domingo, 9 de março de 2014

Auto Omnibus

Após quase cinco anos sem concessões, e com o advento da Exposição Internacional do Centenário da Independência, foi inaugurada uma linha de carros, ligando o Centro ao Calabouço, local da exposição, e também inaugurada a linha Praça Mauá x Country Club, na Av. Vieira Souto, ambas operadas pela Auto Omnibus Ltda.

Um dos proprietários da empresa, José D’Orey, possuía uma agência de aluguel de carros, o que possibilitou a linha para a Exposição.

(Livro da Prefeitura do Distrito Federal - 1934)

(Publicação 'Guerra de Posições na Metrópole')

Pelo recorte a seguir, supõe-se que é dada, a título precário, a autorização para utilização dos veículos da empresa, desde que não fossem do modelo “Imperial”, devido à sua altura.

Os Imperiais, ou cariocamente conhecidos como “chopps duplos”, eram ônibus de dois andares, que em função da sua altura não poderiam passar por túneis.

(Jornal do Brasil, 28/06/1922)

Segue o Termo de Obrigação, assinado com a Prefeitura em 02 de agosto de 1922, para a linha Praça Mauá x Country Club, informando sua sede à Rua dos Beneditinos, nº 7 – Centro; as seções da linha, sendo a direta 1$000 (mil réis), dividida nas seguintes intermediárias, 1ª e 2ª, Praça Mauá x Hotel Central, $400 (quatrocentos réis); 3ª, Hotel Central x Pavilhão Mourisco, $200 (duzentos réis); 4ª, Pavilhão Mourisco x Rua Sampaio Corrêa, $200 (duzentos réis) e 5ª, Rua Sampaio Corrêa x Country Club, $200 (duzentos réis); e seu itinerário era Praça Mauá, Av. Rio Branco, Rua Marechal Floriano, Rua Uruguaiana, Largo da Carioca, Rua Barão de São Gonçalo, Av. Beira Mar, Av. da Ligação, Av. Beira Mar, Praia da Saudade, Rua Barão do Rio Bonito, Rua da Passagem, Túnel Novo, Rua Sampaio Corrêa, Av. Atlântica, Igrejinha e Av. Vieira Souto, até o Country Club e vice-versa.

(Publicação da Light, Auto Omnibus - 1940)

Aqui, uma informação sobre o encerramento das atividades da Exposição e automaticamente dos carros de passeio operados pela Auto Omnibus.  

(O Imparcial, 04/10/1922)

Em 1926 a empresa, já com a denominação social alterada para Auto Omnibus S/A, operava mais uma linha, como a citada nesta matéria.

(O Paiz, 24/07/1926)

Veja a seguir modelo dos vales utilizados pelas duas empresas em comum.

(O Paiz, 05/02/1928)

Em 09 de julho de 1928, a empresa inaugurou ao mesmo tempo 4 linhas, a saber: Praça Mauá x Igrejinha, Praça Mauá x Leblon, Monroe x Muda e Monroe x Meyer. Nos recortes a seguir, conheçam seus itinerários e preços de suas passagens.

(Publicação da Light, Auto Omnibus - 1940)

Nos dois recortes a seguir, informações sobre onde funcionava a garagem da empresa, à Praia de Botafogo, nº 195.

(Jornal do Brasil, 06/07/1928)

Entre 1928 e 1930, a empresa adquiriu mais outras seis companhias de ônibus e ampliou suas linhas, independente do caminho traçado pela Excelsior, inclusive tendo sua garagem e dependências separadas, na Rua Desembargador Isidro, na Tijuca.

As empresas adquiridas foram: Motor Viação, Viação Conceição, Viação Tijuca, Auto Viação Maracanã, Viação Ipiranga e Empreza Brasileira de Auto Omnibus.

Veja quadro a seguir para entendimento completo da formação da Auto Omnibus e da Excelsior.

(Publicação da Light, Auto Omnibus - 1940)

Nessa ilustração a seguir, a primeira vez em que é citada a utilização de fichas – que é uma criação da Light –, na linha Monroe x Muda.

Nota do Editor 1: Interessante é que na primeira matéria encontrada na qual é citado o uso de fichas, foi através da Auto Omnibus, quando na prática a primeira ficha considerada como circulante em ônibus do Rio de Janeiro tem estampado o nome da Viação Excelsior. Das duas uma, ou a Auto Omnibus tinha sua própria ficha, e ninguém conhece, ou a ficha com descritivo da Excelsior era usada nas empresas do grupo.

(A Noite, 20/07/1928)

Adicionalmente, anúncios em jornais da época, de linhas da Auto Omnibus, notificando ampliação de sua abrangência com novas linhas – Monroe x Cancela e Monroe x Andaraí –, e outras mais informações.

(A Noite, 30/11/1928)

(Jornal do Brasil, 16/12/1928)

(Jornal do Brasil, 19/04/1929)

(O Paiz, 01/01/1930)

Nova linha é estabelecida pela empresa, trata-se da Monroe x Praça Saenz Peña. Vejam no Terno Aditivo, seu itinerário e preços.

(Publicação da Light, Auto Omnibus - 1940)

Apesar de haver citada acima sua inauguração para 1º de dezembro, somente agora, através deste Termo Aditivo, é colocada em funcionamento em 15 de dezembro a linha Monroe x Cancela, em substituição à linha Monroe x Saenz Peña. Vejam em anexo.

(Publicação da Light, Auto Omnibus - 1940)

A Studebaker do Brasil – empresa responsável pela importação de caminhões e chassis para ônibus –, vendeu chassis para algumas empresas de ônibus que faliram, e dentre essas, três (vejam Organograma de Fundação) repassaram sua explorações de concessões de linhas urbanas, ao devolver seus veículos que ainda não se achavam pagos em sua totalidade para a Studebaker, que por Termos de Obrigações assumiu operar as linhas, mesmo não sendo sua área de atuação.

A seguir, temos dois Termos de Transferências, das três empresas falidas, passados para a Auto Omnibus.

(Jornal do Brasil, 25/09/1929)

(Jornal do Brasil, 11/02/1930)

Por fim, em 1933, através de Termo de Transferência, a Auto Omnibus foi totalmente absorvida pela Viação Excelsior, bem como as linhas que explorava e suas garagens, que já atuavam em conjunto.

(Publicação da Light, Auto Omnibus - 1940)

Nota do Editor 2: O livro da Light, citado na matéria, foi cedido por Jaime Pericas, a quem agradecemos.


[Pesquisa de Eduardo Cunha e Claudio Falcão]

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