domingo, 4 de janeiro de 2015

Auto Viação São José

Conforme anunciado, foi feita uma solicitação ao Ministério da Viação, para exploração de uma linha ligando Cascadura à cidade paulista de Areias, por uma empresa da cidade de São José do Barreiro, vizinha de Areias.

As viagens seriam duas semanais, às 5as. e sábados, teriam 219 quilômetros e levariam cerca de 8 horas e 40 minutos. O pedido, feito por Costa, Andrade & Cia., encontrava-se em estudos no ministério.

(A Noite, 04/04/1930)

(Correio da Manhã, 05/04/1930)

Sob a denominação fantasia de Auto Viação São José – que não consta no documento citado adiante –, propriedade da empresa Costa, Andrade & Cia., é obtido e assinado um Termo de Obrigação através a Inspetoria de Concessões, em 30 de julho de 1930, para o serviço regular de transporte de passageiros por meio de “omnibus-automóveis”, ligando o Rio de Janeiro à cidade de Areias, no estado de São Paulo.

Tinha como itinerário, Praça da Bandeira, Av. Maracanã, Rua Derby Club, Rua São Francisco Xavier, Rua 24 de Maio, Rua Lins de Vasconcelos, Rua Dias da Cruz, Av. Amaro Cavalcanti, Rua Manuel Victorino, Rua Elias da Silva, Rua Nerval de Gouvêa, Rua Coronel Rangel, Largo do Campinho, daí seguindo pela Estrada Rio-São Paulo até a cidade de Areias. Suas tarifas, 30$000 (trinta mil réis) pela viagem de ida ou de volta; ou 50$000 (cinquenta mil réis) pelas viagens de ida e volta (1).

Nota do Editor 1: Esta tornou-se a primeira linha de longa distância, saindo do então antigo Distrito Federal. Não temos informação sobre o estado das estradas para o trajeto após a saída da Rio-São Paulo, perto de Queluz, até Areias, nem a razão de tal empreendimento, visto até pelos dias de semana escolhidos para a circulação da linha.

Nota do Editor 2: Areias é um município no leste do estado de São Paulo, na microrregião de Bananal. À margem da antiga estrada imperial, que ligava São Paulo ao Rio de Janeiro, Areias teve sua origem no século dezoito, de um pouso de tropeiros que dali buscavam o porto de Mambucaba.

A Inspetoria de Concessões emite um Termo de Transferência, do termo de obrigação assinado em 30/07/1930, de Costa, Andrade & Cia., concessionário da Auto Viação São José – aqui pela primeira vez, aparece o nome fantasia da empresa –, para o Sr. Francisco Conte, como serviço de transporte de passageiros por meio de auto-ônibus, como o anterior. Esse novo termo foi assinado em 30 de abril de 1932 (2).

Nota do Editor 3: O citado termo não menciona para qual trajeto/linha seria a transferência. Porém como o mesmo foi de transferência de obrigação de propriedade e não de troca ou substituição de linhas – Termo Aditivo –, e todo termo inicial era estabelecido em 4 anos, presume-se que a exploração seria para a mesma linha. Há essa constatação devido à data inicial no termo original conferir com este.

Em um novo termo, desta vez Termo Aditivo, já em nome de Francisco Conte, a empresa passa a explorar a linha Realengo x Fazenda Bananal (3), bem como mais tarde, em outro Termo Aditivo, estabelece a linha Campo Grande x Bangu (4). Em ambos os termos o nome fantasia da empresa já é Viação São José e não mais Auto Viação São José.

Mas isso será outra história, que em breve publicaremos sobre a Viação São José, de Francisco Conte.

Referências:

(1) – Jornal do Brasil, 30/08/1930.
(2) – Jornal do Brasil, 07/05/1932.
(3) – Jornal do Brasil, 28/06/1933.
(4) – Jornal do Brasil, 20/01/1934.

[Pesquisa de Eduardo Cunha e Claudio Falcão] 

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