação
Ipiranga e Empreza Brasileira de Auto Omnibus.
Veja quadro a seguir para
entendimento completo da formação da Auto Omnibus e da Excelsior.
Nessa ilustração a seguir, a
primeira vez em que é citada a utilização de fichas – que é uma criação da
Light –, na linha Monroe x Muda.
Nota do Editor 1: Interessante é
que na primeira matéria encontrada na qual é citado o uso de fichas, foi através
da Auto Omnibus, quando na prática a primeira ficha considerada como circulante
em ônibus do Rio de Janeiro tem estampado o nome da Viação Excelsior. Das duas
uma, ou a Auto Omnibus tinha sua própria ficha, e ninguém conhece, ou a ficha
com descritivo da Excelsior era usada nas empresas do grupo.
Adicionalmente, anúncios em
jornais da época, de linhas da Auto Omnibus, notificando ampliação de sua
abrangência com novas linhas – Monroe x Cancela e Monroe x Andaraí –, e outras
mais informações.
(A Noite, 30/11/1928) |
(Jornal do Brasil, 16/12/1928) |
(Jornal do Brasil, 19/04/1929) |
(O Paiz, 01/01/1930) |
Nova linha é estabelecida pela empresa,
trata-se da Monroe x Praça Saenz Peña. Vejam no Terno Aditivo, seu itinerário e
preços.
Apesar de haver citada acima sua
inauguração para 1º de dezembro, somente agora, através deste Termo Aditivo, é
colocada em funcionamento em 15 de dezembro a linha Monroe x Cancela, em substituição
à linha Monroe x Saenz Peña. Vejam em anexo.
A Studebaker do Brasil – empresa
responsável pela importação de caminhões e chassis para ônibus –, vendeu
chassis para algumas empresas de ônibus que faliram, e dentre essas, três
(vejam Organograma de Fundação)
repassaram sua explorações de concessões de linhas urbanas, ao devolver seus
veículos que ainda não se achavam pagos em sua totalidade para a Studebaker,
que por Termos de Obrigações assumiu operar as linhas, mesmo não sendo sua área
de atuação.
A seguir, temos dois Termos de
Transferências, das três empresas falidas, passados para a Auto Omnibus.
Por fim, em 1933, através de Termo
de Transferência, a Auto Omnibus foi totalmente absorvida pela Viação
Excelsior, bem como as linhas que explorava e suas garagens, que já atuavam em
conjunto.
Nota do Editor 2: O livro da
Light, citado na matéria, foi cedido por Jaime Pericas, a quem agradecemos.
[Pesquisa de Eduardo Cunha e Claudio
Falcão]
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