domingo, 4 de outubro de 2015

Viação Flamengo Ltda.

Através da notícia de um acidente, cujo recorte se segue, verificamos que em novembro de 1948 os ônibus da Viação Flamengo já circulavam em sua linha Praça Mauá x Penha.

(A Noite, 04/11/1948)

No entanto, até o momento, não temos como afirmar exatamente a partir de quando a empresa começou a operar.

Novo acidente, este ocorrido em junho de 1949, mostra que a Viação Flamengo passara a circular com a linha Mauá x Méier.

(Diário da Noite, 28/06/1949)

Já no mês seguinte, a empresa entrava em concordata preventiva, como podemos confirmar pelo recorte adiante, no qual está mencionado o seu endereço: Rua Lino Teixeira, 176/182 – Jacaré.

(A Noite, 16/07/1949)

Ainda no mesmo mês, o juiz da 2ª Vara Cível deferiu o pedido da concordata preventiva, sendo nomeado comissário o credor Banco dos Estados S.A.

(Correio da Manhã, 27/07/1949)

(Gazeta de Notícias, 31/07/1949)

De acordo com a notícia do diário ‘Correio da Manhã’, exibida a seguir, verificamos que a numeração que coube à linha Mauá x Méier era 32, bem como tomamos conhecimento da ‘estreita relação’ que havia entre a Viação Flamengo e a Viação São Jorge, visto que a segunda explorava a linha 34, com os mesmo extremos, Mauá x Méier. Pelo texto, também ficamos sabendo que os ônibus da linha 32 “praticamente desapareceram, pois apenas um resta em circulação, naturalmente para manter a concessão da linha”. Os carros (ou o carro?) da 32 eram alaranjados, com uma faixa vermelha, e os da 34, também alaranjados, só que com a faixa azul escura, sendo de Cr$2,00 (dois cruzeiros) o preço das passagens.

(Correio da Manhã, 25/09/1949)

Já em outubro de 1951, o periódico ‘Diário de Notícias’ publicava uma relação de empresas de transporte que apresentavam débitos junto ao Departamento de Concessões da PDF, dentre elas a Viação Flamengo, “sob pena de cassação imediata dos respectivos privilégios”, no caso de os débitos não serem liquidados em dez dias.

(Diário de Notícias, 14/10/1951)

O ‘processo’ da concordata ainda continuava em junho de 1952, conforme demonstrado na pequena nota a seguir, onde o juiz da 2ª Vara Cível mandava decretar a falência.

(Correio da Manhã, 29/06/1952)

Já na edição de 03/10/1952 do ‘Jornal do Brasil’, era publicado um anúncio classificado, acerca do leilão da massa falida da Viação Flamengo, nos seguintes termos:

“CENTRO – LEILÃO – HOJE
Três auto-ônibus e um auto-socorro.
Massa falida da Viação Flamengo Limitada.
Concessão da linha 113 (Estrada de Ferro-Jockey Club) – Acessórios e três chassis.
Bens depositados na Garagem ‘Viação S. Jorge’, à Avenida Amaro Cavalcanti, 511, onde podem ser vistos e examinados.
O LEILÃO SERÁ REALIZADO À RUA SÃO JOSÉ, Nº 63.
O leiloeiro BRÍCIO, autorizado por alvará do MM. Sr. Dr. Juiz de Direito da 2ª Vara Cível, venderá em leilão, hoje, sexta-feira, 3 de outubro de 1952, às 15 horas, em seu armazém, na rua São José nº 63”.

Mais um indício da relação existente entre as duas mencionadas empresas.

E na coluna ‘Falências e Concordatas’ do diário ‘A Noite’, em março de 1954, o juiz da mesma vara indagava ao síndico sobre o motivo da paralisação do processo relativo à empresa.

(A Noite, 11/03/1954)

A partir daí não mais encontramos notícias nos jornais do Rio de Janeiro, a respeito da Viação Flamengo Ltda.

[Pesquisa de Claudio Falcão e Eduardo Cunha]

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