domingo, 30 de agosto de 2015

Novo Mundo Auto Ônibus Ltda.

Em 30 de maio de 1948, a empresa SUAREZ publicava no ‘Jornal do Brasil’ um anúncio com o seguinte teor: “PROGRESSO PARA A CIDADE MARAVILHOSA – SUAREZ vendeu e entregou à Empresa Novo Mundo Auto Ônibus Ltda. – Linha nº 90 – 6 luxuosos ônibus de 30 passageiros e mais um moderno carro socorro do fabricante americano STUDEBAKER. Inauguram-se hoje”.

Na notícia adiante, do periódico ‘Diário da Noite’, há a confirmação de que a Novo Mundo, explorando a linha 90, era “mais uma empresa que aparece...”, mostrando que de fato que era uma ‘novata’ no ramo do transporte de passageiros na cidade.

Lembramos que a linha 90 foi explorada, antes da Novo Mundo, pela Independência Auto Ônibus Ltda.

(Diário da Noite, 07/07/1948)

E um acidente não tardou, vitimando fatalmente um passageiro de um carro da linha Lins de Vasconcelos x Santa Rita, da empresa em questão, como aparece no recorte a seguir.

(A Noite, 26/07/1948)

E no ‘cartão de propaganda’ adiante, verificamos que a linha 90, explorada pela empresa, passara a ser Lins de Vasconcelos x Candelária – via Méier. Na mesma propaganda, temos o endereço da Novo Mundo: Rua Aquidaban, nº 168, com o telefone 49-4592.

(Diário da Noite, 01/11/1948)

Já em fevereiro de 1949, o IAPETC fazia publicar no diário ‘A Noite’ uma notificação, conclamando alguns empregadores, dentre eles a Novo Mundo Auto Ônibus Ltda., a apresentarem ao fiscal do Instituto a documentação informada neste aviso, para regularizarem a sua situação.

(A Noite, 07/02/1949)

E em outubro de 1953, acompanhada de outras onze empresas, era noticiada a falência da “Viação Novo Mundo”.

(A Noite, 30/10/1953)

[Pesquisa de Claudio Falcão e Eduardo Cunha] 

domingo, 23 de agosto de 2015

Viação Metrópole S.A.

A Viação Metrópole S.A. ficava situada à Rua das Verbenas, nº 20, em Vila Valqueire, nas décadas de 40 e 50, quando começou a dar seus passos.

Apesar de não termos dados sobre sua fundação, temos um DOUDF, informando da sua circulação em 1947, operando a linha S18 – Mal. Hermes x Bento Ribeiro, linha essa bem curta.

A primeira notícia sobre ela é a solicitação de um funcionário que entendesse de mecânica e se apresentasse no endereço acima mencionado.

(Jornal do Brasil, 04/02/1948)

Nossa publicação segue com dois recortes do mesmo dia, noticiando um acidente entre um ônibus da empresa e tendo uma controvérsia.

O primeiro recorte cita como sendo um ônibus da linha S19 – Cascadura x Mal. Hermes, e o segundo não informa o número da linha, mas cita-a como sendo Cascadura x Mal. Mallet. Qual informação seria a certa?

(A Manhã, 17/02/1948)

(Diário da Noite, 17/02/1948)

Várias atas de reunião dos acionistas ocorreram com o intuito de revisarem seus estatutos, em função da captação de recursos para aumentar o capital social da empresa, manifestos ao público etc, como mostram alguns recortes a seguir.

Em uma delas há a referência às duas linhas operadas pela empresa, S18 e S19, sem citar procedência nem destino. Todavia temos informações, não documentadas, citando a S18 – Mal. Hermes x Bento Ribeiro e a S-19 – Cascadura x Anchieta, em 1949.

(A Notícia, 02/01/1949)

(A Notícia, 22/01/1949)

(A Notícia, 23/01/1949)

(A Notícia, 22/02/1949)

(A Notícia, 20/03/1949)
(Diário de Notícias, 20/03/1949)

Agora temos duas notícias, de dias seguidos, onde aparece a informação de concordata da Metrópole, devido a dívida com credores.

