Albino Ribeiro
Júnior, proprietário e razão social da Viação Primor, cuja sede e garagem
localizavam-se à Rua Conde Bonfim, nº 435, assinou junto à Inspetoria de
Concessões da PDF, a 3 de janeiro de 1934, um termo inicial de obrigação, para
estabelecer um serviço regular de transporte de passageiros, com a linha de
ônibus Praça Saenz Peña x Largo da Lapa.
Era este o
itinerário da linha: Praça Saenz Peña, Rua Almirante Cochrane, Rua Mariz e
Barros, Praça da Bandeira, Avenida do Mangue, Rua de Santana, Rua do Riachuelo,
Largo da Lapa, e vice-versa.
Suas seções:
Praça Saenz Peña à Rua Afonso Pena, $200 (duzentos réis); Rua Afonso Pena à
Praça Onze de Junho, esquina de Rua de Santana, $200 (duzentos réis) e dali ao
Largo da Lapa, $200 (duzentos réis) (1).
Não tardaram as
reclamações dos moradores daquelas imediações, notadamente do denominado
‘Bairro 24 de Outubro” (“na Praça Saenz Peña”), de cuja exata localização não
temos conhecimento, a respeito da desordem provocada por funcionários, não só
da Viação Primor, como também da Viação Central, que transformavam aquele
logradouro numa verdadeira oficina a céu aberto, com o barulho inerente a essas
atividades, e até altas horas da madrugada. Vejam uma amostra, no recorte a
seguir, a respeito desses fatos.
(O Paiz, 27/05/1934) |
E menos de dois
meses depois, verificamos que, através de um termo aditivo de obrigação, a
empresa era ‘absorvida’ exatamente pela Viação Central, pois a 11 de julho de
1934, o Sr. Albino Ribeiro Júnior “cedia e transferia” o termo inicial, de
03/01/1934, e a Viação Primor, para a firma Neves & Brauer, proprietária da
Viação Central. Sendo assim, a empresa de Albino era extinta e incorporada à
firma de Manoel Martins Neves e Ricardo Brauer, constituindo-se uma só empresa (2).
Segue um recorte
do periódico ‘Diário da Noite’, ainda de julho/1934, a respeito de uma
‘esperteza’ praticada pelos então novos detentores daquela linha.
(Diário da Noite, 07/07/1934) |
Referências:
(1) – Jornal do
Brasil, 07/01/1934
(2) – Jornal do
Brasil, 12/07/1934
[Pesquisa de
Claudio Falcão e Eduardo Cunha]
Interessante, desde aquela época, os empresários de ônibus faziam suas artimanhas para ludibriar o povo e o Poder Concedente!!!
ResponderExcluir(Emilson França)
É Emilson, sempre eles, é como whiskey escocês, de pai para filho desde 1908, no nosso caso, os ônibus.
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