A
primeira referência que temos da empresa é através de um Manifesto de Incorporação
e de um Projeto dos Estatutos da Auto Ônibus Circular S/A.
Em seus
conteúdos pudemos conhecer a localização de sua sede à Av. Aparício Borges, nº 207,
sobreloja grupo 204, em local atualmente inexistente.
Ela
recebeu concessão para explorar as linhas circulares Largo da Lapa, que tinham
os seguintes itinerários:
- Linha
A: Largo da Lapa, Rua do Passeio, Rua Santa Luzia, Largo da Misericórdia,
Ministério da Agricultura, Aeroporto Santos Dumont, Mercado Municipal, Rua
Clap, Praça 15 de Novembro, Rua 1º. de Março, Rua Visconde de Itaboraí, Rua
Visconde de Inhaúma, Av. Rio Branco, Praça Mauá, Rua do Acre, Av. Marechal
Floriano, Estrada de Ferro, Av. Presidente Vargas, Rua de Santana, Rua do Riachuelo
e Largo da Lapa; e
- Linha
B: Largo da Lapa, Av. Mem de Sá, Rua de Santana, Av. Presidente Vargas, Rua 1º.
de Março, Praça 15 de Novembro, Rua Clap, Mercado Municipal, Ministério da
Agricultura, Largo da Misericórdia, Rua Santa Luzia, Av. Presidente Wilson,
Praça Paris, Rua Teixeira de Freitas e Largo da Lapa.
Teriam
como seções: Largo da Lapa, Praça 15 de Novembro e Estrada de Ferro, porém sem
informações sobre propostas de valores das passagens e número das linhas.
(Diário de Notícias, 16/03/1946) |
No mês seguinte, novos Manifesto de Incorporação e Projeto dos Estatutos da Auto
Ônibus Circular S/A são publicados.
Neles
pudemos observar que foram definidos dois números para as linhas, 75 e 79,
tendo seus pontos iniciais e finais na Estrada de Ferro, não mais na Lapa como
inicialmente, mas ainda sem os preços para as seções e com seus itinerários
alterados para:
- Linha
75: Estrada de Ferro, Av. Presidente Vargas, Rua de Santana, Rua Riachuelo,
Largo da Lapa, Rua do Passeio, Rua Santa Luzia, Largo da Misericórdia,
Ministério da Agricultura, Aeroporto Santos Dumont, Mercado Municipal, Rua
Clap, Praça 15 de Novembro, Rua 1º. de Março, Rua Visconde de Itaboraí, Rua
Visconde de Inhaúma, Av. Rio Branco, Praça Mauá, Rua do Acre, Av. Marechal
Floriano e Estrada de Ferro.
- Linha
79: Estrada de Ferro, Av. Presidente Vargas, Rua 1º. de Março, Praça 15 de
Novembro, Rua Clap, Mercado Municipal, Ministério da Agricultura, Largo da
Misericórdia, Rua Santa Luzia, Av. Presidente Wilson, Praça Paris, Rua Teixeira
de Freitas, Largo da Lapa, Av. Mem de
Sá, Rua de Santana, Av. Presidente Vargas e Estrada de Ferro.
Teriam
como seções: Largo da Lapa, Praça 15 de Novembro e Estrada de Ferro.
(Diário de Notícias, 16/04/1946) |
Após estes dois documentos
conjuntos, a empresa começou a realizar, com uma frequência mensal, reuniões
para assembleias, com o intuito de tratar de definição de cargos internos,
aumento de capital da sociedade – principalmente para aquisição de mais
veículos –, avaliação de balancetes, etc., entre 1946 e 1949, como mostra este
exemplo a seguir.
(Diário de Notícias, 14/05/1946) |
Eis a única matéria que
encontramos sobre acidentes com veículos da empresa, um atropelamento.
(A Manhã, 16/11/1946) |
Ficha usada pela Circular.
Eis o primeiro balancete da
empresa, para o período de 1946, onde vemos que a saúde da empresa estava boa e
com parecer do Conselho Fiscal, para aprovação.
(Diário de Notícias, 11/07/1947) |
Identificamos por este anúncio
para contratação de vários tipos de profissionais da área, que sua garagem era
na Rua Teotônio Regadas, nº 25-27, na Lapa.
(Jornal do Brasil, 15/05/1948) |
Porém em 1949, uma convocação
extraordinária muda a trajetória da empresa, convidando seus acionistas para a
liquidação da Circular.
Em outro recorte, temos o parecer
do Conselho Fiscal sobre a reunião de liquidação da empresa – solicitada pelo
seu próprio presidente –, onde é declarada a aprovação de sua liquidação,
devido ao alto valor total da dívida com seu presidente.
A conclusão que chegamos, apesar
de não o possuirmos. é que o balancete não tenha sido muito a gosto do seu
presidente, o que originou a solicitação de liquidação da empresa.
(Correio da Manhã, 01/12/1949) |
(Correio da Manhã, 01/12/1949) |
Posteriormente é emitido, pelo
liquidante, um relatório final, onde é dito claramente que o que foi arrecadado
não pagou as dívidas que a empresa tinha com o seu presidente. O último
balancete foi referenciado, mas não temos como confrontá-lo.
(Correio da Manhã, 02/12/1949) |
Nesses dois últimos recortes, em
1953, é citada a empresa junto com outras onze, como sendo empresas falidas,
cujas falências foram causadas pela redução dos preços das passagens e provável
aumento em peças e combustíveis.
Mas independente da data de
emissão deste jornal, a empresa foi liquidada em 1949.
(A Noite, 30/10/1953) |
Mais uma empresa carioca de curta
duração que deve ter falido pelo mesmo motivo que outras faliram.
Prezado Eduardo, segundo algumas pesquisas realizadas a Auto Circular recebeu da Prefeitura permissão para esticar a linha 79 até a Penha, passando a ser Lapa x Penha, depois esticada até Brás de Pina e, posteriormente, até Cordovil. Ao mesmo tempo, a linha 75 foi extinta. Vale a pena verificar. Abraços, Antonio Sérgio.
ResponderExcluirDesconhecia essas informações e gostaria de confirmá-las. Você tem mais algum detalhe para eu tomar como base e poder divulgar estas informações? Grato.
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