domingo, 12 de julho de 2015

Transportes Urbanos, Rurais e Interestaduais Ltda. - TURI

A empresa TURI tem seu ‘sobrenome’ Interestaduais devido à sua origem, pois era uma empresa mineira que fazia uma linha entre Rio e Belo Horizonte, com linha intermediária e uma parada em Juiz de Fora, na década de 40.

Vejam um ônibus dela utilizado já na década de 50, quando ainda ela operava este trajeto.


Ainda na década de 40, ela aderiu a parte da sua denominação aqui no Rio de Janeiro, quando operou linhas urbanas a partir de 1946. Sua primeira linha urbana foi a 10 – Praça Mauá x Aeroporto, com nove micro-ônibus importados, modelo Transit-Bus-Universal, com capacidade para 23 passageiros sentados, com duas portas, e carinhosamente apelidado pela população carioca de “Gilda”. Ainda faltavam receber mais alguns veículos iguais a estes, em outra remessa.

Seu itinerário era Av. Rio Branco, Av. Beira-Mar e Aeroporto tendo como retorno pela Av. Pres. Antonio Carlos, Av. Pres. Wilson e Av. Rio Branco.

Sua apresentação era muito bonita, e suas cores suaves, em tons de azul claro e creme, faziam um contraste harmonioso.

(A Noite, 16/10/1946)

Como eram 9 ônibus inicialmente, as fichas mandadas fazer pela TURI tinham a numeração de 1 a 9, conforme o carro usado. Vejam o exemplo.


Devido a dois motivos, o fato de ter ônibus importados e por solicitação da Panair, a TURI iria alterar seu itinerário até o Mercado Municipal, onde seus hidroaviões faziam terminal, para facilitar o acesso dos seus passageiros. Esses motivos, associados a um decreto em vigor, autorizaram a aumentar suas passagens em Cr$ 0,20 (vinte centavos).

(A Noite, 26/01/1948)

Aproveitando a comemoração de aniversário do ‘Diário da Noite’, algumas empresas cariocas se comprometeram junto a autoridades do Distrito Federal, a cumprirem certos procedimentos, conforme mostra essa página do citado jornal.

No clipe a parte, o comprometimento da TURI, onde informa a localização de sua garagem, à Rua Gonzaga Bastos, nº 290, em Vila Isabel e uma linha extraordinária que realizava nos finais de semana.

(Diário da Noite, 01/11/1948)

(Diário da Noite, 01/11/1948)

Já entrando pela década de 50, vemos imagens de vários ônibus seus, enfileirados e estacionados, possivelmente em frente à sua garagem de Bonsucesso, na Av. Guilherme Maxwell, nº 210. As fichas a seguir foram usadas neles.








Algo curioso da época, passagem grátis dada por políticos durante o período de votação, para os passageiros irem às eleições em 3 de outubro de 1950, e com propaganda do próprio político, emitidas para uso na EMO e TURI.


A próxima matéria cita a posse da diretoria do Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros, cujo presidente, no caso, era também o presidente da TURI, da EMO e da Companhia de Transportes Campo Grande.

(Diário da Noite, 11/07/1952)

Uma ação em vara cível fez alguns bens da empresa serem penhorados e leiloados, conforme notícia, onde há um ônibus incluído.

(Gazeta de Notícias, 20/05/1954)

Temos aqui três modelos distintos de ônibus utilizados pela empresa, sendo o primeiro um Cermava e os outros dois, diferentes Caio.

Ônibus Cermava - década de 60
(Cia. de Ônibus - acervo Antônio Sousa Guedes)

Ônibus Caio - década de 60

Ônibus Caio - década de 60

A empresa operou somente a linha 10, por muito tempo, e só de 1957 até 1963 passou também a operar a linha 102 – Saenz Peña x Largo do Machado, que anteriormente foi da Relâmpago, junto com a EMO, quando houve a troca de numeração para 405, até 1969.

De 1962 até 1963, operou a 115 – Estrada de Ferro x Laranjeiras, que era da Lubrasa e  transformou-se na 184 até 1969, quando a empresa acabou e ambas as linhas foram passadas para a EMO, empresa do grupo, devido à obrigatoriedade de uma quantidade mínima de ônibus.

[Pesquisa de Eduardo Cunha e Claudio Falcão]

6 comentários:

  1. Sensacional!!!
    Eu aproveitava quando ia levar e buscar meus irmãos na Escola Bahia para ficar olhando os ônibus delas (EMO/TURI) na porta da garagem da Av.Guilherme Maxwuel.
    (Emilson França)

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    1. Boas lembranças nos vem a mente, não? Gratos pelos comentários. Também lembro de quando ia para a Baixada com o meu pai ou para Petrópolis com meu avô, que sempre ao passar de ônibus pela Brasil, via a garagem e na época não sabia que eram as duas empresas, pois não sabia observar as diferenças de pinturas entre elas, nem seus números de ordens.

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  2. Um excelente trabalho de pesquisas na história do ônibus,nota 10 nas pesquisas

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    1. Satisfação em ter sua participação no blog, documentada, e ficamos satisfeitíssimos pelos elogios. Volte sempre, abraços.

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  3. Eduardo, Inicialmente meus parabéns pelo trabalho de pesquisa. Estes ônibus, nos idos de 1959-60 trafegaram na linha Castelo- Bancários e foram apelidados de "Boi da Cara Preta", devido a sua pintura azul escuro na parte frontal. Um abração do Jaime Moraes.

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    1. Jaime, mais uma vez grato pelos elogios e dicas sobre a empresa. Eu me esqueci que você já havia me falado desse envolvimento da TURI, na Ilha com a linha Castelo x Bancários, e por isso não publiquei mas quando fizer a revisão dela, citarei esse histórico. Abraços e vem-vindo.

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