Sabemos que a empresa começou a
operar no final de 1948, apesar de não termos documentos comprobatórios, a
linha 120 – Parada de Lucas x Mourisco.
A primeira confirmação oficial
nos vem através de uma batida de um dos seus ‘Camões’, da linha 120, contra uma
moto, estampada no recorte a seguir.
(A Noite, 16/04/1949) |
Os próximos 4 recortes, fazem
menção à inauguração de novas linhas da empresa, a 99 – Vigário Geral x
Candelária e a 92 – IAPI da Penha x Praça Tiradentes, entre outubro e dezembro.
Este era o trajeto da linha 99: Av.
Presidente Vargas, Av. Francisco Bicalho, Av. Brasil, Rua Pirangi, Rua André
Azevedo, Rua Angélica Mota, Rua Leopoldina Rego, Rua Nicarágua, Rua Guaianazes,
Rua Lobo Júnior, Estr. Braz de Pina, Rua Bento Cardoso, Rua Itabira, Rua
Bulhões Marcial e Praça Barbosa Lima. Tendo sido inaugurada esta linha em 28/10/1949.
Suas seções eram: Vigário Geral x
IAPETC, Cr$ 1,00 (um cruzeiro); Olaria x Candelária (ou Monroe), Cr$ 2,00 (dois
cruzeiros) e inteira, Candelária x Vigário Geral, Cr$ 3,00 (três cruzeiros),
das 17 às 19 horas.
A linha 92 teve o seguinte
itinerário: Praça Tiradentes, Rua da Constituição, Praça da República (volta
pela Av. Passos), Av. Presidente Vargas, Av. Francisco Bicalho, Av. Pedro II,
Rua Figueira de Melo, Campo de São Cristóvão, Rua São Luiz Gonzaga, Av. 29 de
Outubro, Rua Leopoldo Bulhões, Rua Cardoso de Moraes, Rua Leopoldina Rego e Av.
Principal do núcleo do IAPI. Essa linha foi inaugurada em 16/12/1949.
Na primeira matéria é confirmada
a utilização dos ACLO com carroceria Grassi, conhecidos como ‘Camões’, para
essas linhas, e mantendo o padrão da empresa.
(A Noite, 19/09/1949) |
(A Noite, 26/10/1949) |
(A Noite, 27/10/1949) |
(A Noite, 12/12/1949) |
Modelo de ficha utilizada na década
de 40, em tamanho de 4,8 cm.
Em matéria paga a seguir, a
empresa desfaz possíveis boatos ocorridos contra seu nome. Sua garagem à época
era na Rua São Januário, nº 74, São Cristóvão.
(A Noite, 15/05/1950) |
Em função de a matéria a seguir
ser sobre a substituição de uma linha, descobrimos que a empresa já contava com
uma nova linha, a 91 – Praça Tiradentes x Parada de Lucas, informada neste
recorte que passará a ser Praça Tiradentes x Acari.
Teve como itinerário: Praça Tiradentes,
Rua da Constituição, Praça da República, Av. Presidente Vargas, Av. Francisco
Bicalho, Av. Brasil, Rua Lobo Júnior, Estr. Braz de Pina, Rua Bento Cardoso,
Rua Itabira, Rua Bulhões Marcial, Parada de Lucas, Av. das Bandeiras, Coelho
Neto, Av. dos Encanamentos até Est. de Acari.
Informa também que, na linha 92,
será cobrado preço único de Cr$ 2,00 (dois cruzeiros).
(A Noite, 23/08/1950) |
Nessa nova informação, vemos a
proporção que a empresa tomou na década de 50, com a compra de uma empresa
antiga e tradicional ao público da Zona Sul carioca. Essa empresa era a Auto
Viação Victoria Ltda., incluindo material rodante e concessão de suas linhas,
65 – Leblon x São Conrado; 70 – Castelo x Leblon e 126 - Olaria x Leblon.
Também confirma a concessão de
duas outras linhas, 95 – Candelária x Cascadura e 96 – Candelária x Inhaúma, e que a empresa, com
esse crescimento, deveria atingir cerca de 200 ônibus.
Nota do Editor: Não temos, além dessa
acima, informações complementares que garantam a operação da Copanorte nas
linhas 65, 95 e 96. Se algum dos nossos leitores tiver, favor nos informar/ceder.
(A Noite, 06/12/1950) |
(Gazeta de Notícias, 10/12/1950) |
Agora seguem-se 5 recortes que
mostram em suas diferentes datas, ônibus da Copanorte, envolvidos em acidentes
vários.
