Aqui começa a
saga de uma das empresas mais antigas do Rio, que percorreu um longo trajeto
até sua falência na década de 1980, passando por vários bairros cariocas e
tendo vários proprietários e razões sociais, porém mantendo sempre o nome
fantasia Viação Glória.
Em 26 de abril
de 1928, compareceu a firma Joaquim, Irmão & Cia. Ltda., junto à Inspetoria
de Concessões da Prefeitura do antigo Distrito Federal, para transferir para a
Viação Glória Ltda., o termo de obrigação para continuação da operação de linha
de ônibus automóveis, existente desde 25 de junho de 1927. Não conseguimos
localizar o documento citado, e firmado com a empresa Joaquim, Irmão & Cia.
Ltda., para obtenção de informações sobre para qual linha foi dada a concessão.
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(Jornal do Brasil, 13/05/1928) |
Já em 14 de junho
de 1932, foi estabelecido e assinado pelo então proprietário e razão social da
empresa, J. Antônio Moreira, um novo termo aditivo para exploração da linha Palácio
Monroe x Meyer, via Jacaré.
Esta linha
obedeceria ao seguinte itinerário: Rua Cardoso, Rua Archias Cordeiro, Rua Souza
Barros, Largo do Jacaré, Rua Dois de Maio, Rua Viúva Cláudio, Rua Lino
Teixeira, Rua Conselheiro Mayrink, Rua Dr. Garnier, Rua D. Anna Nery, Rua São
Luiz Gonzaga, Praça Marechal Deodoro da Fonseca, Rua Figueira de Mello, Rua
Francisco Eugênio, Av. Francisco Bicalho, Av. do Mangue, Praça Onze de Junho,
Rua Visconde de Itaúna, Praça da República, Rua Marechal Floriano, Rua Visconde
de Inhaúma, Av. Rio Branco até o Monroe, obedecendo na volta os mesmos
logradouros substituindo somente a Rua Visconde de Itaúna pela Rua Senador Eusébio.
Estava dividida nas seguintes seções: do Meyer à Rua Licínio Cardoso, $400 (quatrocentos
réis); da Rua Licínio Cardoso ao Largo da Cancella, $200 (duzentos réis) e do
Largo da Cancella ao Monroe, $600 (seiscentos réis), havendo também seção a entre Rua Camerino e o Monroe, $200 (duzentos réis). A direta custaria 1$200
(hum mil e duzentos réis).
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(Jornal do Brasil, 15/06/1932) |
A seguinte
ilustração comprova que a linha já havia sido ampliada até o Engenho de Dentro.
A essa linha foi posteriormente atribuído o número 14.
Da mesma forma
que a outra comprova a existência de sua garagem na Piedade, à Rua Elias da
Silva, nº 11.
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(A Noite, 14/07/1932) |
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(A Noite, 15/12/1932) |
O próximo
recorte mostra a melhora na organização dos controles da Prefeitura do Distrito
Federal, continuando a atribuição de números para as linhas de ônibus, e a
Viação Glória recebendo o número 33 para a então linha Monroe x Largo da
Abolição.
E podemos também
ver já um desses ônibus, com capelinha, ‘aprendendo a nadar’ na Praça da
Bandeira.
Para aqueles que
gostam de identificar linhas e empresas, a ilustração dá uma ampla relação das
empresas da época e suas linhas, pelo menos no tocante às linhas urbanas.
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(A Noite, 11/10/1937) |
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Ônibus 33, na Praça da Bandeira (acervo Marcelo Prazs) |
Em 1946, conforme ilustrações anexas, a Cruz, Filho &
Cia., através do seu representante Francisco Corrêa Alves, reclama à reportagem
da situação financeira da empresa, devido aos maus tratos das vias, como é
apresentado o caso do trecho da Avenida Suburbana, no Largo da Abolição.
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(A Noite, 30/01/1946) |
Atentem para a
ilustração abaixo, que mostra um movimento grevista fracassado, com ônibus
parados na Praça Mauá, que a foto postada na matéria está ao contrário. Vejam
as portas dos ônibus e os números na vista, invertidos.
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(A Noite, 10/04/1947) |
Em 1948, anúncio
da Glória, notificando a inauguração da linha 133, Meyer x Copacabana.
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(A Noite, 16/04/1948) |
Apesar do
péssimo estado das ruas, a Glória, acreditando na promessa da Prefeitura,
comprou 10 novos veículos e colocou para rodar, na linha 133, conforme matéria
a seguir. Junto com os veículos novos, circulavam os
conhecidos ‘Camões’.
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A Noite (19/11/1949) |
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(A Noite, 27/09/1952) |
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(A Noite, 11/03/1957) |
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Ônibus 'Camões', em 1957 |
Vemos também que
o sistema de pilhagem sempre existiu no meio dos transportes. Observem esse
caso da reutilização das fichas.
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(A Noite, 19/12/1953) |
Na reportagem a
seguir, vejam a placa indicativa do ponto final da linha 238, na Praça 15. Vale
lembrar que as linhas 238 e 239, foram operadas pela Glória, após a compra da
Viação Todos os Santos S/A, na década de 60.
E nas fotos mais
adiante, dois momentos diferentes de apresentações visuais (pinturas) da
empresa.
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(Correio da Manhã, 03/05/1972) |
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(Acervo do site Cia. de Ônibus) |
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(Acervo do site Ônibus do Rio) |
Já na década de
80, a matéria reflete o estado de endividamento da empresa, que após algum tempo
viria a falir.
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(Jornal do Brasil, 23/04/1981) |
Algumas outras
linhas operadas pela Glória:
- em 1932, Monroe x Engenho de Dentro;
- em 1934/35, 14
– Monroe x Engenho de Dentro-Abolição, substituída pela 33, e trocada para
Praça Mauá x Abolição, cassada em 1954;
- em 1943, S-14 –
Cascadura x Marechal Hermes;
- em 1943, S-17 –
Cascadura x Vila Valqueire;
- em 1943, S-45 –
Bangu x Campo Grande;
- de 1943 até 1955,
S-13 – Cascadura x Bangu;
- a partir de 1951,
133 – Méier x Forte de Copacabana, substituída em 1963 para 455; e
- operou também
as linhas 238 e 239, ambas Praça 15 x Engenho de Dentro, que, quando a empresa faliu
na década de 80, foram inicialmente passadas para a Companhia de Transportes
Coletivos (CTC-RJ) e posteriormente para a Viação Verdun S/A.
Resumo das
razões sociais da Viação Glória:
- de 1927 a 1928,
Joaquim, Irmão & Companhia Ltda.
- de 1928 a 1932, Viação Glória Ltda.;
- de 1933 a 1939, J. Antônio Moreira;
- de 1939 a 1941, Cruz, Filho & Cia.;
- de 1941 a 1952,
Américo Duarte da Cruz e Francisco Correia Alves (F. Alves & Cruz Ltda.);
- de 1952 a 1958,
Viação Glória Ltda. e
- de 1958 a 1982, Viação Glória S/A.
[Demais
informações oriundas do site MILBUS e publicações ‘Guerra de Posições na Metrópole’, PDF e DOUDF.]
[Pesquisa de Eduardo
Cunha e Claudio Falcão]