Conforme anunciado,
foi feita uma solicitação ao Ministério da Viação, para exploração de uma linha
ligando Cascadura à cidade paulista de Areias, por uma empresa da cidade de São
José do Barreiro, vizinha de Areias.
As viagens
seriam duas semanais, às 5as. e sábados, teriam 219 quilômetros e levariam
cerca de 8 horas e 40 minutos. O pedido, feito por Costa, Andrade & Cia.,
encontrava-se em estudos no ministério.
(A Noite, 04/04/1930) |
(Correio da Manhã, 05/04/1930) |
Sob a
denominação fantasia de Auto Viação São José – que não consta no documento
citado adiante –, propriedade da empresa Costa, Andrade & Cia., é obtido e
assinado um Termo de Obrigação através a Inspetoria de Concessões, em 30 de julho
de 1930, para o serviço regular de transporte de passageiros por meio de “omnibus-automóveis”,
ligando o Rio de Janeiro à cidade de Areias, no estado de São Paulo.
Tinha como
itinerário, Praça da Bandeira, Av. Maracanã, Rua Derby Club, Rua São Francisco
Xavier, Rua 24 de Maio, Rua Lins de Vasconcelos, Rua Dias da Cruz, Av. Amaro
Cavalcanti, Rua Manuel Victorino, Rua Elias da Silva, Rua Nerval de Gouvêa, Rua
Coronel Rangel, Largo do Campinho, daí seguindo pela Estrada Rio-São Paulo até a
cidade de Areias. Suas tarifas, 30$000 (trinta mil réis) pela viagem de ida ou
de volta; ou 50$000 (cinquenta mil réis) pelas viagens de ida e volta (1).
Nota do Editor 1: Esta tornou-se a primeira linha de
longa distância, saindo do então antigo Distrito Federal. Não temos informação
sobre o estado das estradas para o trajeto após a saída da Rio-São Paulo, perto
de Queluz, até Areias, nem a razão de tal empreendimento, visto até pelos dias
de semana escolhidos para a circulação da linha.
Nota do Editor 2: Areias é um município no
leste do estado de São Paulo, na microrregião de Bananal. À margem da
antiga estrada imperial, que
ligava São Paulo ao Rio de Janeiro, Areias teve sua origem no século dezoito, de um pouso de tropeiros que dali
buscavam o porto de Mambucaba.
A Inspetoria de
Concessões emite um Termo de Transferência, do termo de obrigação assinado em
30/07/1930, de Costa, Andrade & Cia., concessionário da Auto Viação São José
– aqui pela primeira vez, aparece o nome fantasia da empresa –, para o Sr.
Francisco Conte, como serviço de transporte de passageiros por meio de auto-ônibus,
como o anterior. Esse novo termo foi assinado em 30 de abril de 1932 (2).
Nota do Editor 3: O citado termo não menciona para
qual trajeto/linha seria a transferência. Porém como o mesmo foi de
transferência de obrigação de propriedade e não de troca ou substituição de linhas
– Termo Aditivo –, e todo termo inicial era estabelecido em 4 anos, presume-se
que a exploração seria para a mesma linha. Há essa constatação devido à data
inicial no termo original conferir com este.
Em um novo
termo, desta vez Termo Aditivo, já em nome de Francisco Conte, a empresa passa
a explorar a linha Realengo x Fazenda Bananal (3),
bem como mais tarde, em outro Termo Aditivo, estabelece a linha Campo Grande x
Bangu (4). Em ambos os termos o nome fantasia da
empresa já é Viação São José e não mais Auto Viação São José.
Mas isso será
outra história, que em breve publicaremos sobre a Viação São José, de Francisco
Conte.
Referências:
(1) – Jornal do
Brasil, 30/08/1930.
(2) – Jornal do
Brasil, 07/05/1932.
(3) – Jornal do
Brasil, 28/06/1933.
(4) – Jornal do
Brasil, 20/01/1934.
[Pesquisa de
Eduardo Cunha e Claudio Falcão]
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