O primeiro refere-se a um carro
da linha 70 contra um bonde na Av. Presidente Vargas, no Centro. O próximo, a
um da linha 126, contra uma residência, em local desconhecido. O terceiro, um
carro da linha 91 contra um caminhão, na Estrada de Coelho Neto. Outro, um da
linha 120 contra outro bonde na Av. Francisco Bicalho. E por último, mais um
ônibus da 120, desta vez no dia de inauguração da variante da linha – como
Pavuna x Mourisco – , contra a adutora do Guandu, na ponte de Acari, na Av.
Automóvel Club.
(A Noite, 28/11/1951) |
Acidente com ônibus da linha 126 - ano: 1952 |
(Última Hora, 07/06/1952) |
(Jornal do Brasil, 01/01/1953) |
(Gazeta de Notícias, 17/01/1953) |
Segue reclamação contra a linha
variante inaugurada, referenciada no parágrafo anterior.
(A Noite, 04/05/1953) |
Agora, imagens de ônibus perfeitos,
sem batidas, da empresa, sendo três fazendo a linha 70 e um a linha 120.
O primeiro da linha 70 está no
ponto final na Estrada de Ferro. Interessante é a terceira imagem, interna ao
veículo, onde aparecem além do seu motorista na cadeira dirigindo – e quase
fazendo uma atual selfie –, o painel
com as informações necessárias aos passageiros e o valor da passagem única da
linha, em Cr$ 2,00 (dois cruzeiros).
Nesse item, imagens de duas
fichas usadas na década de 50, com medida de 3,1 cm.
Ficha de Cr$2,00 - década de 50 |
Ficha de Cr$3,00 - década de 50 |
Começam a aparecer reclamações sobre
a linha 70, que tornou-se a bola da vez.
Porém como, na opinião de seus
moradores, o Leme estava mal servido de transportes, a bronca não ficou só na
70, respingou na 130 (Braso Lisboa) e também na de lotações para Santa Alexandrina
(Norte Sul).
(Correio da Manhã, 20/11/1955) |
Um novo recorte mostra que os
problemas alegados por seus proprietários não é diferente do de outros proprietários
de empresas que já faliram, ou seja, concorrência dos lotações, ruas esburacadas,
falta de peças importadas para reposição, preços das passagens baixos, etc.,
etc.
Nessa matéria, um dos
proprietários da Copanorte cita que se continuasse assim, não sobreviveriam por
muito tempo, pois dos seus ‘atuais’ 80 veículos, só estavam operando 20, além
do que só conseguiram manter em funcionamento duas linhas, a 70 e a 126, agora
Penha x Forte Copacabana. Nessa época em diante, sua garagem era na Travessa
Aires Pinto, nº 23, em São Cristóvão.
Pela quantidade de veículos
citados, 80, é mais um motivo para se considerar que não tenham operado as 3
linhas relacionadas antes, a 65, 95 e 96, ou então o fizeram por muito pouco
tempo.
(Gazeta de Notícias, 11/08/1956) |
Não temos comprovações, mas
sabemos que a empresa pediu falência em 1959.
Porém, os dois recortes adiante
fazem menção ao seu nome em 1963 e 1964, sendo que no último a empresa estava
sendo executada, aparentemente o ponto final de sua carreira.
(Última Hora, 07/11/1963) |
(Diário Carioca, 03/05/1964) |
Linhas exploradas pela empresa:
→ 70, de 1951 a 1953, Estrada de
Ferro x Leblon e 1955 a 1959, Estrada de Ferro x Leme
→ 91, em 1950, Praça Tiradentes x
Parada de Lucas e em 1950, Praça Tiradentes x
Acari
→ 92, em 1949, Praça Tiradentes x
Penha, depois CTCG
→ 99, em 1949, Candelária x Parada
de Lucas; em 1952, Candelária x V Geral; em 1953, Candelária e Lapa x Vigário
Geral e em 1954, Lapa x V. Geral
→ 120, de 1948 a 1952, Mourisco x
Parada de Lucas; de 1953 a 1955, Mourisco x Pavuna e 1958, Praça Tiradentes x Pavuna,
depois 122
→ 122, em 1955, Vigário Geral x
Mourisco, depois 122, operada pela Transportes América
→ 126, em 1951 e 1952, Olaria x
Leblon; 1953, Olaria x Forte de Copacabana e 1956, Penha x Forte de Copacabana.
Linhas em dúvida:
→ 65, em 1951, Leblon x São Conrado
→ 95, em 1951, Candelária x Cascadura
→ 96, em 1951, Candelária x Inhaúma