domingo, 14 de dezembro de 2014

Viação Mendanha

A primeira referência que encontramos sobre a Viação Mendanha relaciona-se a um despacho “deferido” a 2 de dezembro de 1932, sem maiores detalhes (1).

Já em setembro de 1939, através de uma notícia publicada no periódico ‘Correio da Manhã’, verificamos que a empresa havia licenciado dois novos veículos naquele ano.

(Correio da Manhã, 26/09/1939)

Um apelo dirigido por moradores da localidade de Mendanha, em Campo Grande, ao Conselho Nacional do Petróleo, publicado em fevereiro/1943 na seção de cartas dos leitores do jornal ‘Diário de Notícias’, solicitava uma quota maior de gasolina para a empresa da zona oeste, a fim de que a mesma pudesse prestar um melhor serviço aos usuários. Certamente era o reflexo dos tempos difíceis da II Guerra Mundial.

(Diário de Notícias, 13/02/1943)

Pequeno anúncio da empresa, mencionando a razão social Viação Mendanha Ltda., foi divulgado em março/1944 no ‘Jornal do Brasil’, no qual o então proprietário, Avelino Lopes da Silva Filho, informava ter adquirido a Viação Santa Cruz do Sr. Ataualpa Pereira da Silva (2).

Nova carta dos leitores do ‘Diário de Notícias’, agora em setembro/1949, mencionava uma linha que era então explorada pela Viação Mendanha: Campo Grande x Serrinha. As reclamações quanto às viagens muito espaçadas e com os ônibus superlotados repetiam-se.

(Diário de Notícias, 22/09/1949)

Mais uma reclamação dos moradores com relação à Viação Mendanha, agora publicada no jornal ‘A Manhã’, em fevereiro/1950, denunciava que os ônibus da empresa não os estavam conduzindo ao ponto final da linha, a localidade de Serrinha, só os levando “até a metade da viagem” e cobrando “o mesmo preço da passagem”.

(A Manhã, 15/02/1950)

Através da notícia de um grave acidente ocorrido em junho/1951 na Estrada do Monteiro, em Campo Grande, publicada no periódico ‘A Noite’, verificamos que a Viação Mendanha estava operando uma nova linha, “Pedra” (de Guaratiba).

(A Noite, 06/06/1951)

Outra linha que a empresa operou foi a Barra (de Guaratiba) x Campo Grande. Vejam adiante a notícia de um atropelamento que teve lugar em julho/1955 na mesma Estrada do Monteiro do acidente acima mencionado, no qual um veículo da linha “Barra” esteve envolvido.

Diário Carioca, 24/07/1955)

Foi a última referência que localizamos em jornais sobre a Viação Mendanha.

Notas:

(a) – Pelo livro ‘Guerra de Posições na Metrópole’ verificamos que a empresa teve sua garagem à Estrada do Mendanha, nº 944.

(b) – E através de pesquisas realizadas no D.O.U./DF, tomamos conhecimento que a Viação Mendanha operou com a linha S-53 – Campo Grande x Mendanha, de 1939 a 1956, bem como a linha Campo Grande x Serrinha, em 1957 e a S-43 – Bangu x Largo do Mendanha, esta em 1958. A linha Campo Grande x Mendanha posteriormente foi explorada pela Viação Garcia Ltda.

Referências:

(1) – Jornal do Brasil, 03/12/1932.
(2) – Jornal do Brasil, 03/03/1944.

[Pesquisa de Claudio Falcão e Eduardo Cunha]

4 comentários:

  1. Cunha, fiquei radiante com tantas informações históricas e fundamentais para minhas pesquisas. Só uma observação: Segundo minhas pesquisas, a Viação Mendanha sai de cena pra entrar a Viação Garcia que era da mesma família ''Garcia Ferreira''. O patriarca Sr Francisco deixou o 'bastão' para seus filhos (supostamente) Walter e Marcos, donos da Viação Garcia. Confere?

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    1. Prazs, grato pela informação, mas como a empresa já era Ltda., eu não me preocupo em relacionar seus proprietários e só quando ela é individual, quando sei, eu cito. Sobre ela ter se transformado na Garcia, não tenho informações sobre isso e então também não toquei no assunto, porém cito no texto, que uma de suas linhas, a S-53, foi posteriormente explorada pela Garcia. Abraços.

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  2. Cunha, expus um tópico em minhas pesquisas que, de fato, a Mendanha sai de cena em torno de 1954 e entra em cena a Viação Garcia (mesma família). Portanto, eu chego a conclusão que a Garcia assumiu geral a partir de 1955 em diante, conforme as pesquisas.

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    1. Prazs, você quer dizer que todas as linhas que eram da Mendanha passaram para a Garcia? Concordo, pois como era uma das poucas empresas existentes na região e como uma delas foi absorvida por ela, com grande certeza as demais linhas também. Pode ter até sido, troca de razão social, já pensou nessa hipótese?

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