(Jornal do Brasil, 24/07/1949)

(A Noite, 25/07/1949)

Sua falência foi decretada pela 7ª. Vara Cível, logo depois, ficando como síndico a Viação Relâmpago.

(A Noite, 30/07/1949)

No final da década, houve uma batida entre um ônibus da empresa, aqui erroneamente chamada de Metropolitana, com um bonde Taquara, na Rua Coronel Rangel, atual Av. Ernani Cardoso, em Cascadura.

(A Noite, 14/10/1949)

A década de 50 entra com o leilão da massa falida da empresa, conforme matéria anexa, agora indicando a mesma rua como sendo Marechal Hermes e não mais Vila Valqueire.

(A Noite, 30/01/1950)

E depois de ter sido supostamente realizado o leilão da massa falida da empresa, conforme parágrafo e recorte anterior, é decretada oficialmente a falência da empresa pelo juiz da 7ª. Vara Cível, e nomeado um síndico. 

(Correio da Manhã, 21/04/1951)

[Pesquisa de Eduardo Cunha e Claudio Falcão]

domingo, 16 de agosto de 2015

The Rio de Janeiro, Tramway, Light and Power Company, Ltd.

Empresa tradicionalíssima e uma das mais antigas no nosso velho Distrito Federal, que além dos transportes coletivos, executou outras atividades: a The Rio de Janeiro Tramway, Light and Power Company, Ltd., na tradução: Companhia de Bondes, Luz e Força do Rio de Janeiro Limitada, a nossa conhecidíssima Light.

Desde 7 de janeiro de 1905, a história da Light, inicia-se na cidade do Rio de Janeiro, com uma concessão para a exploração de energia elétrica por força hidráulica, em Ribeirão das Lajes, a 60 quilômetros da capital. Tendo como base o setor de energia, a empresa também consolidou suas atividades com a instalação de bondes (puxados a burro e posteriormente elétricos), como a telefonia e o abastecimento de gás. Em menos de três anos respondia por 212 quilômetros de rotas, sendo pouco mais de 50, eletrificadas, no controle de cinco empresas de bondes (Carioca Company, Companhia Jardim Botânico, Companhia Carris Urbanos, Companhia São Cristóvão e a própria Rio de Janeiro Tramway, Light and Power Company, Ltd.).

O serviço de ônibus, foi operado por 30 anos (de 5 de dezembro de 1918 a 1948), mas inicialmente operou uma única linha de veículos de tração elétrica – não confundir com os ônibus elétricos (“trolleys”) da década de 60, mas sim veículos movidos a baterias elétricas – que percorriam toda a Av. Rio Branco, onde não era permitido o tráfego de bondes.

Esses ônibus inicialmente foram concessão da empresa H. L. Wheatley (seu proprietário, Henry Lawrence Wheatley), e posteriormente incorporados à primeira empresa comprada pela Light a operar ônibus comuns, a Auto Omnibus, que foi a precursora da Light na exploração de linhas de ônibus, em dezembro de 1918.

Como citado, percorria a Av. Rio Branco, desde a Praça Mauá até ao Palácio Monroe e eram conhecidos como Auto-Avenida. 

Ônibus a bateria

Ônibus da linha Mauá x Monroe  1918

Citações do livro 'Guerra de Posições na Metrópole'

Até 1926, a empresa só operou essa linha com esses ônibus elétricos, quando nesse ano foi repassada a concessão para a Auto Omnibus, que junto com a Excelsior, compuseram a força da Light, em termos de transportes coletivos – bondes e ônibus –, na cidade do Rio de Janeiro, então Distrito Federal.

[Pesquisa de Eduardo Cunha e Claudio Falcão]

domingo, 9 de agosto de 2015

Viação Rio Branco Ltda.


A primeira citação localizada por nós em periódicos do Rio de Janeiro, sobre a Viação Rio Branco Ltda., relacionava-se a um acidente com um ônibus da empresa, linha Parada de Lucas x Praça Tiradentes, que colidira com um “auto-lotação”.

(Diário de Notícias, 26/10/1947)

Menos de dois meses depois, em dezembro daquele ano, mais um coletivo da Viação Rio Branco envolvia-se em uma “violenta colisão”, com vítima fatal, como o leitor poderá conferir no recorte adiante. Tratava-se agora de um veículo da linha Parada de Lucas x Arsenal de Marinha.

(Diário de Notícias, 10/12/1947)

Em maio de 1948, a ocorrência foi um incêndio com um dos carros da empresa, da linha 95.

(Diário Carioca, 06/05/1948)

E a seguir, a confirmação de que a linha 95 era mesmo a já mencionada Parada de Lucas x Arsenal de Marinha. Começavam as reclamações dos leitores do periódico ‘Diário de Notícias’, dirigidas ao Departamento de Concessões e o Serviço de Trânsito, quanto ao “reduzido número de veículos” na referida linha, o que ocasionava uma grande espera, em longas filas, bem como ao mau estado dos carros da Viação Rio Branco e à agressividade de seus motoristas e trocadores.

Diário de Notícias, 20/08/1948)

Adiante, a notícia de mais um acidente em que se envolveu um coletivo da empresa.

(Diário de Notícias, 25/08/1948)

E o leitor veja agora os absurdos que vieram à tona, relacionados à Viação Rio Branco, mencionados na matéria a seguir. Os proprietários negociaram a empresa, porém a mesma não detinha a propriedade dos seus veículos, ou pelo menos de um quantitativo deles, que pertenciam, na realidade, à GMC. E mais ainda: “não possuía garagem, nem registro, nem licença da Inspetoria de Concessões”, muito embora constasse na documentação que a sua sede e garagem localizavam-se à Rua Cardoso de Morais, nº 266 – Bonsucesso.

(Diário Carioca, 09/07/1949)

Como era de se esperar, não tardariam as más consequências quanto ao destino da empresa, pois em junho de 1950 seus bens foram penhorados e postos a leilão, incluindo quatro auto-ônibus e alguns chassis de auto-ônibus, todos em mau estado.

(Gazeta de Notícias, 18/06/1950)

(Gazeta de Notícias, 30/06/1950)

E nada mais encontramos sobre a Viação Rio Branco Ltda., na pesquisa feita nos diários do Rio de Janeiro.

[Pesquisa de Claudio Falcão e Eduardo Cunha]

domingo, 2 de agosto de 2015

Viação Norma Ltda.

A primeira notícia que encontramos nos jornais, referente à Viação Norma, foi relativa a um acidente ocorrido em setembro de 1947, com um dos carros da empresa, da linha Cascadura x Méier.

(A Noite, 24/09/1947)

O mesmo periódico, em janeiro de 1949, dava conta da notificação de um auto de infração do IAPETC, contra a Viação Norma Ltda., cujo endereço mencionado era à Rua Adolfo Bergamini, nº 34, fundos – Engenho de Dentro.

(A Noite, 20/01/1949)

Por meio de uma reportagem do diário ‘Correio da Manhã’, em março de 1949, verificamos que a mencionada linha Cascadura x Méier levava a numeração S-5, e fazia esse percurso via Água Santa, com a tarifa única de Cr$1,00 (hum cruzeiro).

A matéria trazia à luz as reclamações dos moradores desse bairro, usuários da mencionada linha, com relação ao tempo de espera pela condução, bem como do mau estado de conservação dos seus carros, pedindo providências.

(Correio da Manhã, 06/03/1949)

Em destaque, ônibus da linha S-5
(Correio da Manhã, 06/03/1949)

E as reclamações continuaram, pois ainda no mesmo mês, agora em matéria de ‘O Globo’, era relatado que a linha S-5 mantinha, pasmem, apenas um veículo em circulação! Os outros quatro ônibus de que dispunha a empresa encontravam-se recolhidos à oficina, localizada à Rua Borja Reis, para reparos.

O Globo, 25/03/1949)

Não foi surpresa para nós, quando verificamos, em pequena nota de ‘A Noite’, em outubro de 1953, que a Viação Norma, bem como diversas outras empresas de ônibus, tinha ido à falência por aquele tempo, muito embora não tenha sido informada a época exata do fato. Aliás, foi o único periódico, consultado por nós, a relatar o ocorrido.

(A Noite, 30/10/1953)

[Pesquisa de Claudio Falcão e Eduardo Cunha]